“Hana”
Foi tudo tão rápido! Entre o pânico que eu senti quando aquele homem me abraçar na porta do hospital e o alívio de ver o Rafael ali me tirando das garras daquele bandido não levou mais que alguns poucos minutos, mas um minuto a mais e o Rafael não teria chegado a tempo de impedir. Mas ele chegou e me salvou.
Depois ele me levou de volta para o hospital, insistindo que eu fosse examinada por um médico que fez exames e constatou que nada mais grave tinha acontecido e meu rosto voltaria ao normal dentro de alguns dias. Nós saímos do hospital e fomos para a delegacia, o Rafael ficou comigo o tempo inteiro e depois que saímos da delegacia ele me levou pra casa, tirou a minha roupa, me deu um banho longo e com muito carinho, me vestiu um pijama confortável e me colocou na cama.
- Agora, minha flor, eu vou preparar algo pra você comer. O que você quer? – Ele perguntou depois de passar a pomada recomendada pelo médico no meu rosto com a delicadeza de uma pluma.
- Sopa! – Eu sorri para ele e ele me sorriu de volta.
- Boa escolha! – Ele respondeu, mas sua voz estava triste, apesar dele estar sorrindo, então eu segurei a sua mão quando ele tentou se levantar e o fiz se sentar e novo. Ele me encarou com a cabeça meio de lado.
- Parece afinal que você não vai me matar. – Eu sorri e vi uma pequena faísca de contentamento em seus olhos.
- Não, eu não vou te matar! Mas eu vou te comer, sem as batatinhas! – Ele brincou se lembrando de uma das nossas conversas loucas.
- Pode me comer quando quiser. – Eu ri. – Afinal, parece que você é o meu herói! Meu herói psicopata gostoso!
- Parece que eu estou colecionando adjetivos. – Ele riu, mas a tristeza estava ali em seus olhos.
- Ei, Rafa, não foi sua culpa, se você não tivesse chegado, aquele monstro teria me levado para algum porão imundo, me violentado, me agredido e depois me matado, como ele disse que faria. – Eu repeti mais uma vez.
- Mas eu não consegui impedi-lo de te agredir. – Ele falou com os olhos brilhando úmidos.
- Isso aqui? Isso não foi nada perto do que o meu herói psicopata gostoso fez com ele. – Eu sorri, me lembrando da satisfação que eu senti ao ver o Rafael batendo naquele monstro.
Sim, eu não me importava de ser má por pensar assim, mas só quem já sentiu na pele entende que nem sempre dá pra ser magnânimo e não desejar o mal a quem te faz mal, às vezes a nossa humanidade nos trai e nos faz um pouquinho maus também. Mas eu já tinha aprendido que ninguém é totalmente bom e nem totalmente mal, a medida de cada coisa é que varia de um para o outro. Então sim, eu senti como se fosse justo o Rafael bater naquele homem por mim.
- Minha flor! – Ele se aproximou e beijou de leve a minha boca, com tanto cuidado que eu senti o seu beijo como uma brisa leve.
- Quem deveria sentir culpa é aquele segurança! Como ele não percebeu que eu fui agarrada e ameaçada?
- Ele achou que aquele homem fosse seu namorado e eu fosse tirar satisfação. Um idiota que não percebe quando uma mulher está sendo coagida. – O Rafael bufou. – Nem sempre dá para perceber, mas o vídeo de segurança que o hospital disponibilizou é nítido, você estava desconfortável, o segurança, no mínimo deveria ter abordado vocês com uma desculpa qualquer, ainda que fosse fingindo que queria te falar algo.
- É isso o que eu acho. – Eu concordei com ele e então me lembrei de outra coisa. – Obrigada por avisar ao meu tio e acalmá-lo.
- Ele não está calmo, ele está uma fera! E só não veio aqui porque eu disse que o médico recomendou que você descanse e eu ficaria aqui, bem grudado em você! – Ele avisou e deu um beijo em minha mão. – Hana, eu ainda não entendi, porque você saiu pela urgência?
