"Rafael"
Quando eu vi a chamada da Arlete no meu celular eu até achei estranho. Era incomum ela me ligar, ainda mais agora que a Raíssa estava de volta. Eu atendi e ele me contou rapidamente o que tinha acontecido. Ela queria saber se a Giovana estava bem. Eu a acalmei e disse que iria até a casa dela. Eu deveria ter insistido com ela para aceitar o segurança.
- Anderson, Gi, nós precisamos ir até a casa da Arlete. - Eu avisei ao voltar para a sala.
- Aconteceu alguma coisa com a minha avó? - A Giovana se preocupou logo.
- Felizmente não, mas ela recebeu uma visita desagradável. O Lenon esteve lá e ela o colocou para correr. - Eu expliquei rapidamente. - Mas vamos, no caminho eu conto pra vocês o que ela disse.
E enquanto estávamos a caminho da casa da Arlete eu contei tudo o que ela me disse. Nós já estávamos quase chegando, quando a Gi colocou a mão no braço do Anderson e o encarou.
- Anderson, você disse que me ajudaria com as minhas loucuras. - Ela encarou o namorado.
- Sim, Gi. Por quê? - Ele a olhou.
- Para o carro agora. - Ela pediu e ele parou. - Tá vendo ali atrás? É a vaca!
- Não, Gi, não pode ser! - O Anderson olhou e eu virei a cabeça, mas não vi ninguém.
- É a vaca! - A Giovana insistiu. - Você prometeu!
- Droga! Tá, vamos!
- Um dos dois pode me explicar o que... - Mas a Giovana já estava saindo do carro.
- Na volta, chefe! - O Anderson respondeu e saiu correndo atrás da Giovana.
Eu saí do carro a tempo de ver a Giovana chegando na esquina detrás e passando uma rasteira em uma mulher que caiu e gritou. No segundo seguinte a Giovana estava em cima dela e eu corri, com a palavra vaca fazendo sentido na minha cabeça!
- Me solta, vadiazinha! - A garota debaixo da Giovana gritava.
- Solto nada! Vou fazer uma demonização facial em você igual eu fiz na professora sem classe. - A Giovana segurava o cabelo da moça e a mantinha imobilizada pelo braço. Ela tinha o total controle da situação.
- Anderson, o que a gente faz? - Eu perguntei e o Anderson me olhou.
- Ah, chefe, sei lá! Essa é a vaca que cortou e pintou o cabelo da sua filha de verde, a transformou numa adolescente rebelde insuportável que nem te abraçava, está planejando vendê-la pra uma quadrilha de tráfico humano...
- Vai, Gi, esfrega a cara dela no asfalto com mais vontade dessa vez e quebra uns dois dentes para deixar a Sandra orgulhosa. - Eu gritei e ouvi o risinho da Giovana.
- Viu vaca, meu pai disse que eu posso arrancar o seu couro. - A Giovana falou e arrastou um lado do rosto da vaca no asfalto. - Acho que eu não gostei. - A Giovana puxou o rosto da vaca de volta ralando ainda mais.
- AAAAIIIIII! Sua doida! Isso dói! - A moça gritou debaixo da Giovana.
- Não, vaca, a doida é a Hana, lembra dela? Ela é competamente doida! Eu sou só aprendiz de surtadas. - A Giovana analisou bem o rosto da vaca. - Agora o outro lado eu vou caprichar mais, porque é pra Hana. Sabe a Hana? Aquela que você fez o ex namorado bandido quase matar? Pois é, eu adoro a Hana e vou caprichar muito no lado dela!
A Giovana não arrastou a cara da vaca no asfalto, ela limou! Parecia um açougueiro amolando a faca e eu nem consegui contar quantas foram. Eu só me lembrei de ligar para o Flávio, mas ele não atendeu e eu liguei para a delegacia e falei com o Bonfim.
- Isso é coisa de adolescente, Rafael, deixa menina se divertir que eu estou chegando. - O Bonfim deu uma risada antes de desligar o telefone.
- Falta só uma coisinha, pai! - A Giovana piso no braço da vaca e puxou até quebrar. - Minha assinatura! Essa, sua vaca, é por cada garota que você entregou para os bandidos! Agora chega, cansei! Anderson, como a gente amarra essa bandida até a polícia chegar?
- Aqui, moça, pode usar isso. - Um garoto de uns doze ou treze anos se aproximou da Giovana com os olhinhos brilhando e entregou um pedaço de corda. - Você acabou com ela!
- Ah, foi só uma coisinha de nada. - A Giovana riu, pegou a corda e amarrou a vaca.
Quando o Bonfim chegou, nós estávamos conversando com os vizinhos e a Arlete já tinha instruído todo mundo. Era impressionante como eles a respeitavam. Ou tinham medo, vai saber.
- Minha nossa! O que aconteceu com ela? - O Bonfim se abaixou para olhar a mara gemendo de dor sentada na calçada.
- Moço, veio um carro correndo, tava disputando racha que eu vi, atropelou essa aí e fugiu! A gente ia chamar o socorro agora! - Uma das vizinhas desatou logo a dar a versão inventada pela Arlete. E ela era convinvente!
- Atropelada é bom! - O Bonfim riu e mandou levar a vaca para o hospital. - Ah, quase esqueci, Mara, você está presa, são muitos crimes, você sabe todos os que cometeu, então vamos poupar tempo. Leva ela pro Dr. Vinícius no Santé.
Eu sabia que seria mais uma tarde na delegacia, mas antes, o Bonfim quis ouvir toda a história real e ver quais testemunhas eram as melhores ali.Eu o vi sorrir para a Giovana e entregar a ela uma luva de latex. Ela usou luva para pegar os dentes no chão e eu sabia até porquê. Por um lado eu estava muito orgulhoso da Giovana, mas por outro eu achava que já podia dar fim nas aulas de defesa pessoal, que pareciam mais aulas de massacre de vacas pessoais.
N.A.:
Olá, queridos... como estão?
Vou ser breve hoje, passando para dizer que estamos na reta final do casal Hanael e por consequência do "Chefe Irresistível". Mas, pra quem ainda não foi conferir, a estória de José Miguel e Eva está no ar com "Amor Irresistível". Agora se preparem para a parte boa aqui, porque teremos o aniversário de dezessete da Gi, o baby da Hana, casamento, album de fotos, só coisa boa.
Um beijo no coração meus lindos!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......