“Giovana”
Eu fiquei tão brava com aquela mãe da Hana! Eu nunca tinha visto uma mãe falar daquele jeito com uma filha, nem a minha avó que vivia pegando no pé da minha mãe e da minha tia nunca tinha dito tantas coisas cruéis. E eu vi a decepção e a tristeza nos olhos da Hana. E vi quando ela simplesmente fechou os olhos e esperou o golpe da mão da mãe dela, a mulher que deveria amá-la acima de tudo. Minha mãe nunca havia me batido, sequer ameaçado.
Mas eu entendi que aquela mulher não amava a Hana. E eu entendi tudo o que meu pai sempre disse sobre a minha mãe me amar e tudo o que a Hana tinha me dito nos últimos dias sobre a minha mãe ser uma boa mãe. A Hana não merecia mesmo aquilo, ninguém merecia não ser amado pela própria mãe. E eu já estava gostando tanto da Hana, porque ela me ouviu, ela me deixou gritar e chorar quando eu estava com mais raiva e ela foi gentil, mesmo eu tendo sido uma peste. Então eu não deixaria aquela mulher encostar nela.
Eu defendi a Hana com toda a força que eu tinha e depois o Anderson defendeu a nós duas. Tá, ele era pago para isso, mas o jeito como ele falou, foi como se ele fosse me defender de qualquer jeito, mesmo que não fosse pago para isso. Eu gostei, mesmo eu estando chateada com ele por causa daquela coisa ridícula que ele disse no salão. Poxa, uma gracinha? Quando eu tinha cinco anos eu era uma gracinha, mas agora eu queria que ele me achasse linda.
Eu fiquei pensando nisso enquanto abria as sacolas no meu quarto. Mas tinha uma sacola ali que não era minha e eu a tinha visto com ele quando nós saímos da perfumaria. Eu dei uma espiadinha dentro e tinha uma caixa de chocolates, lindos bombons variados de uma marca artesanal.
A caixa era linda! Será que eram para a mãe dele? Ou será que ele tinha namorada? Eu não sabia se ele tinha namorada. Tão lindo como ele era, devia ter uma namorada que ele achava linda e dissesse para ela o tempo todo que ela era linda. Bom, mas aqueles bombons não eram para mim e eu devolveria depois do jantar, então assim que eu voltei para o quarto depois do jantar e ele posicionou a cadeira na frente da minha porta, como sempre de costas para o meu quarto, eu o chamei.
- Bruto ridículo? Acho que isso aqui é seu, veio por engano para o meu quarto. – Eu estiquei a sacola para ele. Ele virou a cabeça e observou o que tinha em minha mão.
- Não, ferinha, isso é seu! – Ele falou simplesmente e virou a cabeça de volta para o início do corredor.
- Não é não, eu tenho certeza de que eu não comprei nada nessa loja. – Eu respondi e o escutei respirar fundo. Ele se levantou e tirou a poltrona do caminho, me encarou, mas não entrou no meu quarto.
- Vem cá, ferinha! – Ele chamou e eu me aproximei. Ele pegou a sacola, tocando a minha mão e me puxando um pouco mais para perto dele, mas sem olhar para a sacola, olhando para mim. – Isso é para você! Tem um cartão dentro.
Eu o olhei com certa curiosidade. Ele tinha comprado bombons para mim? Ele se encostou no batente da porta e cruzou os braços, estava usando uma calça jeans, tênis e uma camisa de malha branca, que o fazia parecer muito mais jovem do que era. Eu me perdi por um momento o observando, vendo o contorno dos seus braços fortes e a sua boca puxada num sorrisinho torto, meio tímido.
Eu abri a sacola e tirei de dentro o envelope com o cartão, que estava quase debaixo da caixa de bombons e eu não tinha reparado antes. Eu tirei o cartão do envelope e o encarei antes de ler. Eu olhei para o cartão e me surpreendi com a sua letra de imprensa bem feita e bonita. E então eu li:
“Giovana, me desculpe por ter sido um idiota que parece que não sabe elogiar uma moça. Jamais tive a intenção de te decepcionar, eu apenas não soube como reagir naquele momento porque fiquei sem palavras diante de você. Você é uma garota muito linda e ficou ainda mais linda com esse novo cabelo. Eu queria muito te dizer isso, mas eu não sabia como. Eu espero que você possa me perdoar. Você é muito mais do que uma gracinha, você é linda e encantadora. Me desculpe. Anderson.”
Eu li e reli o cartão, surpresa com o que estava ali. E eu estava sorrindo, era fofo o que ele tinha feito, mas eu ainda queria ouvir dele as palavras. Mas para aquele momento bastava. Meu coração batia tão forte no meu peito que parecia que ia explodir dentro de mim. Eu queria pular no pescoço dele, mas eu também não podia. E aí, quem não sabia o que fazer naquele momento era eu.
- Sabe, ferinha, você não é uma criança, você é uma jovem que me deixa desconcertado e sem palavras às vezes. – Ele falou e tocou o meu cabelo, segurando algumas pontas entre os dedos. – Esse cabelo preto, com mechinhas cor de rosa e cortado em camadas, jogado assim de lado e caindo caprichosamente cheio de movimento, te deixou muito mais linda e charmosa.
Eu olhava para ele completamente hipnotizada, com os olhos bem abertos, não querendo perder nada do que ele dizia ou fazia. Ele deu um sorriso lindo, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados e brancos e aquele sorriso foi direto no meu coração disparado e o fez saltar, como se fosse um cavalo a galope que dá um longo salto e demora a tocar o chão novamente.
- Você é linda demais, Gi, e tem muitas qualidades que tentaram tirar de você, mas felizmente não conseguiram. Foi tão incrível ver você defendendo a Hana hoje e depois foi lindo te ver com os seus pais. Você tem muitos sentimentos bons dentro de você e isso te torna a pessoa mais especial que eu já conheci na vida. – Ele continuou falando e tocando o meu cabelo com cuidado.
- Você me acha especial? – Eu perguntei quase sem fôlego.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......