“Raíssa”
Quando a Hana me chamou para a cozinha eu respirei aliviada, a Giovana me colocou em uma bela saia justa ali com o meu chefe. Só que ainda tinha um jantar inteiro e eu teria que dar um jeito da minha filha ficar calada pelo resto da noite.
- Giovana, você precisa se controlar um pouco. O Bóris é muito gentil, mas você está passando dos limites. Eu posso perder o meu emprego. – Eu chamei a atenção dela assim que entramos na cozinha.
- Mãe, você não vai perder o emprego, vai só ganhar um namorado! – A Giovana me respondeu se achando muito esperta.
- Admite, Rai, ela está certa! – A Hana se aproximou e parou ao lado da Giovana.
- Hana, ele é meu chefe, é mais novo que eu, é... – Eu estava tentando argumentar, mas fui interrompida pela Rúbia.
- E daí que ele é mais novo? E são só três anos, mana, deixa de ser boba! – A Rúbia se juntou as outras três.
- É, Rai, vai me dizer que você não acha o seu chefe assim, um gato? – A Hana me encarou com um sorrisinho malicioso.
- Entendi porque o Rafa te chama de doida, Hana! – Eu brinquei e ela riu. – Meninas, ele é lindo, gentil, simpático, mas é meu chefe. Onde se ganha o pão, não se come a carne.
- Irmã, aquilo ali é um grande e suculento filé, não se encaixa nessa sua teoriazinha de banca de revista. Aquele filé lá na sala, você como e até rói os ossos que tiver. – A Rúbia comentou fazendo as outras duas rirem.
- Vai, mãe, beija ele e depois me conta como foi. Meu pai diz que sente o coração na boca sempre que beija a Hana. – A Giovana incentivou, aquela garota ultimamente só pensava em beijo.
- Seu pai disse isso? – A Hana olhou para ela com um grande sorriso. – Que lindo! Eu também sinto o coração na boca sempre que eu beijo o meu psicogato!
- Giovana, estou começando a ficar preocupada, você só pensa em beijos! – Eu comentei e ela riu.
- Ah, mãe, vai dizer que você não pensa? – Ela perguntou e eu revirei os olhos, minha filha nem podia imaginar no que eu andava pensando sobre o meu chefe.
- Olha, Gi, só segura a língua, um pouquinho, por favor? – Eu pedi e ela riu.
- Eu vou tentar. – Ela respondeu e foi pegar os pratos no armário. – Mas eu gosto dele!
Durante o jantar a Giovana se comportou, na verdade, o Anderson a distraiu bastante, já o Bóris pareceu muito à vontade ali com a família, riu, brincou, respondeu mais perguntas sobre a vida dele, engatou uma conversa sobre o bar com o Rafael e o Rubens. Foi tão agradável que ele parecia mais um de nós e não apenas o meu chefe.
- Gi, deu por hoje, não é, minha filha, você ainda está de castigo. – O Rafael falou para a Giovana depois do jantar e de um café que a Hana insistiu em servir na sala.
- Carcereiro, vamos! – A Giovana chamou o Anderson que deu uma risadinha, ela não tinha jeito e ele já sabia. – Bóris, até amanhã! Mãe, seja educada e leve o Bóris até o carro quando ele estiver de saída.
- Giovana Maria, vai dormir! – Eu chamei a atenção dela.
- Gi, eu adorei te conhecer! Até amanhã! Se ela não for educada eu te conto. – O Bóris deu um abraço na Giovana e ela foi para o quarto. – Gostei dessa garota! – O Bóris comentou quando ela desapareceu no corredor.
- O que não há para gostar, não é, Bóris! – O Rafael o encarou com um sorriso.
- A aliada perfeita, Rafael, se eu soubesse teria arranjado uma desculpa para vir aqui antes. – O Bóris comentou em tom de brincadeira e eu desejei que a terra me engolisse. Eu era a piada da noite! – Bom, eu também preciso ir. Obrigado pela hospitalidade. – O Bóris se despediu de todos e se virou para mim. – Vai ser educada, Rai?
