“Hana”
Eu saí da casa da Catarina correndo, não quis assustar as garotas, por isso não expliquei o que estava acontecendo direito, apenas dei uma desculpa e fui. Enquanto eu estava no taxi eu pensei em milhares de coisas ruins, mas principalmente, pensei no quanto era absurdo que o Frederico, mesmo preso, conseguisse continuar me ameaçando, mas o que me assustava mesmo era o que ele poderia fazer comigo ou mandar fazer enquanto estava preso.
Quando o taxi parou em frente ao meu prédio eu estava nervosa e trêmula, ao descer eu notei uma viatura de polícia parada na esquina e o Rafael correu para me abraçar. Ele me apertou contra si, como se precisasse ter certeza de que eu estava ali e eu passei os meus braços em volta dele, porque eu precisava me sentir amparada e protegida e ninguém nunca tinha me feito sentir protegida antes do Rafael, que me tirou das garras do Frederico naquela noite no bar, quando poderia ter feito de conta que nem tinha visto nada.
O Rafael me levou para o meu apartamento, me colocou sentada no sofá e foi até a cozinha, quando voltou trazia consigo uma xícara de chá e me entregou, se sentando ao meu lado e puxando as minhas pernas para o seu colo.
- Fica calma, eu vou cuidar de você! – Ele falou baixo passando a mão pelo meu rosto.
- Eu não posso ficar calma, não depois de tudo o que ele fez comigo. – Eu respondi e tomei o chá. Ele esperou pacientemente que eu tomasse todo o conteúdo da xícara e quando eu acabei ele a tirou da minha mão e colocou sobre a mesinha.
- Minha flor, ele não vai tocar em você nunca mais.
Ele estava me fazendo uma promessa que eu sabia que seria impossível cumprir, porque se o Frederico quisesse, ele poderia me matar, mesmo com a polícia por perto e o Rafael tentando me proteger, ele poderia matar a nós dois.
- Você não sabe o quão cruel ele é. Ele não é só um agressor, ele é um bandido cruel, um monstro, um sádico. Na última surra que ele me deu, ele me deixou desfigurada e toda quebrada, eu passei por cirurgias, dor, reabilitação. Ele me quebrou inteira, fisicamente e emocionalmente. Você é o primeiro que me tocou, Rafael, depois daquilo tudo. E eu nem sei como eu estou confiando em você, nem sei como eu consigo sentir as coisas que eu sinto com você. Ele me manteve presa em casa por três meses antes de me dar a última surra. Três meses dos maiores horrores. Três meses submetida às sevícias dele, sendo amarrada e amordaçada e violada, por um homem em quem um dia eu inocentemente confiei, por quem eu me apaixonei. E eu só sobrevivi àquela última surra porque o meu tio conseguiu me encontrar. Tenho certeza de que você é capaz de imaginar tudo o que eu passei, eu sou mais uma da estatística que nós vemos nos jornais todos os dias. – Quando eu terminei de falar, eu estava chorando.
A dor que eu sentia sempre que tocava naquele assunto era como se os ossos da minha face ainda estivessem quebrados, eu sentia a dor emocional como uma dor física em todo o meu corpo, eu sentia a dor ao respirar, como senti quando tive o pulmão perfurado pelas costelas que aquele monstro me quebrou.
- Minha flor, você não é uma estatística, você é uma sobrevivente. E eu fico feliz que você consiga confiar em mim e que eu consiga te fazer sentir coisas boas. Mas eu quero que você se sinta protegida também, que você possa ter paz de espírito. – Ele tocou o meu rosto com cuidado, passando as pontas dos dedos, como se tirasse a dor dali.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......