Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1215

“Hana”

Eu vivi tanto tempo sendo agredida e ofendida que eu acho que acabei me acostumando com algumas coisas. Ser chamada de vadia, de vagabunda, isso não me afetava mais. Além do mais eu sabia que aquela menina estava com problemas e eu tinha que ser madura o suficiente para ignorar o seu comportamento ofensivo.

Estavam todos ali nervosos demais e ela estava deixando todos no limite, se eu não mantivesse a calma, aquilo poderia virar uma confusão de agressões físicas das quais todos se arrependeriam depois, então eu respirei fundo e, me lembrando do que a Rúbia falou no elevador, eu dei um passo em direção a ela. Ela arregalou os olhos quando eu me aproximei.

- Olha, Giovana, olha bem, pra você nunca esquecer o que uma escolha ruim pode fazer com a gente. – Eu deixei que ela olhasse bem pra mim. – Mas se isso não for suficiente eu posso te mostrar as fotos que a polícia tirou de mim quando me encontrou quase morta no apartamento do meu ex namorado, depois que ele me espancou.

- Do que você está falando? – Ela me encarou e eu percebi que ficou confusa com a minha reação.

- Eu estou falando que eu não sou uma vagabunda, que eu não sou uma vadia, que isso aqui não foi feito por um cafetão. Foi feito por um amiguinho do meu ex namorado, que mesmo preso mandou um amiguinho dele me bater. Você já apanhou, Giovana? Você sabe a dor que dá na alma depois que você leva um tapa? – Eu perguntei porque eu tinha quase certeza que aquela menina nunca tinha levado um beliscão sequer.

- E por que eu apanharia? – Ela me encarou.

Ela tentou manter a postura altiva, mas ela estava ficando desconcertada, eu sabia que estava. Porque era assim que as pessoas ficavam quando eu mostrava as marcas, quando eu falava sobre as agressões que eu sofri. Elas ficavam desconfortáveis, porque elas queriam continuar ignorando que o mal existia.

- Exatamente! Por quê? E por que você acha que eu apanhei? – Eu perguntei e ela olhou para os lados, estavam todos como que suspensos na expectativa do que ia acontecer desse embate.

- Com certeza você fez alguma coisa, com certeza você mereceu! – Ela me encarou e eu sorri.

- Pobre de você! Tão parecida comigo! Tão disposta a aceitar ser tratada como lixo e achar que merece. Sabe o que eu fiz na primeira vez que ele me bateu? – Eu perguntei e ela me encarou.

- Eu aceitei, porque ele me disse que a culpa era minha, porque ele me bateu porque eu estava maquiada como uma vadia e eu tinha que aprender a ser decente. – Eu dei um sorriso triste para ela. – Então eu achei que eu mereci. Sabe o que eu fiz? Eu lavei o rosto e não usei maquiagem mais. E eu estava maquiada porque eu estava esperando por ele, queria estar bonita pra ele. Entende, Giovana, o que eu fiz para merecer apanhar? – Eu a encarei.

- E por que ele mandou fazer isso com você agora? – Ela perguntou.

- Ah, isso eu talvez tenha merecido, porque eu o denunciei, pela segunda vez! E ele foi preso, pela segunda vez. Ele tentou me agredir, lá no bar do seu pai. E o seu pai me defendeu, sabia? Ele me ajudou. E quer saber mais? Eu só estou aqui hoje, viva, porque o seu pai chegou bem na hora outra vez e me salvou de novo. Se não fosse o seu pai, o resultado poderia ser bem pior do que um olho roxo. – Eu contei e ela olhou para o pai, meio desconfiada.

- Você maltratou o meu pai e ele te ajudou. Irônico isso, né?! – Ela deu uma risadinha sarcástica.

- Muito! E eu estava errada. Mas você já ouviu falar de gatilho emocional, Giovana? Pode ser uma situação, uma palavra, até um cheiro, que desencadeia uma resposta emocional automática, difícil de suprimir. Você é capaz de imaginar quantos gatilhos emocionais uma pessoa que viveu quase cinco anos sendo agredida física e verbalmente pode ter? São muitos e os mais diversos. Mas eu estou tratando isso e seu pai e eu, já resolvemos nossas diferenças. – Eu falei com calma.

- Gatilho emocional? – Ela deu uma risada cínica. – Eu te chamei de vadia e não te deu um gatilho.

- Pra você ver, eu já fui chamada de vadia e vagabunda tantas vezes que o sentido dessas palavras se esvaziou pra mim. Não faz diferença. – Eu sorri para ela.

- Eu não gosto de você! – Ela me encarou, havia tanta raiva nela que parecia até uma corrente elétrica quente emanando do seu corpo.

- Tudo bem, você não é obrigada a gostar de mim. Mas nós podemos conviver sem nos agredir, você não acha? – Eu perguntei e ela me olhou como se estivesse em dúvida.

- E por que nós teríamos que conviver? – Ela perguntou e eu não sabia o que dizer, não sabia se podia dizer o que acontecia entre o pai dela e eu.

- Vocês vão conviver, Giovana, porque você é minha filha e a Hana é a minha namorada. E eu amo as duas e não quero ter que escolher. – O Rafael se colocou ao meu lado e encarou a filha e o que ele disse ficou ecoando na minha cabeça.

- Você está namorando com ela? – Ela perguntou indignada. – Você deixou a Mel se casar com o idiota e está namorando com ela?

- Giovana, tenha respeito pelas pessoas! O Fernando é um bom homem e sempre foi muito gentil com você! Esquece a Melissa e essa sua idéia ridícula de que eu deveria ficar com ela. A Melissa é uma ótima pessoa, muito querida e te ajudou muito, mas foi isso e já foi! Agora ela está casada, grávida e feliz! – O Rafael olhou para a filha que olhava para ele sem acreditar e a minha cabeça ainda dava voltas com o que ele tinha falado sobre amar a nós duas.

- Grávida? – Ela perguntou.

- Ah, é, grávida. E você saberia, se tivesse usado a sua internet para conversar com ela ao invés de conversar com um estranho que te iludiu e te transformou nisso! – O Rafael estava tão tenso, tão nervoso que não se aguentou e eu precisava focar depressa, depois eu pensaria no que ele disse.

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