“Renata”
Eu estava ansiosa para ver o Breno e eu não ficaria em casa olhando para as paredes e me afogando em desespero, então eu fui para a delegacia.
- Renatinha, o que você está fazendo aqui? – O Flávio estava sentado na mesa dele e me viu passando no corredor em direção a cozinha.
- Não vou ficar em casa, Flávio! Não enquanto o Breno não voltar pra lá. – Eu entreu na sala dele e me sentei em sua frente.
- Então você vai passar uns dias na minha casa. A baixinha vai adorar ter você por lá, ela adora ter visitas em casa. O que você não vai fazer é ignorar a sua folga, nem trabalhar se não estiver bem, você sabe, um erro seu pode te matar e pode matar qualquer um de nós que confiamos em você para cobrir a nossa retaguarda. – Ele parou o que estava fazendo e me deu toda a sua atenção. – Como você está?
- Ansiosa. Daqui a pouco eu vou ao hospital, para a visita da manhã. – Eu passei as mãos no rosto, eu não tinha dormido nada, estava sem foco, cansada e preocupada. O Flávio estava certo, trabalhar daquele jeito não colocava só a mim em risco, mas a equipe inteira.
- Eu vou ligar para o Nando e pedir notícias. – O Flávio pegou o celular e fez a ligação.
Era muito bom ter alguém que pudesse passar informações mais precisas do que “está estável”. Eu havia ligado para o hospital três vezes já e em todas elas eu ouvi apenas, “está estável”. Era meljhor que ouvir “está grave”, mas era tão vago que me deixava mais nervosa. Enquanto o Flávio falava ao celular eu fui a cozinha e busquei dois cafés, quando voltei para a sala, coloquei uma caneca em frente ao meu delegado que me olhou com aquele sorriso de astro de cinema.
- Obrigado! Renatinha, o Nando verificou e me disse que o Breno está com os sinais vitais bem melhores e já está respirando sem os aparelhos, mas ele ainda não acordou, o que é totalmente normal, afinal ele passou por algo grande, foi sedado e o corpo dele está se recuperando. Eles deve acordar mais tarde. Sendo assim, o que você acha de passar a manhã aqui comigo, depois nós almoçamos juntos e à tarde vamos para a visita juntos?
- Eu estou ansiosa, Flávio. E você não precisa largar tudo para ir comigo ao hospital, não quero te dar esse trabalho.
- Eu sei que você está ansiosa, eu também estou, eu quero ver logo o Breno acordado, bem, fora de perigo. Ele é meu amigo e eu devo a minha vida a ele, Renatinha, isso eu nunca poderei retribuir. Então, querida, não é trabalho, eu também quero vê-lo.
Eu sorri para o meu delegado. O Flávio tinha sido um acontecimento nessa delegacia, ele era competente, leal, muito profissional, extremamente inteligente, educado com todos e absurdamente bonito. Ele não se achava melhor porque era o delegado ou porque tinha dinheiro, ele simplesmente se comportava como um policial como qualquer outro, mas ele não era como qualquer outro, ele era muito bom no que fazia e ele melhorou a nossa equipe, tirou os preguiçosos e que se vendiam por cafezinhos e ele trouxe o Breno.
Ah, quando o Breno chegou o meu mundo parou de girar. Eu tive um daqueles momentos quando você parece estar tendo uma revelação, você só enxerga aquela pessoa na sua frente, como se todo o resto saísse de foco. Eu não conseguia tirar os meus olhos dele e eu quase fiz uma dancinha quando fui encarregada de mostrar tudo pra ele. E para a minha surpresa e felicidade nós nos entendemos tão bem! E eu ainda me lembrava do primeiro beijo que ele me deu. E depois disso eu sabia que nunca mais beijaria outra pessoa.
- Obrigada, Flávio! Por ter trazido o Breno pra mim. – E as lágrimas estavam de novo nos meus olhos. O Flávio esticou os braços e segurou as minhas mãos sobre a mesa.
- Eu nem imaginava que vocês dois pudessem se apaixonar, Renatinha. Mas eu tinha certeza de que o lugar do Breno era aqui com a gente. Aliás, o lugar dele é aqui e logo, logo ele vai estar de volta. E eu tenho certeza que você vai se animar com a outra notícia que eu tenho para te dar. Eu perguntei pela Nicole.
