“Jennifer”
Eu estava sentada no carro ao lado do meu irmão. Ele havia acabado de estacionar em frente a delegacia. O Domani ainda estava detido ali e nós dois estávamos esperando o advogado e os nossos primos.
- Como você está? – Meu irmão me perguntou.
- Com raiva, Bóris. Com muita raiva. – Eu respondi.
- Jen, agora você precisa deixar a raiva dissipar. Eu te avisei milhares de vozes para não confiar nele, mas você não me ouviu. Eu saí de casa desesperado ontem quando a nossa mãe disse que você tinha ido para a farmacêutica, eu sabia que alguma coisa ia acontecer, imaginei que ele fosse te agredir, mas não que... ah, aquele monstro! – O Bóris bateu a mão no volante.
- Exatamente, aquele monstro. Nem posso imaginar o que teria acontecido se aquele delegado não tivesse chegado. – Eu comentei. – Eu odeio aquele homem, Bóris.
- Somos dois! Agora, Jen, você precisa colocar essa cabecinha oca no lugar e parar de agir como uma lunática que só sabe gastar dinheiro. – Meu irmão ia começar de novo o sermão de que eu precisava crescer.
- Bóris, ele nos tirou tudo, todas as chances, eu só quis aproveitar quando ele resolveu nos dar alguma coisa. – Eu tentei me justificar, mas eu sabia que não tinha justificativa.
- Pois é, Jennifer, mas acabou! Não existe mais nessa família essa história de passar a perna uns nos outros. Olha os nossos primos, Jen, pessoas boas, que se viraram mesmo com o pai arrancando deles até os empregos! Por favor, não crie essa mentalidade de querer se dar bem em cima dos outros. – Meu irmão pediu e eu sabia que ele estava falando isso porque eu havia me deixado contaminar pelo nosso tio, por um tempo pelo menos.
- Sim, Bóris, acabou. Eu aprendi a minha lição. – Eu sorri para o meu irmão. – Quando o advogado conseguir o que é nosso de volta, você vai continuar no exterior?
- Não, eu estou voltando, Nós vamos precisar organizar a empresa e mudar muitas coisas. Os primos e eu já combinamos o que vamos fazer. A Eva não pretende pisar lá, parece que está muito contente no emprego que a Melissa conseguiu para ela. – O Bóris me contou e eu me senti ainda pior.
- A Melissa parece ser uma boa pessoa afinal. – Eu comentei.
- Ela é, uma mulher admirável. O Fernando é um homem de sorte. – Meu irmão me encarou. – E você, vai mesmo fazer aquele curso de gastronomia na Europa?
- Meu sonho, você sabe, eu não tenho interesse pela farmacêutica, isso eu deixo pra você, você cuida das coisas por aqui e eu vou abraçar o meu destino, não é assim que a mamãe diz? Abrace o seu destino! – Eu sorri. Minha mãe era tão diferente do irmão. Ela era boa, justa, humilde, enquanto aquele homem era todo arrogância, prepotência e maldade. – E também, depois daquele laxante eu quero sumir para que as pessoas esqueçam. – Meu irmão começou a rir.
- Vai ser bom pra você! – O Bóris segurou a minha mão.
- Mas você ainda me deve por aquele laxante! – Eu o avisei e ele riu mais.
- Desculpe, eu não pensei que teria aquele efeito. A Samantha queria colocar só a metade e eu tomei o pacotinho da mão dela e coloquei tudo no copo. – O Bóris explicou enquanto ria, aparentemente ele tinha se divertido com o meu infortúnio.
- Bóris, você vai me pagar por aquilo! – Eu repeti.
- Jen, não seja vingativa! Encare como um merecido castigo, você estava descontrolada indo nas idéias erradas do Domani. – O Bóris frisou e eu concordei, mas eu me divertiria com ele depois, uma brincadeirinha leve entre irmãos não faria mal.
- O advogado e os primos chegaram, vamos! – Ele chamou e nós saímos do carro indo de encontro aos outros.
- Tudo pronto, Bóris, está na hora de tomar o império daquele homem. – O nosso primo mais velho falou, era sempre ele quem falava, quem liderava os outros, exceto a Eva, essa não precisava de líder ou porta voz, ela lutava as próprias batalhas, era valente, uma valentia que eu não tinha e eu sempre pensei que se ela tivesse ficado na barriga da nossa tia mais um pouco teria nascido um menino, porque ela enfrentava o mundo sem medo.
Nós entramos na delegacia e o delegado nos atendeu rapidamente, sendo atencioso o suficiente para perguntar se eu estava bem. Depois ele nos levou para uma sala, onde havia uma mesa, cadeiras e um tipo de sofá. O Domani já estava lá com o advogado, o mesmo que cuidava das coisas da farmacêutica.
- Ora, ora, a prole renegada resolveu se juntar! – O Domani ainda não tinha se dado conta do que estava acontecendo, nem estando preso ele entendia que tinha se dado mal. – Mas falta uma, onde está a inútil da Eva?
- Não é da sua conta! – O meu primo respondeu com desprezo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......