“Raíssa”
Eu perdi tantas coisas da vida da minha filha e agora eu estava aqui acompanhando esse momento lindo da vida dela que era a descoberta do amor. E ela descobriu com alguém que valia muito a pena e que a faria feliz, porque ele a correspondia e ela não teria o coraçãozinho partido. Ela estava feliz! E o que poderia importar mais a uma mãe do que ver seu filho feliz? Absolutamente nada!
Eu pretendia ir dormir, mas a experiência me dizia que o Anderson estava tão ansioso quanto ela por aquele beijo e que ela daria um jeitinho de convencê-lo a beijá-la logo. E eu não queria perder isso! Eu dei boa noite para eles, fui até o meu quarto e voltei, me escondi no escuro do corredor e fiquei observando, como quem assiste a um filme no cinema.
Ele mexeu no celular, eu tinha certeza de que ele tinha colocado uma música, mas estava muito baixo e eu não sabia qual era. E aí eles começaram a dançar, tão lindinhos, conversando baixinho enquanto dançavam. O gracinha realmente era o príncipe encantado da minha menina!
E devagarzinho ele começou a dar beijinhos nos rosto dela, até que chegou à boca e deu a ela o primeiro beijo pelo qual ela estava tão ansiosa. De onde eu via, a imagem era de dois jovens, apaixonadinhos, abraçados e trocando um beijo cheio de carinho. Eu me emocionei com a cena, foi lindo! Eu sequei uma lágrima e observei até o fim.
No fim daquele beijo que foi até bem longo, o que só podia significar que tinha sido muito bom, eu vi de relance o sorriso feliz da Giovana e meu coração se encheu de alegria por ela. Mas quando ela ficou na pontinha dos pés para beijá-lo de novo e o agarrou, eu achei melhor ir para a minha cama, porque aqueles dois se beijariam a noite inteira! Aquela menina até se parecia comigo fisicamente, mas era todinha a personalidade do pai, pra frente, atrevida, decidida.
Eu fechei a porta do quarto e fiquei pensando no quanto a minha filha, com apenas dezesseis anos, sabia o que queria e não tinha medo de ir atrás e se jogar. Mas até aí, essa coragem toda era própria da juventude. E eu já não era mais tão jovem assim.
Eu passei as pontas dos dedos sobre os meus lábios, que ainda formigavam pelo beijo que eu tinha ganhado um pouco antes. Aquele beijo que me deixou igual a Giovana, só pensando em beijos. Um beijo bom demais, cheio de intenções, que prometia muito e que me deixou ansiosa e curiosa. E aquela barba, o que eu não daria para sentir aquela barba fazendo cócegas pelo meu pescoço e pelo meu corpo inteiro?! Eu balancei a cabeça, tentando expulsar aqueles pensamentos intrusivos.
- Para com isso, Raíssa! Você não é uma adolescente!
Eu falei para mim mesma, tentando pensar e agir de forma adulta e racional. O que foi completamente infrutífero, porque o Bóris não saiu da minha cabeça. Ele estava lá enquanto eu vestia o meu pijama, como se me observasse, e continuou lá quando eu fechei os olhos e lembrei daquele beijo, desejando beijá-lo outra vez.
Era um verdadeiro tormento! Por que ele tinha que me beijar? Seria mais fácil se ele não tivesse feito aquilo, porque antes eu não sabia o quanto era bom sentir a boca dele na minha, aquela maldita barba perfeitamente aparada e macia na minha pele. Eu preferia continuar sem saber como era, mas agora eu sabia e eu queria mais, queria saber mais.
Mas tudo o que eu tinha era uma noite insone pela frente. Eu rolei de um lado para o outro e o sono não chegou. Eu fiquei deitada olhando para o teto e quando a Giovana e o Anderson passaram pela minha porta eu ouvi os risinhos de felicidade da minha filha e sorri com isso, mas o Bóris continuava lá na minha cabeça, me atormentando e infernizando e prometendo que seria muito bom. Mas, por melhor que parecesse, eu não podia dizer sim, não para ele.
E eu ainda estava acordada quando ouvi os risinhos da Hana passando pela minha porta e eu queria gritar, porque ela me fez pensar no quanto eu estaria só sorrisinhos experimentando o gostoso do meu chefe!
Às cinco da manhã eu não aguentava mais ficar na cama, tinha rolado demais a noite inteira e já estava com o corpo dolorido. Então eu me levantei e fui tomar um banho gelado para despertar dos meus devaneios com o meu chefe e os beijos dele e aquela barba. Eu estava atirada no inferno!
As oito horas, quando a Rúbia e o Rubens chegaram, também cheios de sorrisinhos eu já havia tomado café demais e estava elétrica, colocando a mesa de café da manhã.
- Bom dia, mana! – A Rúbia cantarolou.
- Bom dia, casal feliz! – Eu respondi e continuei marchando até a cozinha.
- Bom dia, meninas! – A Hana apareceu com o Rafael, tão bem disposta quanto a Rúbia e provavelmente tendo dormido tanto quanto eu, mas por um motivo bem melhor. Eu olhei para as duas e fui para a cozinha buscar a manteiga.
- Raaaiii... – Eu ouvi a Hana e a Rúbia me chamarem juntinhas e irem atrás de mim. Eu não tinha dúvida, a Hana era a nossa irmã caçula nascida de uma barriga diferente e eu tive vontade de rir.
- O que vocês querem, suas chatas! – Eu brinquei, mas estava rindo.
- Olha, Nana, a gente é chata! Por que será? – A Rúbia começou a me provocar, mas a Hana não ficava pra trás.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......