“Hana”
O Rafael e eu estávamos na cozinha preparando o café da manhã quando o Anderson e a Giovana apareceram. Na verdade o Anderson apenas passou rapidamente, dando um bom dia solene e indo para o quarto que ele estava ocupando. Já a Giovana, tinha um sorriso brilhante e deu um bom dia digno de um musical.
- Nossa, quanta alegria! – O Rafael olhou desconfiado para a filha.
- Pai, não vem se fazendo de bobo, você sabe porque eu estou feliz. – A Giovana sorriu e abraçou o pai.
- É, essa felicidade tem nome e sobrenome, mas também atende por gracinha. Mas ele não parece muito feliz, passou por aqui tão rapidinho, geralmente ele para e conversa um pouco. – O Rafael observou e a Giovana apenas sorriu.
Quando o Anderson voltou, nós nos sentamos para o café da manhã, mas ele estava muito sério e de poucas palavras, parecia um pouco constrangido. Ali tinha coisa.
- O que ela fez, Anderson? – O Rafael perguntou depois do café, antes de sairmos da mesa, e o Anderson deu uma olhadinha para a Giovana.
- Ela não fez nada, Rafael, mas você sabe como a ferinha é, tem a língua solta demais. – O Anderson comentou.
- Sei... tem sim. – O Rafael olhou para a Giovana com certa diversão. – Ela partiu pra cima, não foi? – O Rafael perguntou e pela risadinha da Giovana ele já tinha a resposta.
- Meu deus, nem o pai dela me ajuda! – O Anderson murmurou arrancando risadas de todos nós.
- Vem, Anderson, vamos sentar ali na varanda, tomar um café e conversar um pouco sobre os anseios de uma garota de dezesseis anos. – O Rafael chamou e se levantou.
- Ai, que bom, porque eu quero mesmo conversar com a Hana sobre técnicas de convencimento! – A Giovana brincou e o Rafael me olhou sério.
- Minha doida, vê lá o que vai dizer! Você é muito boa com suas técnicas de convencimento. – Ele me advertiu e eu ri.
Depois que eles foram para a varanda a Giovana se sentou ao meu lado, estava toda alvoroçada e rindo.
- Hana, preciso de conselhos. – Ela começou. – O gracinha está querendo namorar como nos tempos da minha avó!
- O que isso significa, Gi?
- Que ele quer só segurar a minha mão, me dar abraços e beijos bem comportados. Não que eu não goste, eu gosto, muito, mas eu fiz ele me dar uns amassos ontem.
- Eita, Giovana! Como foi isso?
- Pois é, ele me enrolou, porque ele me deu beijos mais... como é que eu explico? Ah, olha, foram beijos diferentes, você entende?
- Entendo. E o que mais?
- Ele beijou meu pescoço, mordiscou a minha orelha, beijou até aqui no meu decote. – Ela apontou para o alto do decote, logo abaixo da clavícula. – Eu gostei muito disso! E ele passou a mão assim, pela lateral do meu corpo, mas assim mais apertado sabe?!
- Onde mais ele passou a mão?
- Aí que está! Ela só passou a mão pela lateral do meu corpo, pelas minhas pernas do tornozelo até um palmo acima do joelho e nas minhas costas. Não faltou alguma coisa nesses amassos, Hana? – Ela perguntou e eu comecei a rir. Estava com pena do Anderson.
- Gi, as coisas vão fluir lentamente, você não precisa forçar nada. – Eu expliquei e ela estalou a língua.
- Com o gracinha? Se fluiu lentamente pra você com o meu pai, que é todo descolado, pra mim com o gracinha, quando ele resolver fluir eu já vou ter oitenta anos. – Ela reclamou e me fez rir ainda mais.
- Gi, o que você quer exatamente? – Eu a encarei, tentando ficar séria.
- Olha, agora de manhã ele me deu bom dia quando eu saí do quarto, só um beijinho assim, lentinho, gostoso, um abraço fofo.
- E isso não é bom?
- É, mas eu queria um bom dia mais animado, então eu o coloquei contra a parede e dei um beijão nele e, Hana, eu queria tocar a pele dele, porque ele é tão lindo e ontem eu senti aquela barriga... Hana, eu entendi a definição de tanquinho que tira o sossego das meninas no curso de inglês. Aí eu queria ter certeza, então enquanto eu o beijava, no pescoço porque eu descobri que ele gosta, eu enfiei as mãos debaixo da camisa dele. Minha nossa! – A Giovana se abanou. – Hana, eu acho que biologia é a minha matéria preferida agora!
- Gi, você não fez isso! – Eu comecei a rir e imaginei o que o Anderson estava passando.
- Fiz! Ai, Hana, é tão gostoso tocar nele! E ele foi ficando todo arrepiado e aí ele me prendeu na parede, como se quisesse que a gente atravessasse por ela, e me beijou de um jeito que eu queria beijar o tempo todo só daquele jeito. E ele deslizou a mão pela minha perna e... Hana, eu senti de novo.
- Sentiu o quê, Gi?
- Gi, bem mais pra frente. Faz assim, deixa rolar, mas não força, espera ele dar o próximo passo, não vai demorar até você ter oitenta anos, vai ser muito antes do que você imagina. Vou te contar uma coisa, os tímidos são os mais espertos, eles não perdem tempo. Mas ele é responsável e vai fazer tudo no tempo certo.
- Certo. Então eu posso dar uns amassos como fizemos ontem, mas não posso tocar em outros lugares no corpo dele. – Ela falou e pensou. – Mas eu posso tocar na barriga dele por baixo da camisa, não posso? Eu já fiz isso e eu quero fazer de novo, a pele dele é tão gostosa de tocar, é quente e macia, mas os músculos são duros e... ai, diz que posso, Hana!
- Se ele não se opor pode. Mas, Gi, se ele disser não você tem que respeitar.
- Tá bom! Entendi! Posso pedir só mais uma coisa? – Eu a encarei sabendo que vinha bomba. – Pede para o meu pai deixar a gente sozinho hoje de novo? Eu quero namorar mais como ontem!
Eu comecei a rir.
- Vou ver o que posso fazer! – Eu a acalmei.
Mais tarde, enquanto a Giovana e o Anderson estudavam na mesa de jantar, o Rafael foi me ajudar com o almoço e aproveitou para se informar.
- Ela está curiosa, não está?
- Muito! E não adianta, o único que pode ter algum controle sobre isso é o Anderson. Então, psicogato, se você realmente confia nele, relaxa e deixa rolar.
- Ela vai infernizar a vida dele. A julgar pelo que ele me contou, ele está muito ferrado! – O Rafael riu. – Mas ele prometeu esperar os dezoito.
- Isso é um castigo, Rafael! – Eu comentei e ele deu uma bela gargalhada.
- Eu sei! Ainda bem que não sou eu quem tem que passar por isso, porque eu não daria ouvidos para o pai, mas aquele garoto tem um senso de responsabilidade tão grande que é incapaz de me decepcionar!
- É, até ela soprar as velinhas do bolo de dezoito anos você pode rir. Mas assim que as velinhas se apagarem, psicogato, quem vai rir é aquele garoto! – Eu falei e vi o sorriso dele murchar.
- Precisava acabar com a minha alegria, minha doida? – Ele reclamou e eu dei um beijo nele.
- Você deixa o casalzinho adolescente dar mais uns amassos na sala hoje e eu faço a sua alegria na escada do bar... e na mesa do seu escritório... e contra aquele vidro que você adora me pressionar... e até dentro do carro na garagem do prédio ou no estacionamento do bar.
- Na garagem do prédio! E vou cobrar! – Ele me abraçou e já estava rindo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......