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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1044

“Fernando”

Eu estava meio irritado com o meu tio e a Catarina, eles não estavam levando a sério as minhas preocupações e a minha experiência. Longe disso, eles estavam fazendo piada de algo que tinha sido muito grave e quase destruiu a minha família.

- Vou dizer uma coisa para vocês dois, não tem graça, não tem a menor graça. – Eu apontei para eles.

- Fernando, eu nunca pensei que o que aconteceu com seus pais tivesse te afetado tanto assim. – A Catarina me encarou. – Na época sim, eu vi, nós já éramos amigos, mas agora, isso é irracional!

- Acho que eu vou chamar a psicóloga do hospital. – Meu tio comentou ainda parecendo se divertir.

- Não precisa chamar a psicóloga. – Eu reclamei. – Tio, você viu o inferno que foi. Meus pais brigavam o tempo todo, foi assim por anos e eu desconfio que seja por isso que eu sou filho único. Minha mãe se tornou uma alcoólatra, tio!

- Eu sei, meu filho, e sei o peso que você carregou sobre os ombros enquanto o seu pai estava perdendo a cabeça por uma enfermeira muito jovem. – Meu tio ficou sério. – Mas, Nando, isso não foi culpa do casamento.

- Mas depois que eles se divorciaram tudo se acalmou e eles se juntaram novamente e eles vivem uma vida feliz juntos, eles se amam, são felizes divorciados. O casamento complicou a relação deles. – Eu argumentei.

- Nando, eu entendo que você não beba porque a sua mãe se tornou uma adicta, ela encontrou no álcool o entorpecimento necessário para não encarar os problemas que tinha. Felizmente ela se recuperou e está sóbria há anos e continuará assim. – Meu tio me acalmava quando me garantia isso.

- Mas, Nando, se abster do casamento porque o dos seus pais foi desastroso é ridículo. – A Catarina segurou a minha mão. – Veja bem, seus pais tiveram muitos problemas, seu pai passava a semana inteira aqui e sua mãe ficava sozinha em Campanário com você, eles só se viam aos finais de semana, isso afastou os dois. – Não foi, Álvaro?

- Foi bem mais do que isso, Cat. – Meu tio me encarou. – Nando, o seu pai estava passando por uma fase difícil, ele não queria ficar no hospital, mas o seu avô o obrigou a ficar, ele é o filho mais velho, o sucessor natural do seu avô. Ele odiava o trabalho, estava infeliz. Sua mãe se recusou a sair de Campanário. E eu não estou justificando ele ter tido um caso, mas ele estava se sentindo sozinho e infeliz e aquela moça aproveitou isso. E ele foi fraco!

- Você acha que isso vai acontecer com você, Fernando? – A Catariana perguntou.

- Cat, eu nunca vou trair a Mel, e não é só porque eu vi o quanto a traição do meu pai destruiu a minha mãe, mas porque eu não tenho olhos para mais ninguém, apenas para ela, não existe ninguém mais no mundo que possa me despertar o menor interesse. – Eu respondi.

Eu estava com todas aquelas lembranças na memória, lembranças do quanto o meu pai esteve ausente uma parte da minha vida, de quando a minha mãe encontrou o consolo na bebida, do quanto ela se destruiu e do quanto eu lutei contra o vício dela, até que meu pai resolveu ser adulto e puxar as rédeas. Eu tinha só onze anos e tentava desesperadamente evitar que ela bebesse.

Nessa época a Melissa e a Catarina eram as únicas amigas que eu tinha na escola, ninguém queria ser amigo do nerd esquisito que tinha uma mãe bêbada. A Cat e a Mel passavam as tardes em minha casa, me ajudando a distrair a minha mãe para que ela não bebesse.

As coisas ficaram piores quando o meu pai pediu o divórcio, determinado a ir morar com a amante. Ele não tinha idéia do quanto a situação estava ruim em casa, quase já não ia mais aos finais de semana. Eles se divorciaram e um mês depois ele apareceu em casa, de mala na mão, chegou enquanto eu tentava tirar da minha mãe uma garrafa de gin. E aí ele assumiu o controle, a mandou para a reabilitação, cuidou de mim, da casa, a visitava na clínica e quando ela voltou eles estavam juntos de novo, divorciados, mas juntos.

- Ninguém, além de vocês, da Mel e dos pais dela, sabe dessa história. E eu gostaria de evitar as perguntas. – Eu sequei uma lágrima no canto do olho. Aqueles dias ruins ainda formavam uma tempestade dentro de mim e eu implorava para não passar por aquilo outra vez.

CASAL 6 - Capítulo 47: Não precisa chamar a psicóloga 1

CASAL 6 - Capítulo 47: Não precisa chamar a psicóloga 2

CASAL 6 - Capítulo 47: Não precisa chamar a psicóloga 3

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