“Flávio”
Eu enviei as informações para o Alessandro e enquanto eu aguardava o helicóptero, o Bonfim chegou com a nossa equipe. Eu estava furioso, não estava acreditando que eu fui passado para trás daquele jeito.
- Cheguei, querida! – O Bonfim entrou com o seu bom humor, mas quando me viu já sabia que tinha algo muito errado. – O que foi, Moreno?
- Meu delegado, nós vamos precisar de mais do que apenas a nossa equipe. – Eu o preparei.
- Como assim? – Ele me olhou ainda mais preocupado.
- Pediu pra me chamar, delegado Moreno? – O Trindade entrou na sala. – Esse presídio está uma bagunça!
- Trindade, o presídio vai ser invadido e vai ser um banho de sangue se não tomarmos providência. – Eu avisei e ele me olhou assustado.
- Explica isso melhor, Flávio? Eu acabei de chegar, com uma equipe pequena e ainda não sei em quais guardas posso confiar aqui. – O Trindade estava mesmo numa situação ruim.
- Eu sei. Mas o fato é esse, vão invadir para tentar fazer um resgate. Será na hora da troca de turnos. Então o que nós vamos fazer é colocar o máximo de policiais possível aqui dentro e lá fora, a equipe que chegou com o Bonfim vai cuidar dos presos que eu vou transferir, eles são os alvos do resgate. Bonfim, você consegue deslocar policiais pra cá com urgência?
- Operação de guerra… vou ligar para o secretário e para o comandante geral, vou pedir o máximo de apoio possível. Mas isso vai alardear os corruptos que são pagos por esse grupinho. – O Bonfim me alertou.
- Não tem problema, se esse confronto for evitado é melhor pra todo mundo. Seguinte, você só vai dizer que nós descobrimos que estão planejando um resgate. Se isso vazar, talvez eles até desistam o que é melhor. Eu prefiro pegar os outros lá no Pipote.
- É, aqui nós ficamos meio encurralados mesmo, principalmente porque não sabemos em quem confiar. – O Trindade comentou.
- Outra coisa, Trindade, Eu consegui um helicóptero, é assim que vou tirar esse grupinho de merda daqui. Vou te enviar a foto da aeronave com o prefixo. Eu pedi para pousar no descampado perto das celas do isolado. Preciso que seus homens me dêem apoio, cubram a retaguarda enquanto coloco os presos no helicóptero. Serão duas viagens, três presos de cada vez, vou tirar primeiro o Dênis, o Daniel e o Gustavo e depois o Cláudio, o Cândido e o Reinaldo. – Eu já tinha traçado toda a estratégia.
- Porque você não leva o Cândido e o Cláudio promeiro, Moreno? Os chefes do esquema. – O Trindade perguntou.
- Porque eu quero esses três o mínimo de tempo possível fora das grades e os primeiros vão ter que esperar no avião pela segunda viagem do helicóptero. – Eu expliquei. – Bonfim, escolhe dois dos melhores homens que vocẽ trouxe, vocẽ vai com os três primeiros e vai ficar com eles no avião.
- Certo! Ah, quase esqueci, o ônibus que você pediu, Moreno, para transferir os outros, chega em meia hora. Consegui aquele bonitão blindado com mini celinhas lá dentro. Adoro aquele ônibus! Ah, e a escolta dele vai ser reforçada também. – O Bonfim me avisou.
- Meu delegado, você é o cara! – Eu sorri. – E vai ser na hora que o ônibus sair que a coisa vai ficar feia, então ele só pode ir depois que o helicóptero levantar vôo na segunda viagem. Breno e Renata, vocês vão na segunda.
- Junto com você! – A Renata me encarou, mas ela me conhecia, já estava acostumada comigo. – Nem pensar, Moreno, eu não dou um passo sem você!
- Renatinha, eu não vou abandonar o barco aqui e eu só confio em você e no Breno pra levar esses três, porque o Bonfim já estará lá esperando. – Eu avisei.
- Sem chance, Flávio! Se vocẽ não vai, nós não vamos e você pode espernear o quanto quiser e oficiar a corregedoria, nos colocar de castigo, até expulsar, mas nós só saímos desse caldeirão com você. – O Breno se colocou do lado da Renata.
