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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1344

“Flávio”

Eu estava ali de frente para aqueles dois, dois homens que eu detestava e que pensei que não precisaria ver novamente. Mas eles estavam ali, cobertos com o cinismo de sempre.

- Não precisa dizer o que nós já imaginávamos, delegado. Aquele pau no cu- do Pão com ovo abriu a boca, não é? Tudo bem, ele já está morto, é só o tempo de o meu pessoal encontrá-lo, não vai adiantar nada ter mudado o X9 de presídio. – O Cláudio estava sorrindo, como se não fizesse nenhuma diferença para ele o que estava acontecendo.

- Vamos ver se seu pessoal consegue encontrá-lo, Cláudio. Ou devo te chamar de Diabo? – Eu o encarei e o sorriso dele aumentou.

- Pois é, pra você ver como eu subi na vida! – Ele deu uma risada. – Acho que tenho até que agradecer a você, à Catariana e àquele cretino do Alessandro, não é?! Afinal, vocês me trancaram aqui, na universidade do crime! Mas pode me chamar de Diabo, delegado, sou eu em pessoa!

- É, quem diria que você teria inteligência suficiente para aprender alguma coisa. – Eu comentei e ele deu outra risada.

- Eu estava meio sem foco, mas veja você, eu vim pra esse lugar e a primeira coisa que aconteceu foi que eu tive que parar de beber e isso foi bom, o álcool nublava a minha mente, sabe?! – Ele contou como se estivesse entre amigos. – Aí eu comecei a conhecer pessoas interessantes, me livrei daquela insuportável da Kely, a prima da Catarina, que só atrasava a minha vida. Soube que ela se juntou com um idiota lá de Campanário, não teve sorte como a Catarina que arrumou um milionário. Mas eu conheci a pessoa certa, que me deu muitos conselhos bons.

- E você está falando da Poderosa, quem realmente manda no esquema todo dessa sua ganguezinha que vocês chamam de “Nono Círculo do Inferno”. – Eu o encarei.

- A própria! Minha rainha! Imagina você delegado que quem me apresentou a Poderosa foi justamente alguém que você prendeu! Ah, eu adoro conhecer as pessoas que você prendeu! – Ele me olhou com os olhos brilhando, a maldade presente ali como um espírito ruim. – E aí o Marajá chegou, era tudo o que eu precisava, porque eu tinha como recrutar as pessoas certas, tinha o negociador, tinha quem me dava as informações de fora, só não tinha o dinheiro, mas isso o Marajá tem de sobra!

- Marajá! – Eu me virei para o outro, sentado ali com aquela pose de soberano. – Como você veio parar aqui, Cândido? Porque você não deveria estar nesse presídio.

- Ah, delegado, precisa mesmo perguntar? Esse sistema para o qual você trabalha está totalmente corrompido por dentro. – O Cândido sorriu e eu era obrigado a concordar que existia muita corrupção no sistema, mas isso não me impediria de continuar a fazer o certo e tentar combater a podridão. – Mandaram um diretor muito certinho lá pra onde eu estava e a minha vida ficou difícil lá. Então o meu advogado mexeu uns pauzinhos, pagou as pessoas certas e conseguiu me transferir para cá, porque todo o sistema sabe que o diretor daqui é uma mãe para os presos.

- Era, Cândido! A mordomia acabou, o seu diretor corrupto vai pra grade também. – Eu avisei.

- Ah, que chato! Vou ter que comprar uma vaga em outro presídio com diretor corrupto. – Ele estava debochando de mim, era um idiota! – Me diz, como está a menina Manuela?

- A minha esposa, Cândido, não é da sua conta! – Eu falei alto e bati na mesa, mas ele apenas sorriu. – Fica tranquilo, delegado, eu não vou voltar a me aproximar dela. E não vou te fazer nenhum mal, só por causa dela. Já o Diabo, eu não posso impedi-lo.

- Como se vocês pudessem me atingir! – Eu ri.

- Ah, delegado, não se ache tão inatingível. Eu tenho muitos homens do lado de fora. E sabe como é, a Poderosa também não gosta de você. – Ele estava me ameaçando descaradamente.

- A Poderosa... sei. – Eu encarei o Cláudio por um minuto. – Sabe, Cláudio, o que eu não entendo é porque ela te ajudou a dar o golpe no Sandro, o morro do Pipote era dele e ela...

- Era dele! Mas a Poderosa queria tomar o poder dele, porque ela gostava dele menos do que gosta de você. O Sandro era um sádico, delegado, um maluco que impunha seu poder na marra. Não que a Poderosa seja diferente, mas ela não queria mais viver sob as ordens dele. Ela sabia de tudo lá, cada detalhe, cada esconderijo, cada passo que o Sandro dava. E ela me contou tudo, ela me contou o plano dela, mas ela estava como eu, precisando de financiamento.

- Mas ela tomou o poder para você? Não faz sentido, já que ela queria se livrar do chefe. – Eu estava interessado nisso, porque isso o Pão de queijo não sabia.

- Seu merda! Eu vou ter o prazer de arrancar a sua cabeça, delegado! – O Cláudio ameaçou.

- Com o poder do pensamento? – Eu perguntei com um sorriso cínico. – Tenta, vai! Quero ver!

- Você vai se arrepender disso delegado! Pode ter certeza que vai! – O Cláudio estava parecendo um animal enjaulado, com a raiva aumentando.

- Delegado, só pra saber, quando vai ser essa transferência? – O Cândido estava já pensando em uma solução.

- Olha, a regra é ser surpresa, sabem como é, coisa boa a gente faz pra surpreender, né?! Mas eu estou tão feliz que não me aguento e vou contar pra vocês. Vocês dois vão ser transferidos ainda hoje. Não é o máximo? – Eu dei um grande sorriso e o Breno precisou segurar o Cláudio na cadeira. – Mas não fiquem eufóricos, ainda demora um pouquinho, estamos esperando a equipe de reforço chegar, porque eu mesmo vou levar vocês, faço questão de ver a porta da cela na Federal travando com vocês do lado de dentro. Agora eu vou dar mais um presente pra vocês, até a hora do nosso passeio vocês vão ficar no isolado, cantinho do pensamento pra vocês dois, para já irem se adaptando.

- Você tem que deixar a gente pegar os nossos itens pessoais na cela. – O Cláudio falou irritado.

- Ah, que chato! Isso eu não posso fazer, porque na Federal não entra nada, até os uniformes ficam numa salinha quando vocês entram lá, porque vocês vão ganhar um enxoval todo novo, uniforme, chinelinho, sabonete, escova de dente, creme dental e papel higiênico. Muito legal, né?! Ah, e lá não pode entrar comida e nem essas coisas que as famílias mandam aqui. – Eu avisei.

Eu vi o desespero do Cândido e a raiva do Cláudio. Eu queria mais é que eles morressem envenenados com o próprio ódio. Mas eu ainda tinha uma pessoa com quem eu queria falar e que também seria transferido, assim como o Dênis, o Daniel e o Gustavo, iam todos para a Federal, mas com esses três eu não perderia tempo, mas o Reinaldo, esse eu queria ver.

- Podem levar esses dois para o isolado, assim que a escolta chegar nós vamos sair daqui.

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