“Hana”
Minha mãe olhou para o meu tio saindo do elevador e bufou. Ele a encarava como se estivesse pronto para uma batalha. E eu estava pensando em como ele sempre sabia que ela estava no hospital, porque todas as vezes ele sabia, mas essa foi a primeira vez que ele apareceu com os seguranças, o que me fez pensar que algo havia mudado, não só comigo em relação a ela, mas com ele em relação a ela. Fosse o que fosse, era algo importante, pois o meu tio era sensato e pacato demais, só reagia de forma tão contundente assim quando realmente a situação era muito grave.
- Olha aqui, Yusei, para de se meter entre a minha filha e eu! – Minha mãe encarou o meu tio.
- Para você, Suzy! – Eu falei alto, deixando de chamá-la de mãe pela primeira vez na vida e todos se viraram para mim. – O meu tio pode se meter onde ele quiser na minha vida, porque o meu tio quer o meu bem. Já você, Suzy, é só uma narcisista tóxica, nunca se comportou como a minha mãe e eu já deveria ter cortado esse vínculo há muito tempo. Mas eu estou cortando agora! À partir desse momento, Suzy, me esquece, você não é mais minha mãe, eu não quero nenhum tipo de vínculo com você, eu não quero nem saber da sua existência. À partir de agora, a mulher que me pariu está morta e enterrada! – Eu a encarei de queixo erguido e com seriedade.
Ela me olhava como se tivesse sido pega de surpresa, completamente chocada com a minha reação. Mas era isso, eu estava tirando tudo o que era ruim da minha vida e minha mãe, infelizmente, era péssima para mim.
- Tem certeza, querida? – Meu tio me olhou e eu fiz que sim, com um sorriso tímido, mas que dava a ele a tranquilidade necessária de que eu tinha tomado a decisão, com muita dor e com muita tristeza, mas sabendo que era necessário ou eu nunca sairia desse círculo vicioso que causava tantos danos. – Muito bem, senhores, acompanhem essa senhora até a rua. Escuta bem, Suzy, da próxima vez que você entrar nesse hospital para perturbar a Hana, eu vou me encarregar de que você saia daqui presa e você sabe bem porque. Então vai e não volta, não procura a Hana de novo.
Eu ouvi as palavras do meu tio, mas já estava chateada demais para me preocupar com o significado delas. Eu conversaria com ele depois.
- Yusei, isso não vai ficar assim! – Minha mãe ameaçou.
- Tenta se mexer e você vai ver que eu cumpro a minha promessa. – O meu tio encarou a minha mãe como um leão encarando a presa e ela se encolheu, bufou e nos deu as costas, sendo levada para fora pelos seguranças.
Eu respirei aliviada por aquele confronto ter acabado e por eu ter conseguido finalmente romper com aquela relação doentia e que me magoava profundamente.
- Hana, você está bem? – Meu tio perguntou com a mão no meu ombro e eu fiz que sim. – Eu vou cancelar minhas próximas consultas pra ficar um pouco com você.
- Não se preocupa, Dr. Yusei, pode ir ver os seus pacientes. A Hana e eu estávamos indo tomar um café e eu tenho um bom tempo livre, posso ficar com ela. – A Adèle sorriu para o meu tio.
- Ah, que bom, querida! Obrigado. Mas se você quiser eu também fico, Nana. – Ele me chamou pelo apelido carinhoso que os filhos dele me deram e me olhou mais uma vez.
- Não, tio, vai para as suas consultas, a gente se fala depois. – Eu sorri e dei um abraço nele. Que agradeceu mais uma vez a Adèle e nós entramos juntos no elevador. Antes de descer no seu andar, ele ainda me disse que se precisasse era só ligar.
- Eu gosto do Dr. Yusei, sempre sensato! Qual a especialidade dele mesmo? – A Adèle perguntou.
- Ele é cardiologista. – Eu sorri para ela. – Como o meu pai! E olha o que é o destino, o meu pai justamente morreu por problemas cardíacos.
- É, foi mesmo uma pena isso. Eu imagino o seu pai como o seu tio, um homem bom, sensato, educado. – A Adèle sorriu. – Você deve ter muito do seu pai.
- Meu tio diz que eu sou a versão feminina do meu pai. – Eu sorri. Eu gostava daquilo, gostava de saber que me parecia com o homem que me deu tanto amor e carinho na minha infância.
Nós descemos do elevador no andar da lanchonete e enquanto caminhávamos até lá a Adèle aproveitou o tempo para me aconselhar. Ela era divertida e cheia de pensamentos maliciosos, mas ela era uma pessoa com a cabeça equilibrada e dava bons conselhos.
- Hana, o que você fez hoje foi muito difícil e eu imagino que você esteja chateada. – Ela começou e eu fiz que sim.
- Deve ser isso o que chamam cortar na carne, quando você faz algo muito difícil, que te causa uma dor horrível, mas é extremamente necessário para o seu próprio bem. – Eu comentei e ela concordou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......