“Hana”
Eu estava me sentindo tão mais leve depois que o Rafael e eu fomos à praia, aquele ritual de fogo seguido por banho de mar realmente teve um efeito dentro de mim. E que banho de mar! Ele foi tão carinhoso, me abraçou, beijou e acabou fazendo o que havia dito mais cedo e quando chegamos à sua caminhonete ele me levou para o banco de trás. Ali naquele canto de praia, meio deserto e já com a noite estendida sobre nós, eu senti o gosto de mar em sua pele, enquanto ele me possuía com aquela voracidade que me dizia que era bom demais estarmos juntos para que eu continuasse fugindo.
- Nossa, mas com esses olhinhos brilhantes e esse sorriso de quem ainda está sonhando eu só posso concluir que a noite foi boa, viu! – A voz da Adèle me tirou dos meus devaneios e me trouxe de volta para a realidade, onde eu estava sentada em minha mesa de trabalho.
- Ah, Del, foi, foi boa demais! – Eu continuei sorrindo. – Eu acho que eu devo um presente pra você e um pra Mel. Cadê ela?
- Nossa musa inspiradora não veio. Eu tinha uma consulta de rotina com o Molina, aí resolvi vir te ver e saber como foi ontem. Você tem tempo pra um café? – A Adèle me perguntou com um sorrisinho e aquela curiosa estava era querendo saber dos detalhes mais sórdidos.
- Tenho sim, meu chefe está em uma reunião fora do hospital. Podemos ir a cafeteria aqui do lado ou a lanchonete do hospital mesmo. O que você prefere? – Eu olhei para ela e o sorriso dela era, como sempre, pura malícia.
- Minha linda, vamos aqui na lanchonete do hospital mesmo, não quero te levar para fora e te deixar exposta. – Ela se lembrou que o Frederico havia me ameaçado e eu apenas dei um suspiro audível.
Nós estávamos conversando animadas em frente ao elevador, enquanto o mesmo não chegava, mas quando a porta de um deles se abriu o meu sorriso murchou. Eu não precisava daquela visita, não em um dia em que eu estava tão feliz.
- Nossa! Que roupa ridícula, Hana! Isso não fica bem em você. Olha essa cor, que coisa feia! Eu te dou tantos vestidos elegantes e decentes, porque você ainda tenta comprar alguma coisa? Você tem um péssimo gosto! – A minha mãe já se dirigiu a mim com o seu jeito amargo e rancoroso.
Eu olhei para a minha saia lápis azul marinho e a minha camisa Pink de mangas bufantes. Não havia nada de errado ali, eu tinha recebido muitos elogios pelo hospital e, o mais importante, o Rafael tinha gostado tanto que me prendeu contra a parede do closet e ameaçou me levar de volta para a cama, tirar só a minha calcinha e fazer amor comigo a manhã inteira enquanto eu ainda estava com aquela roupa. Ele só me soltou e me levou para o trabalho porque eu prometi que deixaria que ele fizesse isso à noite.
- E quem pediu a sua opinião, perua? – A Adèle perguntou e a minha mãe olhou para ela com uma expressão de raiva.
- É, “diga com quem andas e eu direi quem és”! Você está andando em péssima companhia, Hana! – Minha mãe falou para mim, mas em seguida se dirigiu a Adèle. – Olha criatura, é bom ter mais respeito comigo, eu sou uma senhora, não sou da sua laia e ela é minha filha, eu dou a opinião que eu quiser.
- Olha que louca! – A Adèle deu uma risada sarcástica e olhou para a minha mãe de cima a baixo com uma expressão de desdém que era quase cômica. – Ainda bem que você não é da minha laia. Mas deixa eu te dizer uma coisa, senhora, opinião é igual aquele orifício circular corrugado do corpo humano, todo mundo tem e não é porque a senhora tem que a senhora tem que dar! Então, senhora, se veio ser desagradável, deselegante e desnecessária, pode dar meia volta. – A Adèle pronunciava a palavra senhora cheia de ênfase e sem nenhum respeito.
- Que vulgaridade, que tipinho detestável! – Minha mãe falou olhando para a Adèle, que apenas riu.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......