“Anderson”
Eu estava tão chateado com a Giovana que eu nem sabia se devia conversar com ela tão cedo. Depois que ela entrou no carro, depois que saímos da delegacia, o Rafael me afastou um pouco do carro.
- Eu sei que você está muito irritado com ela e você tem toda razão, ela não deveria ter te enganado. Eu não quero me meter, eu vou dar espaço para vocês conversarem. Você vai conversar com ela agora? – O Rafael me perguntou e me surpreendeu a calma dele.
- Eu estou muito irritado, Rafael!
- Eu estaria preocupado se não estivesse. É bom que ela perceba que te deixou no limite, para que ela não pense que pode te magoar de novo e depois basta pedir desculpa.
- O que eu faço? – Eu queria falar com ela, mas eu não queria magoá-la com o que eu podia dizer.
- Você é quem me diz! Se quiser conversar com ela agora, eu vou te pedir para me deixar no hospital. Se você não quiser conversar com ela agora eu vou te dizer para ir visitar a sua mãe, se afastar um pouco. O que você prefere?
- Eu vou falar com ela de uma vez! – Eu decidi, era melhor tirar o curativo de uma vez.
- Posso perguntar só uma coisa? – Ele me pediu e eu vi que ele estava preocupado. Eu fiz que sim. – Você vai terminar com ela? Eu estou perguntando só pra me preparar.
- Claro que não! Eu amo essa ferinha. Mas eu vou conversar com ela francamente, então talvez ela termine comigo.
- Duvido. Vamos, me deixa no hospital.
Nós entramos no carro e eu dirigi até o hospital. A Giovana estava muda ao meu lado e de cabeça baixa. O Rafael saiu do carro sem dizer nada e eu dirigi de volta para o apartamento. Ela continuou completamente calada o tempo todo. Eu estacionei na garagem, nós fomos para o elevador e quando eu fechei a porta do apartamento ela ainda não tinha dito nada, mas estava a caminho do quarto.
- Giovana, onde você vai? – Eu perguntei ainda olhando para a porta.
- Vou tomar um banho, Anderson. Se você vai terminar comigo, pelo menos eu quero ter um pouquinho de dignidade e não chorar na sua frente. – Meu coração quebrou quando ela disse isso, mas ela não esperou a minha resposta e talvez fosse melhor mesmo tomar um banho e esfriar a cabeça.
Eu tomei um banho e aqueci o almoço que o Rafael já tinha deixado pronto. E quando ela apareceu na cozinha, estava com os olhos vermelhos de chorar. Eu fiz sinal para que ela se sentasse.
- Eu não estou com fome! – Ela respondeu de cabeça baixa. – Só faça o que você tem que fazer.
Eu cobri todo o almoço e dei a volta no balcão, parei em frente a ela e ofereci a minha mão.
- Vem, vamos conversar na sala. – Eu chamei e ela colocou a mão dela na minha. Nós fomos para a sala e nos sentamos lado a lado. – Eu não vou terminar com você! Mas você me magoou. Você mentiu, me enganou, fugiu de mim. Você consegue se colocar no meu lugar e entender como eu estou me sentindo.
- Falando assim, é como se eu tivesse te traído. – Ela murmurou.
- Mas foi uma traição, Giovana, você traiu a minha confiança! Isso dói.
- Mas não foi essa a minha intenção.
- Mas foi isso o que você fez!
- Mas eu só pensei que eu precisava pegar aquela mulher e se eu te falasse…
- Se você me falasse eu teria ido com você! Gi, você ainda não se deu conta que pode contar comigo pra tudo e qualquer coisa? Que eu estou pronto para pular de cabeça em qualquer uma das suas loucuras? Que eu faço qualquer coisa por você?
Ela me olhou com os olhos marejados e aquilo dissolveu uma parte da minha raiva. Eu sabia que não tinha sido intencional, porque ela só agia por impulso, e eu sabia que ela ainda estava aprendendo a estar num relacionamento. Mas eu também sabia que ela tinha que perceber o que fez para aprender a pensar antes de agir.
- Caramba, ferinha! Quando eu ouvi os gritos daquelas três garotas fechadas com você no banheiro eu fiquei louco de medo que elas te machucassem, eu arrombei aquela porta pronto para acabar com elas se elas tivessem te tocado. E depois eu fiquei muito orgulhoso por você saber se defender. E eu teria ficado muito orgulhoso de você hoje, Gi, se eu não estivesse me sentindo traído.
- Anderson, eu não quis te magoar, eu só pensei que eu precisava pegar aquela mulher.
- Mas me magoou, Gi. E você precisa entender que tendo um namorado você precisa pensar em mais do que só o que você quer fazer. Aliás, você deve agir assim com todas as pessoas que te importam, mas eu quero que você faça assim especialmente comigo. Você precisa pensar se o que você quer fazer vai magoar a pessoa que está com você. Eu sempre tomo tanto cuidado, Gi, para não te magoar, para não te deixar triste, para não trair a sua confiança. Eu gostaria que você tivesse esse mesmo cuidado comigo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......