“Raíssa”
Eu achei estranha a mensagem do Rafael, ele nunca me chamava no trabalho, a menos que fosse algo de extrema importância, mas ele não respondeu a mensagem que eu tinha enviado perguntando se estava tudo bem, então eu liguei para a Rúbia e quando ela atendeu eu ouvi a risada da Giovana, o que me fez sorrir.
A Rúbia me contou rapidamente sobre a tensão no shopping e que o Rafael estava preocupado e pediu para que todas evitassem sair, então provavelmente ele queria falar com o meu chefe sobre a segurança na empresa. O Rafael era um exagerado, mas não me custava nada ver se e quando o Bóris poderia recebê-lo. Mas antes que eu desligasse o celular a Giovana falou do outro lado da linha e eu a ouvi nitidamente.
- Conta pra minha mãe, tia, conta! – A minha filha parecia empolgada.
- O que foi, mana? Deve ser boa notícia, pela empolgação dela. – Eu perguntei e a Rúbia riu.
- Ah, é ótima notícia, mana, ela nem aguenta esperar que você chegue para contar. – A Rúbia brincou. – Vou colocar no viva voz, o pai dela está meio ocupado agora para ouvir a nossa transgressão. Fala, Gi.
- Mãe, meu pai liberou o beijo! – A Giovana contou toda empolgada e eu comecei a rir.
Nós já tínhamos conversado sobre os sentimentos dela em relação ao Anderson e eu estava muito tranquila com o rapaz que ela escolheu. Aquele menino era um anjo!
- Isso é muito bom, filha! E o Anderson, já tomou coragem? – Eu perguntei e ela estalou a língua em desgosto.
- Ainda não! – Ela respondeu. – Mãe, estou pensando em agarrá-lo.
- Gi, o Anderson não é desses. Ele é o tipo de rapaz que gosta de tomar a iniciativa. Tenha calma que eu acho que esse beijo não vai demorar.
- Será, mãe?
- Me escuta, só dessa vez, eu tenho certeza que ele vai te surpreender. – Eu aconselhei e ouvi a sua risadinha.
- Tá bom! Vou esperar um pouco mais. Beijo, mãe.
Eu me despedi da minha irmã e da minha filha e estava sorrindo para o celular e pensando em como era gostoso acompanhar de perto essa fase da vida da minha filha.
- Eu dou qualquer coisa para saber como arrancar de você um sorriso como esse, porque ele te cai muito bem, Raíssa.
Eu ergui os olhos e vi o Bóris diante da minha mesa. Meu chefe era um homem interessante demais para andar por aí com aquele terno sem gravata, com o primeiro botão da camisa aberto insinuando que por baixo daquela roupa havia algo ainda melhor.
Seu cabelo preto mais curto na nuca e mais comprido no topo da cabeça, sempre perfeitamente penteados, me fazia pensar que deveriam ficar perfeitos totalmente bagunçados, aquela barba cerrada, que definia o seu maxilar e circundava seus lábios rosados, parecia perfeita para causar um arrepio bom na pele e os seus olhos de um castanho intenso pareciam tão doces quanto chocolate e quando ele sorria, apareciam aquelas marquinhas no conto dos olhos.
- Raíssa? – Ele tornou a me chamar e eu me dei conta de que estava muda apreciando o meu chefe.
Isso não era nada profissional e certamente era efeito de muitos hormônios. Também, com todos aqueles casais no apartamento do Rafael, eu tinha mesmo que me sentir carente.
- Ah, desculpe, Bóris! – Eu dei um sorriso sem graça. – É que eu acabei de falar com a minha filha.
- Ah, a adolescente rebelde que está se acalmando! O Rafael já liberou o castigo? Eu estou curioso para conhecê-la. – Ele comentou e se sentou na ponta da minha mesa, ficando ainda mais bonito ali.
- Não, ela ainda não pode usar o celular, mas eu liguei para a minha irmã, que é não costuma seguir as regras por muito tempo e ela aproveitou uma distração do Rafael para deixar a Giovana falar comigo.
- Olha, uma irmã menos séria que você! Isso é surpreendente. Achei que toda essa sua seriedade fosse de família. – Ele comentou com um pequeno sorriso.
- Ah, não, o Rafael costuma dizer que eu sou a mais sensata de todas nós. E com sensata ele quer dizer chata e sem graça. – Eu comentei em tom de brincadeira e ele deu uma risada que era um som delicioso de se ouvir.
- Chata e sem graça jamais. Discordo do Rafael. – Ele respondeu. – Que bom que sua filha está melhor.
- Nossa, o tempo passou depressa. Só vou salvar meu arquivo e desligar o computador e podemos ir. Tem certeza, Bóris, que isso não vai atrapalhar os seus planos?
- Fica tranquila, Raíssa, meus pais não se preocupam com a hora que eu chego em casa. – Ele brincou com aquele sorriso amplo que deixava as marquinhas nos seus olhos e eu sorri para ele.
- Está bem! – Eu desliguei o computador e deixei a minha mesa em ordem antes de pegar a minha bolsa e me levantar.
Ele me deu passagem e nós saímos da empresa conversando sobre os resultados positivos que eu estava conseguindo como ele disse, apagando todas as burrices que o tal Domani havia feito. O Bóris era sobretudo um cavalheiro, então ele abriu a porta do carro pra mim e fechou. Era a segunda vez que eu entrava no carro dele, na primeira foi no dia em que ele me contratou.
Como da primeira vez ele tinha uma seleção de músicas internacionais agradáveis e bastante românticas, numa batida pop gostosa e que não atrapalhava a conversa que fluía facilmente. Ele sempre tinha assunto, não falava apenas de trabalho, aliás, ele parecia falar de trabalho apenas na empresa, fora dela parecia ter muitos temas interessantes para uma conversa e passava de um para outro facilmente e nunca me deixava constrangida ou sem o que dizer, fazia perguntas pessoais com muita sutileza.
Quando paramos em frente ao prédio do Rafael ele notou a viatura que, diferente dos outros dias, agora estava em frente ao prédio.
- Se tem uma viatura aqui, a situação é bem séria, Raíssa. – Ele me olhou por um momento.
- É sim, Bóris, mas parece que ficou ainda mais séria hoje, porque essa viatura deveria estar no fim da rua.
- Que bom que eu vim então! Mas confesso, estou um pouco nervoso em conhecer a adolescente. – Ele me olhou meio de lado e sorriu com a brincadeira.
- Ah, fica tranquilo, ela grita às vezes, mas não morde. – Eu brinquei e ele deu uma gargalhada.
- Isso é um alívio! Eu não tenho nenhuma resistência a dor. – Ele confessou e me olhou por um momento. – Vamos, ver como é essa garota! – Ele saiu do carro e deu a volta para abrir a porta pra mim.
Nós entramos no prédio e enquanto o elevador subia, era eu quem ia ficando nervosa. Sentindo as mãos suarem e ficarem trêmulas. Não era só a Giovana que me preocupava, mas o que o Rafael e a Rúbia perceberiam dessa visita é que me deixava desconfortável.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......