“Reinaldo Martinez”
Estava chegando a hora! Em menos de um mês eu estaria fora dessa gaiola, curtindo a vida numa praia paradisíaca enquanto continuava cuidando dos contatos da organização e ganhando o meu dinheiro. Era tudo o que eu queria, aquela estupidez de vingança que o Kruger ficava repetindo não me importava, eu queria era uma vida boa e dinheiro, longe desse inferno. A minha fuga já estava armada, minha e do chefe, pela porta da frente.
Aliás, essa fuga já deveria ter acontecido, mas o Kruger, com essa conversa de vingança, estava fazendo a cabeça do chefe e ele agora tinha voltado atrás e decidido caçar o delegado de novo. Não sei pra quê! Eu queria era que aquele delegado esquecesse a minha existência!
- Sugar Daddy, vem cá! – O diretor apareceu na porta da minha cela, o que era incomum.
Eu não estava gostando daquilo. A merda que deu o planinho do Kruger na sexta feira à noite tinha me deixado preocupado e já era segunda e eu não tinha conseguido falar com os dois idiotas do Nunes e do Mota.
- O que aconteceu, diretor? Pra você ter se abalado até aqui a merda é grande. – Eu me levantei da cama e fui até a porta da cela.
- O quê que o Pão com ovo sabe do esquema do seu chefe? – Ele perguntou e parecia nervoso.
- Pelo que eu sei nada. Por quê?
- Porque o delegado Moreno esteve aqui semana passada falando com o Pão com ovo e ontem, eu estava de folga, mas a juíza de plantão ligou aqui e pediu uma lista com os nomes e a localização de todos os detentos.
- E daí? – Eu não entendi o que tinha uma coisa a ver com a outra.
- E, daí, Sugar, que não conseguiram falar comigo e o guarda que estava no comando enviou para ela a lista correta! – Ele falou e me encarou. – E eu estou me perguntando o que o Moreno queria com o Pão com ovo!
- Mas não foi o Moreno que prendeu o Pão com ovo? – Eu perguntei porque o Pão com ovo vivia dizendo que odiava o Moreno.
- É, foi o moreno que prendeu mais da metade dos que estão nesse pavilhão. Acontece que não era pra ele saber que você, o Diabo, o Kruger, os irmãos metralha e mais uns tantos estavam juntos. Entendeu, gênio?
- Olha o respeito, diretor, sou eu quem autoriza o seu dinheirinho! – Eu avisei e ele bufou. – E você acha que o delegado vai ver essa lista? Mas não foi pedido pela juíza?
- Foi e aquela juíza é tão esperta quanto o delegado Moreno. Pode até ser que ela pedir a lista não tenha nada a ver com ele, mas o que está me preocupando é o que o Pão com ovo falou pra ele. – O diretor parecia preocupado mesmo.
- E por que você não sabe? Não ficou escutando?
- Eu tentei, mas você conhece o delegado Moreno. – Ele tinha razão, aquele delegado era muito esperto.
- É, acho que nós vamos ter que descobrir. – Eu pensei por um momento. – Vou falar com o Kruger na hora do banho de sol, os dois andam bem amiguinhos, vou ver se ele sabe de alguma coisa.
- Eu volto depois, pra saber se preciso tomar alguma providência. – O diretor virou as costas e saiu.
Se ele estivesse certo e o Flávio Moreno estivesse atrás de nós de novo isso não era bom. Mas se o Pão com ovo estivesse abrindo a boca, ele estava morto!
Eu me encostei na parede do fundo do pátio e esperei, quando o Pão com ovo saiu saltitante no meio dos irmãos metralha o Kruger fez sinal pra ele.
- Kruzinhô, não vai rolar! Eu passei a noite com os metralha e to morteeenhaa. – O Pão com ovo falou alto, chamando a atenção de muitos ali no pátio que começaram a rir e cochichar.
- Sua bicha alegre vagabunda! – O Kruger pegou o Pão com ovo pelo pescoço e o prendeu contra a parede.
O Pão com ovo começou a se debater, mas não conseguia se soltar. Era melhor o Kruger agilizar aquilo enquanto o Diabo estava na cela dando ordens através do celular.
- Atenção! Todo mundo com a cara virada pra parede agora! – Um dos guardas gritou e era muito estranho que eles estivessem vindo para algum procedimento a essa hora. Eles nunca entravam no pátio na hora do banho de sol.
Mas eles entraram. Eu dei uma olhadinha e contei pelo menos quinze agentes ali dentro. Todos armados. Isso não era bom, mas não era mesmo! Eles não falaram nada, foram direto no Pão com ovo e o algemaram. E enquanto eles tiravam o Pão com ovo dali, eu tive certeza de que alguma coisa tinha dado muito errado.
- Sugar! – O Kruger veio para o meu lado todo alvoroçado. – Manda chamar o diretor e fala pra ele devolver aquela bicha agora!
- Não é assim que funciona, Kruger! Agora começa a rezar, porque isso está fedendo e se a sua merda espirrar no Diabo, você está morto!
- E o que você vai fazer? Anda, Sugar, me ajuda! – O Kruger era um chato, se achava melhor que todo mundo e se esquecia que eu não trabalhava para ele.
- Olha aqui, Kruger, sua audácia já está me cansando! É melhor você se controlar um pouco quando falar comigo. E é melhor que você tenha uma desculpa para o Diabo, porque eu estou indo falar com ele. – Eu avisei e dei as costas.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......