“Anderson”
Aquele entrelaçar de dedos que nos mantinha conectados só se soltou quando eu abri a porta do apartamento e nós entramos, o Rafael estava sentado no sofá conferindo alguns papéis e se levantou imediatamente para abraçar a filha.
- Como foi na escola hoje, querida? – Ele perguntou e encarou a Giovana que tinha um sorrisinho todo convencido.
- Pai, meu novo lema é: cabeça erguida, sorriso no rosto, ouvido de mercador e beijinho para as invejosas! Eu me saí muito bem! – Ela parecia cheia de energia e feliz.
- É? Olha, gostei de ouvir isso. Parabéns! – O Rafael me olhou, estreitou os olhos e se aproximou de mim.
- Gracinha, rosa combina com você, mas eu acho que você deveria limpar essa marquinha de beijo aí no rosto antes que a ferinha veja. – O Rafael se aproximou mais e examinou o meu rosto.
Ele estava de piada comigo, porque ele sabia muito bem de quem era aquele batom que eu tinha esquecido de limpar e eu fiquei um pouco envergonhado, foi um deslize da minha parte, não que eu fosse esconder dele o que tinha acontecido, não ia, mas deixar a marca contar não foi muito inteligente.
- Não posso brigar comigo mesma, pai! – A Giovana parou ao lado dele e observou a marca do seu batom em mim. – Meu beijo combina mesmo com você!- Ela declarou e deixou o Rafael e a mim de boca aberta.
- Viu isso? Está cada dia mais atrevida! – O Rafael comentou e eu ri um pouco sem graça.
- Você quem começou, chefe! – Eu respondi meio sem jeito e ele riu.
- Sei, comecei... além desse beijo no rosto, há algo mais que eu precise saber? – Ele perguntou olhando pra mim e eu o encarei, não tinha nada mais, mas antes que eu respondesse a ferinha se adiantou.
- Relaxa, pai, ele ainda não me deu o beijo que eu estou esperando, o beijo de verdade, aquele na boca, sabe?! Mas eu o abracei lá na garagem. – A Giovana respondeu e o Rafael olhou para ela outra vez de boca aberta. – Quer saber, vou abraçar de novo, vou aproveitar que abraçar pode!
Ela me abraçou de novo e eu não resisti, fechei os meus braços em torno dela e dei um beijo em sua cabeça. Vendo um Rafael chocado, mas ao mesmo tempo divertido, com a atitude da filha.
- Ai, minha filha, é bom ver a sua determinação. E sim, abraçar pode, mas vocês vão ficar abraçados o dia todo? – Ele perguntou em tom de brincadeira.
- Ah, pai, bem que eu gostaria!
- Minha nossa, já estou prevendo um futuro muito meloso se um dia vocês namorarem. – Ele revirou os olhos.
- Se, pai? Minha nossa, você é um cético! Eu pedi o gracinha em namoro hoje! – E a Giovana tinha deixado o pai de boca aberta pela terceira vez em menos de vinte minutos.
- Desculpa, chefe, mas ela sabe que eu estou esperando por ela. – Eu dei de ombros e ele nos encarou.
- Mas não seria correto você me pedir para namorar com ela? – Ele perguntou e eu ri, porque eu deveria fazer isso, no devido tempo.
- Eu pretendia fazer isso, mais pra frente, porque nós ainda não estamos prontos. Mas o meu coração é dela, chefe, e ela sabe. – Eu revelei e vi o sorriso crescer no rosto da minha ferinha.
- Isso até eu já sei, mas você desistiu de fazer o pedido de namoro? – Ele perguntou.
- Não, só que vou fazer em momento mais oportuno. Por enquanto, eu quero pedir sua permissão para cortejar a sua filha e tentar conquistá-la. – Eu pedi e ele deu uma risada alta.
- Gracinha, você já me conquistou. – A Giovana estava impossível!
- Filha, se faça de difícil, por favor. – O Rafael olhou para a filha já sabendo que era batalha perdida.
- Ah, pai, eu não vou me fazer de difícil não, pra quê? Eu gosto dele, ele gosta de mim, pra quê complicar? Não entendo! Acho que por isso que as pessoas são infelizes, ficam complicando tudo. – A Giovana defendeu o seu ponto e eu tinha que concordar com ela, às vezes a gente complicava o que era muito simples.
- Ainda bem que ele não é o tipo mais atiradinho. – O Rafael pareceu falar mais para si mesmo. – Anderson, você pode cortejá-la, mas eu acho que você já está fazendo isso, então eu não sei se minha permissão faz tanta diferença. – Ele brincou.
- Eu não me importo, mas estou curiosa. – Claro que ela estava curiosa.
- Quando eu voltar você fica sabendo. – Eu respondi. – Rubens, você se importa?
- Não, garoto, vai lá! – O Rubens respondeu e eu fiz um carinho no rosto da ferinha antes de soltá-la.
- Eu volto em no máximo uma hora. – Eu avisei a ela e saí.
O que eu ia fazer era muito simples, a ferinha gostava de ler comigo e eu gostava de ler com ela, então eu ia comprar o nosso próximo livro. Eu já tinha pesquisado na internet e já sabia o que queria, então seria rápido, eu entraria na livraria, compraria o livro e voltaria para a ferinha.
Mas quando eu estava esperando o portão da garagem se fechar, uma movimentação estranha chamou minha atenção e eu fiz uma foto. Tinha um homem na calçada tirando fotos do prédio. Era esquisito porque ele parecia estar tentando se esconder e tirando as fotos disfarçadamente.
Eu esperei por um momento e o observei. De onde eu conhecia aquele sujeito? Porque eu tinha certeza de que o conhecia, só não me lembrava de onde. Eu saí com o carro e passei perto dele, devagar e disfarçadamente tirei uma foto melhor. Parei no final do quarteirão e fiquei de olho pelo retrovisor, mas também aproveitei para enviar as fotos e o alerta para o Rubens, avisando que eu ia abordar o sujeito.
Eu saí do carro e fui em direção ao homem, mas ele percebeu e começou a se distanciar, ele apertou o passou e correu em direção a um carro e eu apertei o passo atrás dele e num segundo estávamos correndo, mas ele entrou no carro e foi embora. Eu só consegui uma foto do carro e da placa, que eu enviei ao Rubens avisando que havia perdido o homem de vista. Os policiais que estavam na viatura no esquina oposta chegaram correndo.
- O foi? Quem é aquele homem? – Um dos policiais perguntou.
- Não sei, mas ele estava tirando fotos do prédio. Vocês não notaram? – Eu perguntei e eles ficaram sem graça.
- Estamos mais distantes e não o vimos. – Um deles respondeu.
- Então é melhor ver com o chefe de vocês, talvez vocês devam ficar mais próximos do prédio. – Eu falei. – Vou enviar as fotos que tirei, talvez vocês possam descobrir algo.
Depois de enviar as fotos, confirmar com o Rubens o que tinha acontecido e ele me liberar, eu fui para a livraria, precisava ser rápido e voltar logo para cuidar da ferinha, o Rubens precisava ficar atento a Hana.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......