“Rafael”
Eu me sentei ao lado da Hana, segurando a sua mão entre as minhas e esperei. Eu queria muito saber o que tinha acontecido e ela estava disposta a compartilhar, finalmente ela estava baixando a guarda, eu só lamentava que fosse numa situação ruim.
- Ela me ligou hoje. Daquele jeito de sempre e exigiu que eu fosse ao aniversário do marido dela. Eu não entendo porque ela me exige essas coisas, se eles não me suportam. – A Hana começou a falar com a voz embargada, mas eu ainda não sabia de quem ela falava.
- Querida, nem toda mulher que gera uma criança se torna mãe. Ela exige a sua presença porque ela precisa satisfazer o próprio ego em algum nível. Eles querem a imagem de uma família perfeita e harmônica, para se exibirem para as pessoas, mas na verdade eles não se importam. – O tio começou a explicar e eu senti o meu coração rachar ao meio por ela.
- Foi a sua mãe quem te agrediu? – Eu perguntei com os olhos fechados.
- É, nós não temos uma relação muito saudável. – A Hana respondeu e eu senti em sua voz o constrangimento.
- Ela foi ao hospital hoje atrás de você e fez uma cena no meu consultório, um drama enorme, reclamou que você não a procura e me acusou de roubar o seu afeto. – O tio explicou.
- Por isso ela disse que você só faz caridade pra mim para aliviar a sua consciência. – A Hana lamentou.
- Você sabe que isso não é verdade. Você sabe que te considero como uma filha e a minha esposa também, você só não está morando conosco porque não quer. – O tio se apressou em dizer e ela o olhou com carinho.
- Eu sei, tio. Mas eu gosto de ter o meu espaço. – Ela explicou.
- Eu respeito isso, mas você sabe que tem a nós. – Ele insistiu. – Eu vim ver como você estava, justamente porque ela esteve atrás de você hoje. Você não quer contar o que aconteceu?
- É aniversário do marido dela hoje. Ela me ligou e exigiu a minha presença, falou todas aquelas coisas que você já sabe. Eu fui, mas quando cheguei, ela surtou porque eu cortei o cabelo e queria me obrigar a usar uma peruca. Eu me neguei e ela me bateu. O marido dela me jogou na rua e... – Ela estava explicando e eu não me aguentei.
- O marido dela tocou em você? – Eu quis saber e ela me olhou em dúvida.
- Ele me agarrou pelos cabelos e me arrastou até a rua. Ele sempre fez esse tipo de coisa. – Ela falou e eu senti a raiva crescer dentro de mim.
- Eu vou falar com eles. – Eu a encarei e ela segurou a minha mão.
- Não vai, porque não vale a pena. – Ela me olhou como se pedisse para deixar pra lá.
- Então eles nunca mais vão se aproximar de você, Hana, porque eu não vou permitir que ninguém mais te machuque. – Eu avisei e ela colocou a mão no meu rosto.
- É a minha mãe, ela é tóxica, mesquinha, narcisista, mas é a minha mãe. – Ela sussurrou.
- Minha flor, escuta o que o seu tio disse, ela não é mãe! – Eu olhei para ela, compreendendo um pouco mais porque ela era tão desconfiada e porque tinha tanto medo.
- Querida, você se importa de me deixar falar com o Rafael em particular? – O tio perguntou.
- Claro que não, tio. Vou para o meu quarto, quando terminarem me chamem. – Ela deu um beijo no rosto do tio e depois deu um beijo no meu rosto e saiu da sala.
- Estou vendo que vocês são bem mais do que amigos, não é, Rafael? – O tio dela me perguntou quando ficamos sozinhos.
- Eu estou completamente apaixonado por ela, mas ela não me deixa entrar. – Eu o encarei. – Hoje foi a primeira vez que ela baixou a guarda completamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......