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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1225

“Giovana”

Eu não entendia por que o meu pai, que sempre foi tão bom e amoroso comigo, agora estava contra mim assim. Mas isso era culpa da minha mãe, ela sempre fazia a cabeça dele. Às vezes eu queria que eles fossem aqueles pais que se odiavam, que vivem brigando por causa de tudo e só se lembram que têm filho quando precisam usá-lo para atacar um ao outro. Mas não, os meus pais não podiam ser normais e se odiar, eles tinham que ser “best friends forever”, sempre assim, os melhores amiguinhos do mundo.

Mas eu ia mostrar para o meu pai como era ruim o que ele estava fazendo comigo, eu ia fazer aquela Hana odiá-lo, só para ele sentir o que eu estava sentindo, como era ruim ser separado de quem a gente amava, talvez assim ele voltasse a pensar e me entendesse e me apoiasse. Eu só tinha que pensar muito direitinho como eu faria aquela mulher surtar, qual seria a primeira coisa que eu faria para ela começar a enlouquecer e querer ficar longe do meu pai.

- Gi, vem, está na hora do almoço. – O meu pai apareceu na porta, como se nada estivesse errado.

Eu apenas olhei e me virei na cama, olhando para a parede, sem me importar com ele, eu não queria me sentar para comer com ele. Eu estava muito decepcionada por ele achar que sabia melhor do que eu o que era melhor para mim.

- Giovana, vamos almoçar! – Ele falou com um tom mais rígido e eu nem me movi. Era frustrante não ser ouvido, que ele lidasse com isso.

- Anderson, hora de trabalhar, quero a rainha do drama sentada à mesa para almoçar. – Meu pai falou com o bruto e eu escutei os seus passos se afastando da minha porta.

- Vamos lá, criança, você ouviu o seu pai. – O bruto falou da porta, ele estava se divertindo com o meu sofrimento. – Criança, escuta bem, você vai se sentar para almoçar com o seu pai. Isso é um fato! Como você vai, você pode escolher. Eu ainda não ultrapassei a porta do seu quarto, mas se precisar eu vou entrar aí e te levar para almoçar com o seu pai.

- Ah, é?! – Eu me levantei, coloquei as mãos na cintura e o encarei. – E o que você vai fazer? Me arrastar pelos cabelos?

- Eu não sou um homem das cavernas, criança, meus pais me deram educação e eu aprendi! – Ele deu um sorriso de lado, como se o desafio o instigasse a me desafiar de volta. – Você vai com as perninhas que você tem?

Eu me mantive onde estava, olhando para ele e o meu olhar já dizia que eu não iria a lugar nenhum! Ele deu um passo para dentro do meu quarto e antes que eu reagisse ele já tinha me pegado no colo como um bebê.

- Me solta! Me solta, bruto! Me solta! – Eu comecei a me debater, mas de nada adiantou, ele me levou e me colocou sentada na cadeira ao lado do meu pai que estava rindo.

- Está aí, chefe, seu bebê! – Ele ainda teve a coragem de dar dois tapinhas na minha cabeça como se eu fosse um cachorro. – Se quiser eu posso colocar a comida na boca da criança também! – Ele ofereceu e o meu pai caiu na gargalhada.

- Olha, Anderson, isso eu gostaria de ver. Sente-se aí ao lado da criança, se ela não conseguir comer sozinha você pode ajudá-la.

A mesa estava posta e meu pai tinha cozinhado. A comida dele, além de ser muito boa, tinha um aroma que já me deixava com fome, mas eu tinha que resistir, mesmo que ele tivesse feito bife acebolado e batatas fritas. Mesmo assim eu não me mexi. Meu pai deu um suspiro alto, pegou o meu prato e me serviu.

- Já sabe, Giovana, nessa casa não jogamos comida fora. – Ele me alertou, sempre com aquele papo de que tinha gente passando fome no mundo e eu tinha que ser grata pela comida na mesa.

- Quer que eu corte a carne para você, criança? – Aquele bruto perguntou com aquele sorrisinho de lado, todo debochado, se divertindo muito em me ver sofrer. Eu olhei para ele com tanta raiva! – Será que morde? – Ele olhou para o meu pai que estava se acabando de rir.

- Não sei! – Meu pai respondeu entre os risos. – Mas pelo menos está com as vacinas em dia.

Eu abri uma boca enorme e ele pousou o garfo na minha língua e eu fechei a boca e comecei a mastigar. Rindo daquela cena ridícula. Eu olhei para o lado e vi o meu pai enxugando as lágrimas. Ele estava chorando e rindo.

- Mais um? – O bruto ridículo perguntou e eu o encarei.

- Meu dá o meu prato, bruto ridículo, e vê se come o seu almoço porque nessa casa não se j**a comida fora! – Eu falei para ele, tentando esconder a minha diversão, mas o meu coração ainda estava segurando as lágrimas do meu pai.

- Ah, criança, deixa eu te contar, eu nunca jogo comida fora! – O bruto ridículo falou com um sorriso enorme, me entregou o meu prato e começou a comer.

- Para de me chamar de criança! – Eu pedi de novo e ele me encarou com aqueles grandes olhos castanhos claros como mel.

- Quando você parar de agir como criança! – Ele respondeu sério. – Quer respeito, criança, respeite os outros! Quer ser tratada como uma jovem senhorita? Se comporte como uma jovem senhorita. Porque até agora, tudo o que eu vejo na minha frente é uma criança de cinco anos birrenta e mimada. – Ele deu uma olhada para o meu pai. – Desculpe, chefe, mas é a verdade e quem fala a verdade não merece castigo!

- Não, Anderson, não merece. Você está certo! Eu já falei isso para a Giovana, sempre devemos agir com a verdade e falar a verdade, às vezes ela dói, mas a verdade sempre dói menos que a mentira. – Meu pai relembrou algo que ele sempre me dizia e que eu valorizava, porque ele nunca mentia pra mim.

Eu abaixei a minha cabeça e comecei a comer. A comida estava deliciosa, eu estava com fome, mas eu sentia algo pesar dentro de mim e um nó foi subindo pela minha garganta. E eu senti uma estranha vontade de pegar aquele momento em que o bruto ridículo estava fazendo piada de mim, imitando desastrosamente um avião, enquanto o meu pai ria, e guardar num vídeo para sempre, como um momento especial que eu quisesse que se prolongasse, como se nada mais importasse só aquelas risadas e a brincadeira.

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