“Rafael”
A Giovana não era boba, ela não estava apenas “coletando dados”, aliás, isso era o que ela não estava fazendo, ela tinha dado mesmo um jeito de tentar me convencer que ela podia beijar na boca e que eu não podia reclamar. Mas ela também tinha dado um jeito de obter mais informações do Anderson. Confesso que me diverti com a forma como ele ficou sem graça, parecia estar com vergonha de dizer, o que era no mínimo curioso porque geralmente os rapazes não se importam em contar essas coisas e alguns idiotas adoram se gabar. Eu gostava da reação do Anderson.
- Vai, Anderson, conta! – A Hana incentivou e o Anderson estava como se tentasse se esconder.
- Não é uma boa idéia! – Ele respondeu e a Giovana o encarou, como quem não desistiria. Ele revirou os olhos. – Desculpa, chefe, o que eu faço?
- Conta pra ela. – Eu dei de ombros, a essa altura eu estava curioso. – Mas depois da professora de matemática, eu acho que é bom você escolher bem as palavras. – Eu o alertei e esperei pela resposta. Na verdade eu estava me divertindo com a situação.
- Ferinha, deixa isso pra lá. – Ele pediu, mas ela não deixaria. Ele parou, passou a mão no rosto e a encarou. – Eu tinha doze anos, foi com uma garota da escola que tinha quinze e foi péssimo, porque eu nem tinha idéia do que estava fazendo e uma amiga dela tirou uma foto horrível e espalhou na escola. Eu virei o peixinho dourado por três longos anos!
- Peixinho dourado? – Eu o encarei com um sorriso e ele me encarou muito sem graça. – Por que diabos peixinho dourado?
- Chefe! Me ajuda! – O Anderson pediu, mas eu já estava rindo. – Porque eu não sabia o que fazer e fiz um bico enorme e a garota espalhou na escola que eu parecia um peixinho dourado. – Ele explicou e eu comecei a rir, não consegui conter a risada, precisei me encostar no meu carro para rir.
- Ah, eu quero ver esse biquinho! – O Rubens provocou e nós rimos ainda mais.
- Custava ter deixado pra lá, ferinha? – Ele perguntou para a Giovana, que deu um sorrisinho travesso para ele.
- Eu espero que você já tenha aprendido a beijar, Anderson! – Ela falou e entrou depressa no carro e antes de fechar a porta ela deu o último aviso. – Eu ainda não dei o meu primeiro beijo!
Ela bateu a porta, deixando a mim e ao Anderson completamente mudos olhando para ela. Eu olhei para ele e ergui o dedo.
- E ela só vai dar esse beijo aos trinta e quatro anos! – Eu avisei e foi a vez dele dar um sorrisinho travesso.
- Chefe, eu posso esperar, mas será que ela pode? Acho melhor baixar isso para uma expectativa mais realista. – Ele sorriu e me deu as costas, indo em direção ao carro do Rubens. Mas ele parou a meio caminho e se virou. – Quando você tiver um número, me avisa, por favor? Ah, e eu preciso falar com você.
- Você viu isso, minha doida? – Eu olhei para a Hana, que estava rindo. – Essa menina vai me enlouquecer!
- Psicogato, sabe o que eu acho?! – A Hana me abraçou e falou no meu ouvido. – É melhor ir combinando as coisas com o Anderson, porque ele vai tratar a Gi como ela merece e não vai avançar os sinais.
- Quando foi que essa menina cresceu? – Eu brinquei, mas estava um tanto zonzo com a minha filha, e a Hana riu. – Eu gosto dele. E eu concordo com você, ele vai tratá-la como ela merece. Mas eu tenho que me fazer de pai rígido ou a Giovana vai querer beijá-lo ainda hoje!
- Acho que não vai ser hoje para a Giovana, mas eu quero te beijar muito hoje! – A Hana confidenciou no meu ouvido e eu a abracei bem apertado. O meu alívio por ela estar ali era imenso e eu também queria beijá-la muito!
- Estou te achando muito feliz e cheia de disposição para quem foi drogada e quase sequestrada hoje. – Eu comentei e ela me deu um beijo no pescoço, um daqueles que me deixava arrepiado.
- É, eu fui drogada e quase sequestrada hoje, mas e daí? Eu vivi tanto tempo pensando que só existia maldade no mundo que o que aconteceu hoje nem me surpreende. O que me surpreendeu mesmo foi perceber quantas pessoas eu tenho na minha vida agora, pessoas que me amam, que me querem bem, que me fazem bem! Eu tenho meus tios, amigos, a Gi, eu tenho você!
- É, você me tem! – Eu sorri para ela, sentindo a alegria dela me contagiar.
- Eu percebi, meu amor, que eu não estou mais sozinha e que eu tenho muitos motivos para estar feliz e cheia de disposição. Além de ter dois dias de folga pra ficar com você, que vão ser quatro porque o final de semana é logo em seguida. – Ela me lembrou e foi a minha vez de ficar animado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......