“Renata”
O Vinícius permitiu que eu fosse dar uma olhadinha no Breno outra vez. Ele estava dormindo e eu prometi ao Vinícius que seria uma visitinha rápida, eu só queria dar mais um beijo nele, já que eu estava no hospital. Então eu entrei, fiquei uns minutinhos com ele, dei muitos beijos no seu rosto, segurei a sua mão e saí dali prometendo que na manhã seguinte estaria lá para vê-lo.
Claro que eu aproveitei para dar uma atormentada na piranha da Nicole, ela estava acordada, então eu entrei para me divertir um pouco.
- Sai daqui ou eu vou gritar! – Ela falou assim que me viu e tentou se encolher sobre a cama.
- Fala direito comigo, vagabunda! Já se acostumou com a sua nava configuração? – Eu parei ao lado da cama.
- Você não pode entrar aqui assim! Eu vou denunciar você na corregedoria, pode esperar, porque você vai se arrepender de estar me perseguindo.
- Tá se achando figo em calda, hein, jiló cozido?! Credo! Não gasta a sua energia tentando me atingir não, você não vai conseguir. Melhor deixar to o seu esforço pra você se equilibrar na muleta.
- Seu namoradinho já morreu? – Ela deu um sorrisinho cínico pra mim.
O que eu podia fazer? Errada estava eu por não ter arrancado a língua daquela piranha. Eu devolvi o sorrisinho cínico, tampei a boca dela com uma mão, levantei o lençol e dei um so-co com bastante força no curativo da perna amputada. As lágrimas caíram dos olhos dela e o grito foi abafado pela minha mão.
- Ó, eu me programei pra não surtar hoje, então não me atrapalha! Vim aqui só te fazer uma visitinha, pra você não ficar entediada… e nem se esquecer que eu vou assombrar essa sua vidinha de merda. – Eu avisei e os olhos dela se arregalaram mais.
Minha mão estava sobre a boca dela e ela estava tentando tirar com a mão que ainda tinha, mas ela nem dava conta.
- Para de dar chilique que eu tiro a mão. E se gritar eu pego a tesourinha de unha que está ali em cima daquela mesinha e corto a sua língua igual a gente corta a melancia pra enfeitar a mesa de natal, em zigue zague!
Eu apontei para a mesinha e vi os olhos dela olharem para ter certeza de que a tesoura estava lá. Ela puxou o ar com força pelo nariz e parou de se debater. Eu tirei a mão e sorri pra ela.
- Viu, a gente vai se entender tão bem! – Eu sorri.
- Você é completamente doida! Uma psicopata! Me deixa em paz, você já acabou com a minha vida! – Ela estava começando a ficar desesperada.
- Ah, ainda não acabei com a sua vida, você ainda respira. E vou explicar de novo, para você não ter nenhuma dúvida, eu vou te incomodar até que eu morra e se você não estiver satisfeita, morre primeiro. Ah, não, desculpa, eu não vou deixar você morrer primeiro. E é melhor chamar o médico, tá sangrando aqui embaixo, será que eu arrebentei os seus pontos com o meu toque delicado? – Eu olhei para ela como se estivesse arrependida.
- Sai daqui! Me esquece!
- Ah, piranha, não dá pra te esquecer, você tem uma personalidade marcante demais!
Eu peguei a tesourinha sobre a mesa e apertei o rosto daquela vagabunda, a obrigando a abrir a boca, e coloquei a tesourinha bem pertinho da boca dela.
- Fala que fui eu e amanhã você acorda sem a língua. Entendeu? – Eu ameacei, só pra causar mais um terrorzinho nela, e ela balançou a cabeça num sim desesperado. – Muito bem! Adoro como a gente se entende!
Eu apertei o botão e esperei a enfermeira aparecer, a mesma que havia entrado no leito do Breno mais cedo.
- Enfermeira, o ferimento dela está sangrando. – Eu avisei com a voz bem mansa.
- Ah, é normal, deve ter arrebentado algum ponto, não é mesmo?! Ela não para quieta, é nisso que dá! Eu vou chamar o médico. – A enfermeira deu um sorrisinho pra mim e saiu correndo.