- Ah, não, delegado! Se você me disser que aquela puta morreu eu vou até o necrotério e vou dar choque no coração do cadáver até ela ressucitar! – Eu já estava planejando tudo o que eu ia fazer aquela vadia sofrer só porque ela se atreveu a me causar essa dor, mas o Flávio deu uma gargalhada.
- Não vai ser preciso. A Nicole está viva, mas perdeu a mão e a perna que você acertou. Ela também ainda não acordou, então não está sabendo de nada. Acho que o Fernando me falou que talvez você possa até estar presente quando o médico for dar a notícia a ela, se você estiver no hospital. – O Flávio estava sorrindo, ele sabia que eu queria muito ver aquilo.
- Sabe o que é, delegado, quem vai dar a notícia pra essa piranha sou eu.
Eu não era hipócrita, tampouco boazinha, então eu não ia negar a enorme satisfação que eu senti com a notícia. Pessoas como a Nicole eram a causa de muita dor no mundo e eu estava feliz por saber que ela sentiria um pouco da dor que ela causava.
E depois de passar a manhã conversando com o Flávio e me inteirando sobre os planos dele de invadir o morro do Pipote e de pegar o Gregório em flagrante, outra coisa que me daria muito prazer, nós almoçamos juntos e fomos para o hospital. Mas nós chegamos mais cedo e eu fiquei andando de um lado para o outro por mais de meia hora.
- Está precisando de um calmantezinho, Renatinha? – O Fernando apareceu todo sorridente com o Vinícius.
- Já posso entrar? Por favor, eu não aguento mais, eu preciso ver o Breno. – Eu pedi e eles sorriram.
- Nicole, não tira o curativo! – O Vinícius se aproximou e tentou impedi-la, mas ela o empurrou, nem força ela tinha.
- Deixa, doutor, não vai adiantar falar, deixa ela ver. – Eu falei e observei ela tirar todo o curativo e gritar de novo.
- Você! É culpa sua! Você fez isso comigo! – Ela gritou para mim e eu ri.
- Ah, não, eu também quero o crédito! A Renatinha só fez a perna, a mãozinha foi presente meu, por todo o sofrimento que você causou ao Heitor, a Hebe, a Haydè, a Sam, por ter tentado me matar, mas principalmente por ter acertado o Breno e feito a Renatinha ficar preocupada. – O Flávio se aproximou do outro lado da cama.
- Saiam daqui! Saiam daqui agora! – Ela tentou se mover, mas o que ela ainda não tinha percebido é que o pé dela estava algemado a cama e quando ela puxou a cama balançou. – O que é isso? Por que eu estou algemada nessa cama?
- Aí, Renatinha, ela perdeu o cérebro também no tiroteio! – O Flávio riu.
- Ah, então deixa que eu ajudo a piranha burra a entender. – Eu me debrucei na cama. – Puta, você achou mesmo que ia fazer toda aquela merda e ia voltar para casa para assistir o final da novela? Ah, sinto muito por frustrar suas expectativas. Você está presa, vagabunda! Mas ó, se preocupa não! Porque eu prometo que eu vou te visitar toda semana.
- Você não pode fazer isso! Você não vai se aproximar de mim, eu vou te denunciar. – A Nicole estava apavorada, eu via nos olhos dela.
- Ah, piranha, você pode tentar, mas não vai conseguir. – Eu ri e olhei para a perna dela que não existia mais. – Olha, eu não sou médica, mas acho que onde essa perna foi cortada não dá para adaptar uma prótese. Mas olha como eu fui boazinha, eu tirei a perna do lado contrário a mão que o delegado esmigalhou com aquele fuzil maravilhoso, então você ainda vai poder usar uma muleta!
- Sai daqui! Sua psicopata! Sai daqui! – Ela começou a gritar de novo.
- Ah, eu vou, porque eu tenho mais o que fazer. Mas amanhã eu volto, piranha! Ó, mas você grita demais, isso incomoda os outros pacientes, fica caladinha ou eu te ponho a nocaute para não incomodar os outros. – Eu a encarei e ela se encolheu. Eu ri e dei as costas, eu já tinha feito o que queria ali.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......