- Eu saí conversando com uma enfermeira e me distraí no percurso, quando vi já estava na portaria da urgência e era mais rápido eu dar a volta por fora do que voltar por dentro do hospital. – Eu expliquei, mas já tinha me arrependido daquela escolha.
- Não faz mais isso, minha flor! – Ele pediu e eu concordei que tinha sido uma bobagem. – Eu vou fazer a sua sopa, descansa.
Ele me deu mais um beijo suave e saiu do quarto. Quando voltou um tempo depois, ele trazia uma bandeja com um prato de sopa e suco de laranja.
- Você é uma tarada, uma doida tarada! – Ele brincou e riu, mas depois me olhou sério. – Hoje não, minha flor, você já teve emoções demais para um dia só. Hoje você vai descansar aqui, no meu peito, vai dormir segura em meus braços, enquanto eu sinto você aqui comigo e me acalmo sabendo que você vai ficar bem, porque eu fiquei louco quando senti que podia perder você e foi uma das piores coisas que eu senti na minha vida. Eu não posso perder você, Hana!
- Isso não vai acontecer, Rafa. – Eu sussurei, sentindo uma emoção agarrar em minha garganta e me fazer engasgar. – Eu não posso ficar longe de você, eu não consigo!
- Isso é muito bom, minha flor! – Ele me deu um beijo na testa e me manteve firme em seus braços a noite toda.
E todas as vezes que eu acordei com um pesadelo em senti os seus braços ali, me mantendo segura, e senti os seus lábios quentes me darem um beijo calmo e suas mãos desenharem círculos em minhas costas até eu voltar a dormir. Eu nunca tinha me sentido tão bem, tão acolhida, tão protegida, tão amada!
N.A.:
Olá, queridos... como estão?
Meus lindos, Hana vai se curando aos poucos e o quanto o Rafael está sendo importante nesse processo não pode nos escapar da percepção, não é?! Mas ó, já sei que amanhã esses dois já vão estar naquelas discussões deliciosas que eles inventam e que acabam de um jeitinho interessante.
Hoje eu vou desejar um feliz aniversário para a minha querida Tairesrs e um feliz aniversário atrasado para a outra querida Rozane Brum. Minhas lindas que o futuro chegue e transforme o presente de vocês, que a infinita bondade de Deus continue iluminando os dias de vocês e mesmo quando eles pareçam escuros, saibam que Deus te leva pela mão. Muita saúde e principalmente que vocês se amem mais e sempre e sejam amadas com sinceridade. Lhes desejo muitos anos de vida e muita vida nestes anos!
Hoje também vou mandar um beijo no coração especial para os meu colegas advogados, que eu sei que tem advogadas por aqui e hoje é o dia dessa profissão. Sim, sei na pele o que é a labuta da advocacia real, embora eu esteja em um longo período sabático. A advocacia é uma profissão linda e difícil, porque ninguém vê os bastidores e eu mesma já ouvi muitas vezes “ah, mas advogado não faz nada”, mas nós sabemos o quanto fazemos e o quanto nos falta valorização, porque lamentavelmente alguns perderam a ética profissional pelo caminho e isso respinga em todos. Mas o que fazemos dia a dia é lutar pela justiça, por um processo digno e coerente e pela manutenção do direito amplamente. Meus parabéns a todos os advogados que permanecem na luta diária.
E antes que digam, “ah, mas tem coisa no livro que não funciona assim no direito”, sim, porque eu faço o uso daquela coisinha linda que chamamos de licença poética no texto para criar, afinal é uma ficção, em uma cidade ficcional, e às vezes é preciso dar uma dramatizada aqui, o que é possível porque esse livro não é técnico (tipo a cela especial, Ana, que eu imaginei a cena mil vezes, mas me lembrei de um cliente que eu tive há muito tempo que quis muito a cela especial e depois ficou chorando para voltar para a comum, mas a cena ficou melhor pra mim à moda antiga, foi meio que uma homenagem).
Beijo no coração, meus lindos!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......