- Claro! Se não você conta para a adolescente rebelde e ela me coloca de castigo. – Eu brinquei e ele riu.
- Ah, ela gostou mesmo de mim! – Ele deu um sorriso ainda maior.
Nós saímos do apartamento e enquanto esperávamos o elevador ele puxou assunto, porque eu estava tão sem graça que não tinha palavras.
- Eu realmente gostei muito de jantar com vocês, Rai. – Desde o meio do jantar ele não me chamou mais de Raíssa, havia adotado o apelido que a família usava.
- Que bom que você se divertiu, já sabe que tem vaga cativa, pode vir quando quiser. – Eu respondi e nós entramos no elevador.
- Eu vou vir todos os dias, menos nos dias em que você aceitar sair para jantar comigo. – Ele respondeu, parado bem na minha frente.
- Bóris, você é muito gentil e a Giovana fala demais, mas...
- Bóris, você é meu chefe.
- E vou continuar sendo, mesmo que você me dê um fora. Mas vou ser um chefe mais feliz se você me der uma chance. E se você fizer isso, eu prometo que você não vai se arrepender.
- Bóris, eu não sei o que dizer. Sinceramente a minha vida está uma bagunça e...
- Sua vida não está uma bagunça, você já vai se mudar para o seu apartamento, sua filha voltou aos trilhos, você tem um bom emprego. Eu acho que é um bom emprego. Só te falta um namorado, mas olha eu aqui! Não dá para a sua vida estar mais organizada que isso.
- Namorado, Bóris?
- Ah, Raíssa, sei lá, namorado, marido, caso indefinido, o nome que você quiser dar, eu só quero uma chance para fazer você me querer também. Do mesmo jeito que eu estou querendo você.
- Nossa! É... eu acho... não sei o que dizer.
- Então vamos fazer assim, linda, eu vou te dar um tempo pra pensar, um dia, amanhã quando eu chegar aqui você me diz se vai me dar uma chance. – Ele tocou o meu rosto, um gesto tão carinhoso e estava tão perto. – Só pensa com carinho, porque eu acho que a gente tem potencial!
- Bóris, e-eu vou pensar.
- Que bom, Rai! Então nos vemos amanhã. – Ele me deu um beijo de cada lado do rosto e antes que eu me afastasse ele segurou o meu rosto e me deu um beijo na boca.
Foi como se eu tivesse perdido o chão. Ele segurou o meu rosto com as duas mãos, nossos lábios se tocaram e a língua dele tocou os meus lábios e pediu passagem para a minha boca, encontrando a minha e a acariciando com gentileza. Foi um beijo rápido, mas foi inesperado e gostoso, lento e gentil.
- Bons sonhos, linda. Até amanhã! – Ele acariciou o meu rosto e me soltou. – Agora entra, não quero você aqui fora correndo riscos.
Eu me virei e caminhei em direção a entrada do prédio, ainda atordoada pelo beijo inesperado e pelas palavras que ele havia colocado em minha cabeça. Mas antes que eu entrasse no prédio eu senti a mão no meu pulso e um leve puxão que me fez colidir de frente com ele e, antes que eu tivesse qualquer reação, a boca dele tomou a minha em um beijo urgente e necessitado. Seus braços envolveram a minha cintura e me prenderam grudada nele. Sua língua buscou a minha impiedosamente e varreu todos os cantos da minha boca. Era tão bom que eu poderia ficar ali o resto da noite apenas beijando aquele homem.
- Desculpe, mas eu não conseguiria dormir sem esse beijo. – Ele sussurrou enquanto deixava a minha boca. Ele me tirou o raciocínio, o fôlego e as palavras, me deixou de pernas bambas e coração palpitando, tudo em um único beijo. – Boa noite, Linda!
Ele me deu mais um selinho e me soltou devagar, segurando o portão aberto para que eu entrasse. Eu estava flutuando, eu tinha certeza, porque eu não sentia os meus pés tocarem o chão. E quando eu cheguei ao apartamento eu dei graças a deus por não ver ninguém por ali para me encher de perguntar para as quais eu não sabia a resposta.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......