“Rafael”
Eu entrei naquele quartinho e olhei tudo, eu precisava de algo que eu pudesse usar como arma, caso eu fosse surpreendido e desarmado, então eu vi o grampeador, um daqueles para muitas folhas, pesado o suficiente para causar algum dano. Eu o coloquei no bolso da calça como deu e esperei.
Então eles chegaram e ouvir as coisas que aqueles porcos estavam falando para a Hana fez o meu sangue ferver, mas eu me controlei, esperei o sinal do Flávio porque ele sabia melhor do que eu a hora de agir. Mas quando aquele homem a agrediu e agarrou pelos cabelos, eu perdi completamente o controle, eu tinha que fazer alguma coisa antes que eles a machucassem mais. Então eu saí e fui em direção a eles, chamando toda a atenção para mim.
E enquanto o Frederico fazia seu discursinho ridículo pra mim, a Hana pegou algo do bolso que eu reconheci imediatamente, ela tinha se lembrado e ela nos daria uma chance! No momento em que ela usou aquele spray, eu tirei o grampeador do bolso e arremessei no Frederico. O Rubens se livrou da mira do outro homem e pegou a Hana a tirando da linha de fogo, enquanto o Flávio e o Bonfim saíam trocando tiros com os outros dois e eu joguei a arma no chão e fui pra cima do Frederico.
- Vai bater num deficiente? – Ele perguntou com um sorriso mórbido, quando eu o derrubei e armei o primeiro so-co.
- Ah, pode ter certreza que eu vou arrebentar a porra do deficiente sádico que achou que podia tocar na minha mulher! – Eu falei e desci o primeiro so-co.
Eu estava com tanta raiva, tanta raiva, por tudo o que ele já tinha feito com a Hana e por tudo que ele ameaçou fazer. Eu o odiava em um nível que eu nunca havia odiado, eu nunca havia sentido tanto ódio de alguém. E uma certeza eu tinha, ele nunca mais tocaria na Hana!
Eu não via mais nada e eu não parei de bater- no Frederico, mesmo com ele inerte eu continuei desferindo golpe atrás de golpe, impiedosamente. E apenas quando o meu cérebro registrou o babaca do Nunes dizendo que a Hana seria a primeira a morrer foi que eu parei e me virei para olhar para ela, mas o Frederico já estava inerte no chão. O estrago estava feito.
Eu corri e peguei a Hana, fui me sentar em um dos sofás com ela em meu colo, mas eu estava tão desesperado, com a adrenalina ainda correndo em minhas veias, que eu só me dei conta que de onde estávamos ela podia ver o Frederico quando ela não me respondeu. E o desespero tomou conta de mim totalmente. Ela viu do que eu era capaz, ela estava percebendo o nível de violência que eu podia atingir. E como eu garantiria a ela que eu jamais a machucaria, como ela acreditaria em mim vendo aquilo.
- Hana, fala comigo! – Eu suplicava a ela, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, mas ela estava encolhida, imóvel, completamente muda.
E no meio da confusão eu só me dei conta que o Yusei se aproximou e tocou o meu ombro.
- Rafael, eu preciso ver como ela está e preciso verificar a sua mão. Entrega a Hana para o Rubens, por favor! – Ele falou com a voz impassível.
- Chefe, me dá a pequena, cuida da sua mão. – O Rubens se aproximou e a tirou dos meus braços.
Ele saiu com ela dali, enquanto o Yusei segurou a minha mão e tirou a tala. Mas eu só via a Hana se afvastando de mim.
- RAFAEL! – O Yusei gritou e eu pisquei e olhei para ele.
- Ela vai me deixar! – Eu sibilei. – Ela congelou no meu colo quando viu o que eu fiz com aquele canalha.
- Rafael, olha pra mim! – O Flávio estava parado em minha frente, sua voz de comando era impossível de não obedecer. – Aquela mulher se jogou no meio da porra de um tiroteio por você, exatamente como eu disse que ela faria. Ela socou o próprio segurança, um cara que ela considera um amigo, só pra correr até você. E você ainda acha que ela vai te deixar? Cara, vai pra terapia pra melhorar essa confiança. Ela te ama, Rafael, mas o que aconteceu aqui hoje foi demais pra ela, ela só precisa de um minuto.
- Rafael, escuta o delegado! – O Yusei sorriu. – Você não sabe o prazer que eu estou sentindo em ver aquele filho da puta desfigurado! Eu estou de alma lavada! Eu vou dar umas idéias interessantes para o cirurgião que vai fazer essa reconstrução.
- Ele não está morto? – Eu perguintei.
- Não, apenas inconsciente. Se tem algum dano além do físico, vai demorar um pouco pra gente saber. – O Yusei respondeu.
- Fica tranquilo, Rafael, isso foi legítima defesa, o cara estava armado, você não! – O Flávio sorriu, mas tudo o que me preocupava era saber da Hana.
- Yusei, eu preciso ver a Hana. – Eu pedi.
- Ah, você vai ver, daqui a pouquinho ele chega aqui embaixo! Lembra como a Hana chegou aqui naquele dia? – O Yusei perguntou. – Ficou muito pior. – Ele falou com um sorriso.
- Ah, que notícia boa! – O ortopedista sorriu. – Eu vou caprichar na sua mão e ela vai ficar nova! O jeito que aquele covarde deixou o rosto da Hana, foi revoltante! Foi a cirurgia mais difícil da minha vida, porque enquanto eu refazia a face dela, a cada fragmento de osso que eu pegava com a pinça, eu tinha vontade de matar o infeliz!
- Você não vai matá-lo, só não vai deixar o rosto dele perfeito. – O Yusei riu.
E enquanto eles iam conversando, um raio-x foi feito da minha mão e o médico aplicou um analgésico, mas a dor que eu começava a sentir na mão não era nada, comparada a dor que me dilacerava por dentro. Eu precisava dela!
- Rafael, vou mandar te preparar para a cirurgia, meu caro! – O médico anunciou alegremente. – Precisamos alinhar as fraturas.
- Eu não vou antes de falar com a Hana! – Eu avisei e o ortopedista me olhou confuso.
- Ele é o noivo da Hana. – O Yusei explicou.
- Ah, homem de sorte! – O médico sorriu. – Tudo bem, dá tempo de esperar a Hana, enquanto isso vou pedir para dois enfermeiros virem te preparar. Nos vemos daqui a pouco.
O médico se retirou e eu olhei para o Yusei, que leu uma mensagem na tela do celular, antes de olhar para mim com um sorriso.
- Fica tranquilo, eu fico com você até a Hana chegar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......