“Jennifer”
Finalmente eu havia conseguido um idiota para fazer o meu trabalho aqui na farmacêutica. Ele não era tão brilhante e nem tão bonito quanto o Fernando, mas fazia o trabalho por mim. O problema é que eu perdi dias presa aqui no escritório colocando as cordinhas no meu fantoche, mas agora que ele já sabia o que tinha que fazer e como tinha que fazer, eu poderia voltar a me distrair.
- Jennifer! – Meu tio entrou em minha sala e não parecia muito amigável.
- Sim, titio? – Eu tentei parecer bem dócil, mas eu já estava cansada dos gritos e das ordens dele.
- Posso saber por que você não tem ido visitar o Fernando? Parece que você não entende como é importante que você se case com aquele paspalho! – Ele exigiu e eu o encarei. O que ele esperava que eu fizesse? O Molina praticamente tinha me proibido de ir até o hospital.
- Titio, o Dr. Molina, ele... – Eu nem pude terminar de falar.
- Eu sei o que o Molina exigiu, mas desde quando isso é impedimento? Pense, sobrinha! Use essa cabecinha linda como algo mais além de um bonito enfeite! – Ele me encarou.
- Titio, eu não sei o que eu posso fazer. O Molina não me quer no hospital e eu não posso entrar no prédio do Fernando. Então eu realmente não sei o que você espera que eu faça. – Eu me justifiquei, mas aquele doente não quis saber.
- Eu quero que você tire a sua bundinha da cadeira e vá atrás do Fernando, faça uma tocaia, o siga, encontre o momento e conquiste aquele imbecil! Você não faz nada aqui mesmo, já tem outro idiota fazendo o seu serviço. Será que a sua mãe não te ensinou nada? Mas também, o que eu podia esperar da idiota da minha irmã, que foi se casar logo com um pobretão ridículo. – Ele lamentou e eu odiava quando ele ofendia assim os meus pais.
Meus pais se matavam de trabalhar, meu pai era motorista particular, foi assim que conheceu a minha mãe e ela se apaixonou por ele. Ela era mesmo uma idiota, por abrir mão da fortuna, de todo o luxo que tinha por uma paixãozinha por um pobretão, como bem disse meu tio. E aí de herdeira ela passou a recepcionista em um hotelzinho, e não era nem um cinco estrelas. Mas eram meus pais, eles eram bons e eu os amava.
E a culpa de vivermos das migalhas que o poderoso Domani nos dava era dele próprio, que convenceu o meu avô a deserdar a minha mãe. Eu nunca perdoaria o meu tio por isso. Esse demônio ganancioso que tirou tudo o que seria nosso e ainda se satisfazia em nos humilhar.
O Bóris e eu queríamos o que era nosso por direito e nós planejamos tudo, desde crianças, desde que começamos a entender como as coisas funcionavam e como tudo tinha acontecido, como o titio havia roubado o que era nosso. Nós éramos movidos por essa vingança e o que faríamos seria tirar tudo do titio, como ele fez conosco.
Nós já estávamos dentro da empresa, estávamos quase ganhando a confiança dele, mas aí ele descobriu que o Fernando era um Molina e começou a infernizar a minha vida, exigindo que eu me casasse com o Fernando. Claro que eu sabia o que significava unir as duas famílias, mais dinheiro, mais poder, mais reconhecimento, era mesmo algo importante.
No entanto não era fácil. Porque é claro que o Fernando tinha que dificultar a minha vida. Eu me interessei por ele logo que o vi, afinal ele era lindo, e quanto mais ele escorregava para longe de mim, mais interessada pelo desafio de conquistá-lo eu ficava. Mas agora já tinha perdido a graça e eu não queria arriscar a minha pele com aquela namorada maluca do Fernando não, eu conhecia a história, aquela mulher era uma psicopata saída do inferno e eu tinha amor ao meu rostinho lindo.
- Melissa Lascuran é a pessoa mais leal que eu já tive notícia. Ela nunca traiu aquele idiota e nunca trairá, mas eu tenho um meio de fazê-lo acreditar que foi traído e ele verá com seus próprios olhos, então não restará dúvida. – Ele me encarou com um sorriso que me dava calafrios. – Agora vai atrás do seu futuro!
Era melhor eu sair desse escritório mesmo, esse lugar me sufocava, eu odiava tudo aqui. Se eu não amasse tanto o dinheiro que eu arrancava desse estúpido do Domani eu não colocaria os meus pés nesse lugar. Peguei minha bolsa e fui em direção a porta e quando estava quase saindo escutei o conselho odioso do meu tio.
- Abre uns botões dessa blusa e tira o sutiã, esfrega esses peitinhos na cara dele, homem nenhum resiste. – Ele aconselhou e riu.
Eu saí segurando as lágrimas, ele achava que eu era uma prostituta por acaso, para me vender assim? Ah, Domani, eu te derrubaria do seu cavalinho dourado e você teria que pedir esmolas na rua! Mas até eu conseguir isso, eu tinha que me submeter, eu prometi ao meu irmão.
Eu fui para o hospital, estacionei o meu carro do outro lado da rua e fiquei esperando, de olhos grudados na porta, assim que eu visse o Fernando eu iria atrás dele. Ele bem que poderia facilitar a minha vida. Eu esperei, esperei, esperei. Eu já estava ficando com fome e nem podia comer porque não podia me dar ao luxo de deixar a minha vigilha.
Eu vi a assistente dele sair, procurando alguém, mas o Fernando não deu as caras do lado de fora do hospital. No entanto, eu ficaria ali até ter o momento certo para dar o bote. Eu estava tão concentrada na porta do hospital que eu não vi o carro parando atrás de mim, apenas senti o baque na minha traseira e quando eu desci do carro eu senti o arrependimento subindo pelo meu corpo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......