- Vocês dois, não é hora pra isso. Nossa equipe está inteirinha aqui e eu não vou deixar ninguém na mão! Esse caldeirão vai ferver e eu preciso desses três merdas bem longe daqui, eles não podem fugir. – Eu tentei convencê-los, mas eu sabia que eles não podiam ser convencidos.
- Relaxa, eu deixo os três no chão antes que eles pensem em fugir. – A Renata avisou. – Flávio, eu não saio sem você! Eu prometi para a Manu!
- O que eu faço com vocês dois? – Eu passei as mãos no rosto tentando pensar em algo.
- Flávio, me escuta, eu sei que vocẽ gosta da ação, mas se você vai ficar, vocẽ precisa de quem vocẽ confia. Pense na sua esposa e nos seus filhos. – O Bonfim colocou a mão no meu ombro. – Eu fico e você vai. Manda os três primeiros com três da equipe e você vai com os outros. Eu fico e coordeno essa bagaça.
- Quer me tirar da diversão? – Eu perguntei e nós começamos a rir.
- Ah, tem muito tempo que eu não encaro uma confusão num presídio, estou com saudade. – O Bonfim sorriu.
- Vai continuar na saudade, essa é minha. Minha equipe, Bonfim, eu não vou deixá-los sem comando. – Eu avisei e o Bonfim compreendeu.
- Pronto, chefe! Ônibus lotado. – Ela falou, mas eu via a tensão nela também, porque o dia já estava acabando. – Você viu a movimentação de carros lá fora?
- Vi, passei pela guarita tem uns dez minutos. Renatinha, na hora que a escolta estiver pronta para sair, todo o resto dessa unidade tem que estar trancado. – Eu avisei.
- Já está. Só aquele portão que será trancado quando o ônibus passar. O Trindade já movimentou o pessoal dele e eles vão dar cobertura, nossa equipe já vai se posicionar aqui na frente. – Ela explicou e nós ouvimos o helicóptero voltando.
- Vocês podem ficar a postos, assim que o helicóptero sair, eu venho liberar vocês. – Eu avisei ao chefe da escolta. Vamos lá embarcar os três patetas! – Eu chamei a Renatinha e nós corremos para as celas do isolado.
Enquanto o Cláudio e o Cândido eram algemados pelos pés e mãos, com as correntes presas, na cintura, eu fui até a cela do Reinaldo.
- Eu quero ter o prazer de enfiar esse no helicóptero. – Eu falei e peguei as algemas. – Anda, Reinaldo, vocẽ já conhece o procedimento, de costas aqui na grade.
- Não, não! Você me prometeu, Flávio. – Ele reclamou e eu abri um sorriso, dessa vez sincero.
- Eu não faço pacto com o chefe do Diabo! – Eu avisei e me encarou, então um pequeno sorriso ameaçou brotar nos lábios dele. Era um maldito psicopata que sentia prazer em ser reconhecido. Mas ele se recuperou antes que aquele sorriso passasse de uma sombra.
- Do que vocẽ está falando, Flávio? – Ele me perguntou como se fosse muito inocente.
- Qual é, Reinaldo, eu não sou tão idiota assim! Você esfregou a verdade na minha cara, achou mesmo que eu não ia me dar conta? Anda, vem, tem uma celinha linda e bem branquinha esperando por você na Federal. ANDA, PORRA! SEU VERME DE MERDA! VOU TE TRANCAR PELO RESTO DESSA SUA MALDITA VIDA! ACABOU! – Eu gritei e ele estremeceu.
- Te vejo na delegacia, meu delegado! – Depois de algemar o Reinaldo e o colocar bem preso no helicóptero eu dei um abraço no Bonfim.
O helicóptero levantou vôo e depois que ele se afastou eu me virei.
- Chegou a hora, pessoal! Agora o caldeirão vai ferver! – Eu caminhei em direção aos portões de saída daquele lugar, com a Renatinha e o Breno ao meu lado e o resto da equipe atrás de mim.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......