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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1069

“Fernando”

Depois da joalheria eu resolvi dar uma passada no hospital. O Enzo tinha avisado que a Melissa havia saído para almoçar e eu poderia apostar que ela passaria pelo hospital só para não incriminar a Hana como delatora.

- Oi, Hana, alguma novidade? – Eu perguntei como quem não quer nada, esperando que ela me dissesse que a Melissa estava em minha sala.

- Não, nenhuma. – Ela respondeu meio desanimada.

- Você falou com a Melissa hoje? Eu preciso falar com ela, mas não estou conseguindo. – Eu precisava saber se já tinha sido delatado. A Hana estreitou os olhos pra mim.

- Pergunta logo. – Ela falou com um ar meio mandão que me fez rir.

- Você já contou pra ela que eu não estava aqui, não é? – Eu sorri e ela sorriu em retribuição.

- Eu almocei com ela e ela está no consultório do seu tio. Se você correr, talvez salve a sua pele. – Ela sugeriu e eu ri.

Saí correndo em direção aos elevadores e fui direto para o consultório. Eu acalmaria a curiosidade dela e ainda falaria com o meu tio sobre os sintomas exagerados da TPM dela. Mas quando eu cheguei à recepção do consultório ela estava vazia, eu teria que esperar a secretária voltar ou a porta do consultório ser aberta.

Eu me sentei na cadeira em frente a mesa da secretária e respirei fundo, descansando um pouco da corrida que fiz do meu andar até o consultório. Havia um único papel sobre a mesa e o nome na parte superior me chamou a atenção e mais ainda o “urgente” escrito em letras vermelhas, meu coração disparou, era um formulário médico com o nome da Melissa. Será que ela estava doente e estava me escondendo? Será que era grave?

Eu não deveria, mas eu estava preocupado, então eu peguei o formulário e comecei a ler. O urgente se referia a uma série de exames que ela havia feito e aguardava os resultados, as anotações pareciam ter sido feitas às pressas e a letra do tio Álvaro era uma coisa lastimável, mas eu consegui decifrar algumas palavras e à medida que eu ia decifrando uma coisa ou outra o meu coração disparou e eu senti a boca ficar seca e um desespero se instalou em mim. Eu estava com dificuldade para respirar e meus olhos estavam ardendo. Aquilo deveria ser um engano, não podia estar acontecendo, não com a Melissa. E onde é que eu estava que eu não tinha percebido nada?

Eu senti uma mão no meu ombro e minha cabeça girou na direção. Meu tio estava parado ao meu lado. Ele respirou fundo e me olhou com cautela.

- Me espera no consultório. – Ele sugeriu, mas eu nem sabia se minhas pernas me manteriam de pé.

- Fernando! – A Catarina me chamou e eu me virei para encará-la. Ela já sabia, mas as outras pareciam não entender o que estava acontecendo.

- Deixa, comigo, Cat. Mas não fala nada com ela, por favor, foi um erro meu deixar o relatório ali para a secretária lançar no sistema, eu não imaginei que ele fosse aparecer, ele nunca vem aqui. – O meu tio pediu e eu ouvi a Catarina concordar. Ele as dispensou, pegou o papel em minhas e apontou para a sua sala. – Você quer um chá para se acalmar? Eu não tenho conhaque aqui. – Ele perguntou ao fechar a porta.

- Eu estou calmo. – Eu respondi, mas não era verdade. – Eu vou me sentar e te ouvir sobre isso.

- Ela vai ficar muito chateada comigo. Mas o meu computador deu um defeito logo hoje e eu voltei a era das cavernas. – Meu tio lamentou, mas eu achava impossível que a Melissa se chateasse com ele.

- Tio Álvaro, me explica. – Eu pedi e ele respirou fundo.

- Melissa está grávida, Fernando. De dois meses. – Ele respondeu.

- Isso eu entendi. O que eu não entendi é como isso aconteceu com a Melissa, que nunca esqueceu um único dia o anticoncepcional e que quando acontecia algo que pudesse diminuir o efeito da pílula me obrigava a usar preservativo. – Eu o encarei porque sabia que ele tinha a resposta.

- É, ela nunca esqueceu e essa gravidez não foi proposital. – Ele falou como se alertasse para os meus pensamentos. – Ela chegou aqui muito assustada, Fernando, e ela está muito assustada, embora tente esconder isso. Eu troquei o anticoncepcional da Melissa uns meses atrás, troquei por um fabricado pela Domani.

- Sim, eu me lembro. Ela estava com vários sintomas colaterais e eu falei mil vezes para te procurar. – Eu comentei.

- Ela procurou e eu insisti no medicamento que era mais moderno e prometia um efeito muito positivo sobre a TPM, você sabe que a Melissa tem sintomas horríveis. Nós fizemos exames e eu concluí que fosse apenas a adaptação à medicação, nós decidimos tentar mais um pouco e se não melhorasse eu trocaria o remédio de novo. E eu associei um medicamento específico para a TPM, também da Farmacêutica Domani. – Ele explicou.

- E daí? – Eu estava me controlando para não pular logo para a parte em que eu perguntava por que ela não me contou.

- Ela não te contou porque ela te ama e está com medo de te perder. E ela sabe desde o dia em que as meninas fizeram o teste de gravidez coletivo. – Meu tio sorriu.

- Meu deus, ela nunca vai me perder! Essa mulher não sabe disso ainda? – Eu funguei.

- Talvez você não a tenha deixado muito segura ultimamente. – Meu tio comentou e ele tinha razão, eu tinha sido horrível com ela.

- Eu vou pedi-la em casamento amanhã! Eu estou preparando tudo a semana inteira. – Eu contei e ele abriu um enorme sorriso.

- Mas isso é maravilhoso, meu filho! Ah, que ótima notícia! – Ele se levantou de braços abertos e eu o abracei. – Você é muito melhor do que seu pai e eu, vai ser um grande pai e um marido de causar inveja.

- Tomara. Agora aquela casa faz sentido. – Eu sorri, sentindo que não conseguiria parar de chorar.

- Que casa? – Meu tio se afastou e me encarou.

- A casa que eu comprei no condomínio, em frente a casa da Cat e do Alessandro. São dez quartos e eu estava achando meio exagerado. – Eu sorri.

- Mas os caminhos da vida são misteriosos e insondáveis mesmo. – Meu tio riu.

- Muito bem. Você agora vai guardar os segredos dela e os meus. – Eu pedi. – Não quero que ela saiba que eu descobri e não quero que ela descubra a minha surpresa.

- Conte comigo, mas você precisa falar com a Cat, além de mim, só ela sabe, mas as garotas ficaram desconfiadas ao ver a sua cara hoje. – Meu tio tinha razão, eu tinha que correr até a Catarina agora. Eu queria deixar que a Mel fizesse as coisas do jeito dela, mas eu achava que deveria dar algum sinal a ela de que eu estava pronto para apoiá-la. Só que eu ainda não sabia o que fazer.

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