- Eu já vou indo, piranha! Amanhã eu volto. Tenha ótimos pesadelos comigo! – Eu sorri e saí dali.
Eu já estava saindo, mas o Vinícius vinha entrando e passou o braço nos meus ombros.
- Renatinha, você é policial, pode entrar onde o preso está internado. Então eu pensei em te fazer um convite. – O Vinícius abriu um sorriso.
- Nem sei o que é, mas já estou gostando.
- Eu percebi que você adora o despertar dos pacientes e fica muito feliz em dar apoio enquanto damos notícias difíceis.
- Ah, eu sou uma pessoa muito apoiadora!
- Percebo. – O Vinícius riu. – Então, por isso eu pensei, já que você está aqui e eu estou indo dar uma notícia para uma pobre alma que está despertando do sono dos nada justos, você poderia vir comigo e dar um apoio, talvez dar a notícia com esse seu jeitinho meigo e acolhedor.
- Tira essa mulher daqui, doutor. – O Frederico falou entre os dentes.
- Desculpa, não posso, ela é policial e você está preso. – O Vinícius explicou e o Frederico bufou.
- Por que eu não sinto as minhas pernas? – O Frederico se virou para o Vinícius com toda grosseria.
- Você se lembra do que aconteceu? – O Vinícius perguntou e o Frederico fez que sim.
- Ah, não lembra? Eu te conto! Você fez uma merda das grandes e os seus coleguinhas te cobriram de por-ra-da na hora do recreio. Ah, mas eles também defloraram o seu orifício circular corrugado, ou seja, eles te foderam até arrombar o seu…
- Renatinhaaa! Não perde a linha. – O Flávio apareceu e me fez rir.
- Ah, desculpa, me empolguei!
- Resumindo, Frederico, você piou fininho sentando no grosso! – O Flávio concluiu e me fez gargalhar. Era muito bom atormentar esses vermes nojentos, era quase tão melhor do que atirar neles com o fuzil.
- Vocês podem estar rindo agora, mas eu vou detonar vocês! Podem esperar! Eu vou… - O olhar do Frederico era de ódio, ele parecia um demônio jogando pragas, mas não era mais que uma alma atormentada no inferno.
- Deixa eu te explicar, o tal “Nono círculo do inferno” já era, foi pelos ares. Estão todos cumprindo pena nas federais, mesmo lugar pra onde você vai assim que sair daqui. – O Flávio sorriu ao final, ele estava doido pra trancar o Frederico de novo.
- Todos não delegado, a Poderosa está no leito aqui do lado. Se bem que agora ela nem é poderosa mais, talvez a gente devesse mudar o apelidinho dela pra, sei lá, impotente?! – Eu comentei e ele riu.
- Seus palhaços! Isso não vai ficar assim. – O Frederico falou e se virou para o Vinícius irritado. – Minhas pernas, doutor, por que eu não sinto as minhas pernas? Isso é efeito da anestesia? Quando passa?
- Não posso deixar um verme enganado! – Eu coloquei a mão no peito e fechei os olhos, bem dramática. – Frederico, você apanhou- tanto, tanto, e ainda foi pouco, eles podiam ter batido- um pouco mais. Mas enfim, eles quebraram sei lá qual vértebra dessa sua coluna de merda e você ficou o quê? – Eu abri um sorriso, como quem vai dar uma boa notícia. – Você ficou paralisado da cintura pra baixo, é irreversível, não tem jeito, ficou sem andar. – Ele me olhava chocado, mas eu ainda estava me divertindo. – Mas sabe qual é o lado bom? O lado bom é que você pode dar o rabo o dia todo agora, porque você nem vai sentir nada.
- Sua filha da puta! SAI DAQUIIII! – O Frederico gritou, mas eu estava rindo tanto!
- Quer saber, eu vou indo mesmo, já prestei a minha solidariedade. E você pelo visto, ou melhor, pelo fedor, está todo borrado-, mijado eu já vi que está. Olha? Nadando numa poça de xixi. Que nojo! – Eu respondi e joguei um beijo para o Vinícius. – Vamos, delegado!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......