“Fernando”
A verdade é que eu já deveria ter falado com a Catarina há muito tempo, ela era a única capaz de entender e me dar um ponto de vista, afinal ela era a única no nosso grupo que conhecia a Mel e eu desde antes do início de nós dois. Nós chegamos juntos ao hospital e ela já me entregou um daqueles copos grandes de café, eu precisava mesmo de um café, mas quando provei era na verdade um capuccino. Eu estreitei os olhos para ela.
- Acho que você se confundiu. – Eu dei um sorriso para a minha amiga. – Esse é o preferido da Mel, capuccino com um toque de baunilha. – Esse era o gosto que a minha abelhinha tinha quando eu a beijava pela manhã.
- Olha só, você sabe! – A Catariana sorriu enquanto caminhávamos até os elevadores. – Eu só trouxe para lembrar a você.
- Cat, você sabe que eu não esqueço, eu sei de cada pequena coisa que faz aquela mulher feliz. – Eu sorri olhando o copo e tomei mais um gole, me lembrando de como a acordei mais cedo essa manhã só para me perder no corpo dela.
- Pois não anda parecendo, Fernando. Você tem negligenciado a Mel, muito! Você tem feito a Melissa, a pessoa mais segura e bem resolvida que eu conheço, duvidar de quem ela é! Francamente, Nando, você está sendo covarde! – A Catariana parecia ter falado com o Enzo essa manhã, não estava me poupando.
- Como eu posso estar fazendo isso, Cat? – Eu a encarei.
- Ai, Fernando! Você sabe que à vezes eu acho que você se faz de sonso?! Não é possível que você não perceba como vocês estão estagnados e o quanto isso deixa a Mel infeliz. – A Catarina parecia brava, muito brava comigo.
- A história de casamento. – Eu suspirei e olhei para o painel do elevador que indicava que o nosso andar era o próximo. E eu fiquei encarando o painel para não olhar para a Catarina naquele momento.
- É, a história de casamento! Você não percebe que isso é importante pra ela? Não, você não percebe. Então me diz, me conta, por que você acha que as pessoas começam a namorar? – A Catarina estava com os braços cruzados, com aquele olhar inquisidor.
A postura dela era todo um alerta de que ela estava pronta para arrancar as minhas vísceras para proteger a amiga. Na verdade aquelas duas eram mais como irmãs, só que sem a parte das brigas que eu via minhas primas terem.
- Cat, você me conhece há muito tempo, você, assim como a Mel, sabe a minha opinião sobre o casamento. – Eu falei devagar e esperei que ela saísse do elevador.
- Ah, Fernando! Isso ainda? Ah, para com isso! Seus pais estão bem, juntos, felizes e cheios de amor. – A Catarina balançou a cabeça irritada. – Olha só, Nando, se isso ainda te afeta, procura um psicólogo pra te ajudar, deve ter algum aqui no hospital.
- Catarina! – Eu a encarei, mas ela parou na mesa da Hana e deu uma olhada nos papéis e depois pegou a agenda e saiu em direção a minha sala como se aquele escritório fosse dela. – O que você está fazendo? – Ela parou e se virou para mim.
- A Hana não veio hoje e você precisa de mim, então nós vamos passar o dia juntinhos, amigo! Eu vou te ajudar com o trabalho enquanto esfrego a verdade e os fatos na sua cara. – Ela sorriu e abriu a porta da minha sala. – Uau! Nossa, que vista incrível! Fernando, vem, olha isso, olha ao seu redor.
Eu me virei e olhei pela sala e depois olhei a parede de vidro a minha frente, a cidade literalmente se estendia sob meus pés. Era linda a vista ali, a cidade era cosmopolita, vibrante, e o hospital ficava em uma área pulsante da cidade e de uma diversidade cultural adorável. Eu me sentia vivo olhando por aquela vidraça, eu me sentia como em casa.
- Você vê, Nando? – A Catarina perguntou.
- Ah, querida, se acalme, a gravidez de quádruplos é raríssima e não acredito que vá acontecer de novo com você. – Meu tio estava sorrindo. – Então você veio visitar o novo diretor?
- Tio, eu ainda não sou o diretor. – Eu reclamei e ele estalou a língua.
- Isso é mera formalidade, Nando. Você nasceu para isso, o hospital está no seu DNA, não estava no do seu pai, mas está no seu. Precisa ver, Cat, como ele tem se saído bem. – Meu tio me ouviu falar para a Catarina tudo o que ele precisava e agora eu já estava vendo que ele aceleraria as coisas.
- Imagino, Álvaro! E fico feliz por isso. Agora ele precisa se dar conta de que casar com a Mel não é o primeiro sinal do apocalipse. – A Catariana sorriu. – Nando, você está fugindo de algo que vai te fazer feliz. E fugindo disso você está fazendo a Mel pensar que você não a ama o suficiente.
- Ah, Cat, isso não é verdade! Eu morro por aquela maluca. Mas o casamento não está no DNA dos Molina. – Eu respondi.
- Quem disse isso? Filho, o casamento está tanto no nosso DNA que eu já estou no segundo! – Meu tio sorriu e mostrou a aliança.
- Exatamente, tio, vocês não ficam casados para a vida toda, parece que a coisa desanda depois do casamento. – Eu reclamei.
- Ah, não, Nando, não vai me dizer que essa sua fobia de casamento é por causa dos seus pais e de mim. – Meu tio começou a rir, rir muito, ele riu tanto que ficou vermelho e quase perdeu o fôlego. Mas eu não estava achando nenhuma graça naquilo, eu tinha presenciado o que o casamento poderia fazer.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......