"Flávio"
Quando eu vi a Giovana na delegacia eu já esperava por alguma novidade maluca, afinal, a minha amiguinha era mais surtada que as professoras de defesa pessoal, piradinha! Mas quando o Bonfim contou que ela cumpriu um mandado de prisão, eu até pensei que tivesse entrado na delegacia errada.
- Me explica esse negócio de mandado de prisão, Bonfim. - Eu pedi, mas estava meio incerto se eu queria mesmo saber.
- É que ela encontrou a Mara! - O Bonfim riu e isso só podia significar que a Giovana tinha feito com a Mara o mesmo que fez com a professora.
- É melhor a gente ir para a minha sala. - Eu chamei.
- Ô, BFF, por que que a cobra de botox foi presa? - A Giovana me perguntou com os olhos fixos na Suzy e eu vi o sorrisinho da Renatinha.
- Por um monte de coisas, amiguinha, inclusive por fazer abortos ilegais. - Eu respondi e vi a Giovana estreitar os olhos para a Suzy.
- Além de ser um lixo de mãe, ainda mata criancinhas? Eu não sei quem é pior, a cobra de botox ou a vaca! - A Giovana olhou para a Suzy indignada. - Me dá cinco minutos com ela, BFF, por favor?
Eu comecei a rir, a Giovana era uma figura. Mas o meu riso cessou quando eu percebi que ela estava falando sério e todo mundo ali estava sério esperando a minha resposta.
- É, BFF, dá cinco minutos pra Gi com a cobra de botox ali fora, a gente nunca te pediu nada! - A Renatinha olhou pra mim com os mesmos olhinhos pidões da Giovana e eu olhei para o Rafael.
- Não olha pra mim, se ela não fosse mulher eu estaria te pedindo a mesma coisa! - O Rafael respondeu e eu me preocupei em como contar pra ele sobre os pen drives e o que o Gregório fazia no quarto da Hana. Ele ia ficar louco!
- Chegamos chefia! - Um dos meus homens entrou na delegacia puxando o Lenon pelo braço. - O outro ficou internado pra amputar as bolas que a Renatinha esmagou.
- AH, NÃO! POR FAVOR, NÃÃÃOOO! - O Lenon gritou e se encolheu e quando eu me virei, ele estava com as calças molhadas.
- Ih, o covardão molhou as calças! - A Renatinha riu. - Só não entendi por que, você queria tanto conhecer a Giovana! - A Renatinha era a rainha do sarcasmo nessa delegacia.
- Por favor, delegado, me prende numa cela isolada, mas não me deixa perto dessa velha maluca! - O Lenon estava ajoelhado e de mãos postas.
- Olha o respeito, moleque! Foi na minha casa, te recebi tão bem, te dei até um copo d'água e você vem me chamar de velha?! Isso é um absurdo! É etarismo, hein?! É discriminação! Nós estamos em uma delegacia e eu vou denunciar você por preconceito com pessoa vintage, hein?!
Eu olhei para a senhora enquadrando o Lenon, cheia de vigor e atrevimento, falando mais grosso que eu na minha delegacia e até eu fiquei um pouco receoso de me manifestar.
- É, desculpa, quem é a senhorita? - Eu perguntei, mas fui cuidadoso, depois daquela bronca, eu é que não ia chamá-la de senhora.
- Ai, um homem cavalheiro! - Ela sorriu pra mim toda fofa. - E um gato, hein?!
- Letinha?! - O senhor ao lado dela reclamou.
- Ai, Geraldo, o que tem de mal admirar um moço bonito? O que é bonito não é pra se ver? Então se é pra ver, é pra admirar. Pronto! - Ela respondeu e sorriu de novo pra mim. Eu estava tentando não rir, mas aquilo ali estava ficando divertido.
- Essa é a vovó, BFF! - A Giovana respondeu e eu só consegui pensar que não tinha ninguém normal nessa família! - E o ciumento é o vô Geraldo, namorado dela. Agora me diz, Flávio, posso ter dez minutos?
- Não eram cinco, Gi? - Eu perguntei confuso.
- Ué, delegado, eu achei que não precisava e nem falei com o doutor, já está costurado! - O policial que acompanhou o Lenon me respondeu. Só tinha maluco a minha volta e a Melissa teria adorado participar disso!
- Leva esse aí pra cela. - Eu pedi e olhei para os outros. - Desculpa, gente, mas esse aí tomou uma surra- do Rafael, uma saraivada de pregos de uma garotinha de doze anos, os golpes- do amansa louco da senhorita ali e teve as bolas torcidas pela Renatinha. Eu sinto que se gritar perto dele, ele vai bater papo com São Pedro e eu preciso entregar alguma coisa viva para o juiz.
- Tá, Flávio, já entendemos que a florzinha delicada já está depetalada, agora essa cobra de botox ainda está inteira. - A Giovana apontou para a Suzy.
- Olha aqui sua...
- Cala a boca, Suzy! Ou eu deixo a Renatinha brincar de gionecologista com você! - Eu ergui a voz e a Suzy se encolheu.
Mas antes que eu pudesse responder o Bonfim tocou o meu braço, ele estava ao celular.
- Sei! Algema as mãos e os pés e fica de olho. Manda uma foto. - Ele falou e desligou a chamada, olhou a mensagem que tinha recebido, abriu a imagem e me mostrou.
Eu não reconheci a pessoa na foto, os cabelos muito curtos e com uns tufos mais curtos e outros um pouco mais cmpridos pareciam ter sido cortados com um canivete cego, o rosto estava em carne viva e onde deveria ser a maçã do rosto dava até para ver a pontinha do osso, o nariz estava quebrado, a boca cheia de sangue e faltavam alguns dentes. O braço quebrado nem me chamou a atenção, era o mais normal no conjunto, mas a falta de um pedaço da orelha eu notei.
- Nossa! Que coisa Horrível! Quem é? - Eu perguntei e ele riu.
- É a vaca! - O Bonfim respondeu. - Ah, e se você está curioso pela orelha, é que esse corte de cabelo moderno foi feito com uma tesoura de poda. Ela vai precisar fazer enxerto no rosto, vai ficar no hospital uns dias. Mas fica tranquilo, ela foi atropelada por um carro disputando racha e nós temos até testemunhas.
- Testemunhas? - Eu olhei para o Bonfim e achei melhor me sentar. - Renatinha, leva a Suzy pra cela!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......