“Fernando”
Desde que essa loucura de sêxtuplos começou, eu vi se formar uma verdadeira tribo em torno de mim, da Melissa e dos nossos filhos, era como se nós estivéssemos protegidos num círculo de afeto e cuidado, onde todos estavam atentos para todas as nossas necessidades e medos. Eles nos davam a força deles e até tinham esperança por nós nos dias mais difíceis. Mas hoje era diferente, era um dia especial e eu fiz um pedido especial na doceria perto do hospital.
- Bom dia, abelhinha! – Eu dei um beijo suave nos lábios da minha esposa. Geralmente eu não a acordava, mas hoje era diferente. – Vamos abrir os olhos para essa manhã linda de sol?
- Príncipe! Bom dia! – Ela deu um sorriso e se mexeu na cama para se sentar.
Eu a ajudei a se sentar e depois puxei para perto dela a mesinha de apoio. Sobre ela eu tinha arrumado seis cupcakes em um prato branco, quatro de chocolate, confeitados em cor de rosa e dois de morango confeitados em azul, sobre cada um uma pequena velinha acesa. Sobre a mesa também estava o café da manhã dela e um vaso de flores coloridas com uma plaquinha escrito “feliz 30 semanas”. Era o meu jeito de comemorar o momento que ela se esforçou tanto para alcançar.
- Feliz primeiro dia de trinta semanas, abelhinha! – Eu sorri e ela estava emocionada.
- É hoje, Nando! Nós conseguimos! Conseguimos, bebês! – Ela colocou as mãos sobre a barriga e falou diretamente com os nossos filhos. – Agora nós vamos bater a meta, tropinha!
- Você é incorrigível, meu amor! – Eu sorri e passei a mão pelos seus cabelos. – Obrigado por estar se entregando tanto a isso, por todos os sacrifícios e todas as dores que você está suportando pela nossa família. Eu nunca vou poder te agradecer o suficiente e nunca vou conseguir retribuir, abelhinha, mas você tem o meu coração, meu amor, a minha admiração e o meu respeito.
- Príncipe, eu faço qualquer coisa por você e pela nossa família! – Ela passou os seus braços em meu pescoço. – Eu te amo e amo esses pestinhas que estão fazendo festa dentro da minha barriga.
- Eles andam mais agitados, né?! – Eu sorri e coloquei a mão sobre a barriga dela, senti o movimento dentro dela e, por mais que isso fosse desconfortável pra ela, eu sabia que também a acalmava quando eles se mexiam. E também me acalmava. – Tropinha, sejam bonzinhos com a mamãe, ela está cansada.
- Mas eu ainda posso aguentar mais um pouco. – Ela sorriu.
- Você já decidiu sobre o que quer fazer depois que eles nascerem? – Eu estava há dias tentando convencê-la de que eu faria o procedimento para não ter mais filhos, mas ela não queria decidir imediatamente.
- Já decidi e nem você e nem eu vamos fazer cirurgia nenhuma que não seja absolutamente necessária. Conversei com o tio Álvaro e eu acho que nós ainda podemos resolver colocar um filho em cada quarto daquela casa. – Ela sorriu pra mim e eu quase entrei em pânico.
- Abelhinha, depois disso tudo, não acredito que você decida ficar grávida de novo. – Eu olhei pra ela com descrença.
- Se eu puder escolher, eu quero ter a experiência de uma gestação comum, uma planejada, que eu possa montar um quartinho, preparar o enxoval e trabalhar até a hora do bebê nascer. Ter um filho só chutando a minha bexiga deve ser menos desagradável. – Ela sorriu e eu não podia acreditar no que estava ouvindo.
- Abelhinha, você tem certeza? – Eu ainda não acreditava no que ela estava dizendo, mas era a Melissa.
- Tenho certeza! Pensa, Nando, quanto mais filhos tivermos, maiores são as chances de que pelo menos um queira ficar com o hospital, você não acha? Sem esse empurra-empurra como você, seu tio e seu pai ficaram.- Ela me fez rir com a sua piada. – É sério, talvez eu queira experimentar a maternidade comum depois desses aqui.
- Tá bom, tudo o que você quiser, abelhinha, se você quiser ter dez filhos, nós teremos! – Eu concordei e dei um beijo nela.
- Ih, meu anjo, acho melhor a gente se apressar, porque a maluca de uma vez só já igualou o placar! – O Alessandro e a Catarina estavam entrando e eu comecei a rir.
- Se derem errado, o que eu duvido, você estará ao lado dela e será tudo o que ela precisar. E nós estaremos ao lado de vocês e seremos tudo o que vocês precisarem. – O Alessandro tocou o meu ombro. – Vocês não estão sozinhos. E você sabe, há um propósito em tudo!
- É, eu sei. – Eu respirei fundo.
- Anda, vamos porque hoje é o chá de bebê que as garotas prepararam, é o chá de bebê “best maternity”. – O Alessandro riu. – Elas vão enlouquecer o Molina.
- É mesmo, o SPA! – Eu comecei a rir. – Ele está mesmo preocupado.
- Tem que estar, elas vão obrigá-lo a ficar no quarto o tempo todo, você sabe, para qualquer eventualidade, e se bobear ele sai de lá de cílios postiços. – O Alessandro riu. – E mais tarde tem a festinha e o chá revelação.
- Ah, eu estou ansioso por essa parte. Ele não desconfiou de nada, eu sabia! – Eu comecei a rir.
- Pois é, e você ganhou de novo! Acho que eu vou entrar com recurso, você pode ter tido informação privilegiada. – O Alessandro me provocou.
- Não, Alessandro, o que vocês ainda não entenderam é que eu observo, por isso, geralmente, eu ganho as nossas apostas! – Eu falei convencido.
Depois de um café com o Alessandro eu passei no quarto da Mel mais uma vez, a Catarina contava as novidades para a Melissa, com a maior riqueza de detalhes que conseguia. Eu dei um beijo nela e fui para a minha sala, montada provisoriamente ao lado do quarto dela. Ela parecia tão bem e tão feliz que eu começava a acreditar que ela chegaria a trinta e duas semanas facilmente. Mas o tio Álvaro estava entrando para a avaliação dela e eu sempre ficava tenso nesse momento, como se eu prendesse o ar e só conseguisse soltar quando ele confirmava que estava tudo bem.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......