“Rafael”
Eu cheguei um pouco mais cedo ao restaurante que havia marcado com a Hana. Me sentei numa mesa próxima a vidraça, onde nós ficaríamos sob os olhares de todos, porque eu não confiava naquela moça, ela parecia muito instável e poderia armar alguma confusão, então era melhor eu estar prevenido. Até porque eu não tinha engolido ainda aquela história de que ela estava se desculpando, pra mim, aquela doida estava armando alguma coisa.
Mas, fosse o que fosse, eu havia ficado curioso, esse sempre foi o meu mal, a curiosidade, esse péssimo defeito sempre me meteu em confusão. E não era diferente agora, eu sabia que essa doida era confusão, mas eu estava curioso, principalmente depois que ela enviou aquela foto, aquilo foi inesperado, mas me deixou muito curioso. Porque ela disse que mandou por engano, mas será que tinha sido mesmo? O que essa doida estava armando? Eu passei a noite pensando nisso. E pensando naquela maldita foto que eu não podia olhar de novo.
Quando eu recebi a foto na noite anterior eu estava conversando com o segurança da boate e abri a mensagem inesperada enquanto virava uma garrafa de água na boca. O resultado não poderia ter sido pior, eu quase me afoguei com a água e cuspi tudo com o susto. Meu funcionário me olhou preocupado, perguntou se eram más notícias, mas o que eu poderia dizer, era melhor não dizer nada.
Eu voltei para o escritório e olhei a foto mais uma vez pensando no que eu responderia para aquela diaba que estava tentando me meter em alguma confusão. Aquela diaba era linda, doida, mas uma doida linda! E como era doida, a distância era recomendável. No entanto, como eu não tinha juízo, estava sentado em um restaurante esperando pela doida que certamente iria me irritar e fazer um escândalo, quando eu deveria estar do outro lado da cidade pegando os documentos da minha filha para embarcá-la no dia seguinte para a Austrália.
Esse era outro problema, a Giovana estava animada com a viagem, mas eu estava muito chateado em mandar a minha filha para tão longe, contudo eu precisava pensar no que era melhor para ela e a tia cuidaria bem dela e também estava feliz com a novidade. Eu não tinha escolha, tinha que tirar a Giovana daqui se quisesse ter uma chance de fazer a coisa certa. O que aconteceria comigo quando eu desse as costas para aquele acordo de merda não me importava, mas eu tinha que proteger a Giovana e afastá-la era a única opção.
Eu estava imerso em meus pensamentos quando a doida entrou e me puxou de volta para a realidade. Ela estava usando um vestidinho justo que ia até os joelhos, num tom de azul mais claro que caía perfeitamente nela, deixando sua silhueta marcada com elegância e o tom favorecia sua pele. Aqueles olhinhos puxados também eram um charme e ela tinha até um esboço de um sorriso no rosto o que a deixava sedutora. Sedutora como a serpente no Jardim do Édem. Eu precisava esquecer aquela lingerie e me lembrar que essa mulher era doida.
Ela se aproximou e eu me levantei para cumprimentá-la e puxar a cadeira, porque acima de tudo eu tinha bons modos, mesmo com as doidas. Ela sorriu pra mim, o que me deixou atordoado, a mudança dela era drástica, tinha alguma coisa errada.
- Oi, Rafael! Você está muito elegante. – Ela comentou.
Eu olhei para a minha escolha de vestuário, como eu tinha um compromisso formal depois desse almoço, eu me vesti formalmente, com um terno azul marinho e uma camisa da mesma cor, sem gravata. O exato oposto da cor que ela usava, como na noite anterior, isso só podia ser um sinal de que eu deveria manter distância dessa doida.
- Você também está muito elegante, Hana. – Eu gostaria de acrescentar que ela estava bem mais vestida do que da última vez que eu a vi, mas achei melhor não brincar com fogo e guardei essa observação para mim.
O garçom trouxe os cardápios e nós fizemos os pedidos. Então eu a encarei e esperei. A idéia de nos encontrarmos partiu dela, então ela que começasse a dizer que epifania foi essa que ela teve de repente de que poderia estar enganada a meu respeito.
Ela puxou o assunto perguntando se minha filha estava melhor e se desculpando pelo que havia feito no hospital, foi uma desculpa meio forçada e isso eu percebi, ela não me enganava, mas eu achei melhor deixar passar. O Garçom colocou os pratos em nossa frente e enquanto comemos, ela me perguntou milhares de coisas sobre o bar, sobre como era ser pai solteiro, sobre a minha rotina. Ela estava perguntando demais, eu sabia que ela queria reunir informações, mas para quê?
No final do almoço, eu resolvi provocá-la, ela já tinha perguntado demais sobre a minha vida.
- Você deu voltas e voltas e não me contou a história de como aquela foto chegou ao meu celular. – Eu perguntei e vi suas bochechas ficarem coradas.
- Então... sobre a foto, me desculpe, eu cometi um erro ao enviá-la. – Ela parecia constrangida com isso.
- Imagino que sua intenção era mandar para o seu namorado. Mas não se preocupe, podemos fingir que eu nunca vi aquela foto. – Eu poderia até fingir, mas eu tinha visto e aquela foto tinha me tirado do sério.
- Eu não tenho namorado... – Ela respondeu e eu fiquei um pouco irritado, que falta de senso de proteção essa doida tinha! Primeiro um ex namorado agressor, depois mandar uma foto daquela para um cara qualquer que não fosse namorado dela, isso era loucura.
- Sabe, Hana, eu tenho uma filha, ela faz dezesseis anos amanhã. Eu fico muito preocupado com ela, que ela faça escolhas ruins na vida. E eu a incentivo muito a não entrar nessa de enviar fotos sensuais para ninguém, a internet é meio nebulosa e uma vez na rede nada some. Vou te dizer o mesmo que eu digo a ela, se preserve, não envie esse tipo de foto para qualquer um, principalmente depois de beber e mal conseguir ver o que está fazendo no celular. – Eu aconselhei, com a maior das boas intenções.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......