Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1210

“Hana”

Eu estava me afundando na minha auto piedade quando o Rubens começou a bater na minha porta. Já tinham me encontrado aqui, eu deveria ter pensado nisso e ido para a casa do meu tio. Não demorou para que o Rafael estivesse ali também. Eu sabia bem que ou eu o enfrentava ou ele colocaria a porta abaixo, então eu abri a porta, mas eu não esperava que ele tivesse trazido com ele aquela mulher. O que ele pretendia?

- O que você está fazendo aqui, Rúbia? – O Rafael perguntou irritado.

- Eu vim falar com a Hana. Eu que causei esse problema, eu vim me desculpar. – A mulher falou e parou em frente a nós. Pelo jeito, ela não tinha vindo com ele.

- Rub, não é o momento. – O Rafael falou num tom menos belicoso. – Aliás, como você chegou aqui?

- De taxi! Eu perguntei ao Anderson se ele sabia como eu poderia conseguir o endereço da Hana e ele conseguiu. – A Rúbia explicou.

- Chefe, fui eu quem deu o endereço, o Anderson me ligou, disse que a moça estava chateada. Deixa a moça falar com a pequena, as mulheres se entendem. – O Rubens se aproximou e o Rafael bufou.

- Quer saber, Hana, me lembrei de uma coisa. – O Rafael me soltou.

Ele foi até a porta, a trancou e tirou a chave, pegou a minha chave extra sobre o aparador e depois foi até a porta de serviço e fez o mesmo. Ele estava nos trancando dentro, como eu tinha feito com ele no dia em que tudo isso começou.

- Pronto, Hana, agora estamos todos trancados aqui até você me escutar e me perdoar por não ter te ligado antes de dormir. – O Rafael voltou para a sala e me encarou.

- Você é um psicopata mesmo! – Eu resmunguei.

- E você é doida, Hana, e como disse a Melissa, eu te mereço. Então agora senta, porque nós vamos resolver isso. – Ele estava me encarando sério, até meio impaciente.

- Isso vai demorar... – O Rubens reclamou. – Pequena, posso fazer um café? – Eu revirei os olhos e bufei. Que circo que eles armaram na minha casa.

- Vai lá, Rubens, faz o que quiser. – Eu respondi e me sentei. – Fala logo, Rafael.

- Vai lá pra cozinha, Rafael, me deixa falar com ela. – A mulher encarou o Rafael, que não parecia disposto a se mover. – Nossa, a Giovana tem mesmo a quem puxar ser tão pirracenta!

O Rafael bufou e foi para a cozinha, me deixando sozinha com aquela mulher. Eu me senti oprimida, ela era linda e cheia de atitude e eu estava mais para um bichinho assustado e encolhido no canto.

- Posso me sentar, Hana? – Ela perguntou com a voz suave e eu fiz que sim. – Eu sou a Rúbia. Me desculpe por toda essa confusão. Eu não sabia que o Rafael tinha uma namorada. Mas também, nós batemos na porta dele essa manhã como três loucas fazendo o mundo desabar sobre a cabeça dele. – Ela deu uma risadinha. – Hana, o Rafael e eu somos amigos apenas. Eu sou a tia da filha dele. Você sabe o que está acontecendo com a Giovana, não sabe?

Eu a encarei e a observei, havia algo nela que transmitia confiança, a voz dela era suave e calmante e a sua postura era de respeito. Mas como eu podia acreditar que essa mulher não tinha nada com o Rafael? Eles combinavam muito, ele lindo, ela linda e tão simpática!

- Ele me falou sobre a filha e o que ela aprontou com a mãe na Irlanda. – Eu respondi porque ela era tão magnética que era impossível ignorá-la.

- Então... – Ela se aproximou um pouco mais. – Acontece que, ao que parece, minha família é toda meio complicada. Olha pra você ver, minha irmã dormiu com o melhor amigo uma vez e engravidou, ela deveria ter jogado na loteria naquele dia e não ter feito sexo! – Ela falou em um tom de piada e eu dei um pequeno sorriso.

- Você não tem nada mesmo com ele? – Eu perguntei e ela deu um sorriso.

- Ele não é o meu tipo. – Ela olhou pelo canto do olho em direção a cozinha, depois me olhou e abaixou a voz. – O careca alto que foi fazer o café, ah, esse é o meu tipo! Alto, forte, cara de mau, mas pelo jeito que falou com você é um cachorrinho fofo! – Ela sorriu e eu sorri com ela, o Rubens realmente era fofo.

- É o Rubens, segurança do bar, mas o Rafael colocou atrás de mim. – Eu contei.

- É! E a minha irmã é uma boa mãe, mesmo de longe, ela sempre ligava, contribuía com as despesas da Gi, fazia tudo o que a filha queria, sempre participou das decisões importantes, enfim, ela estava longe, mas sempre perto, dá para entender? – Ela me olhou como se fosse tudo muito confuso.

- Sim, eu entendo. E você acha que toda essa rebeldia é para atingir a mãe? – Eu perguntei e ela fez que sim.

- Eu sei que algo dói dentro da Gi, mas ela se fechou. Eu acho que ela está confusa, agarrada em tudo o que a avó falou. Minha mãe falou muitas vezes com a Rai que se ela se preocupasse com a filha não deveria ter ido embora e a Gi jogou isso na cara da Rai.

- E eu que achei que só eu tinha mãe problemática! – Eu comentei e ela riu.

- Hana, dá uma chance para o Rafa, ele não fez nada de errado. Prometo pra você que nós vamos para a casa da minha mãe. – Ela sugeriu, mas eu não podia pedir isso, não depois do que ela me contou.

- Vocês não têm que ir para a casa da sua mãe. – Eu a olhei por um momento. – Obrigada por ter se preocupado em explicar as coisas, eu também deveria ter entrado e confrontado o Rafael.

- É, deveria. Vou te dizer uma coisa, a gente não deve facilitar as coisas assim não, mulher, no mínimo a gente entra, faz um barraco, coloca a outra pra fora e depois vai embora pleníssima. – Ela era engraçada e eu comecei a rir.

- Você faria um barraco? – Eu perguntei.

- Se fosse eu, teria arrastado a mulher pra fora pelos cabelos. – Ela riu. – O seu segurança brutamontes é casado, tem namorada, rolo...?

- Não, ele é divorciado, está sozinho. – Eu achei graça da pergunta.

- Ótimo, vou lá para a cozinha ajudar com o café e te mando o Rafa. Perdoa, mas deixa ele se arrastar aos seus pés primeiro, não facilita que é pra ele saber que se aprontar vai ser pior. – Ela me aconselhou e eu ri. Ela se levantou e foi para a cozinha.