“Junqueira”
Está sendo muito desagradável ter que ficar escondido aqui nesse apartamentinho chechelento, mas desde que encontraram o meu apart eu tive que apelar para aquele idiota que está espionando a empresa e estou bastante dependente dele, já que não posso andar livremente por aí.
Ele acabou me arrumando esse apartamentinho de quinta, que fica bem longe da empresa, mas tem servido bem para me esconder.
Pelo menos hoje eu me diverti assustando aquela idiota da Catarina. Ah, como me diverti andando atrás dela como se fosse um fantasma, ela estava bem nervosa. Foi muito boa a idéia daquele palerma de colocar um programinha espião nos celulares e computadores da empresa, assim, tudo o que eu tenho que fazer é me sentar e observar na tela do computador onde os meus fantoches estão e aí eu decido o que fazer. O chato é que a Catarina não está saindo de casa, também grávida de quatro, já está parecendo que tem uma bola enorme na barriga.
- Malvadeza, trouxe seu almoço. – Kauã entrou falando alto. Ô garoto chato! Agora só me chama de “malvadeza”, confesso, até que gosto. Mas ele é muito inconveniente, só que conhece muita gente que faz uns trabalhinhos por uma merreca.
- Espero que você tenha trazido alguma coisa decente hoje. – Falei me lembrando do almoço de ontem e fazendo uma careta. Ele me levou uma comida gordurosa e salgada uma coisa horrível.
- Só o melhor para o chefe! – Ele me entregou a sacola com deboche.
- Senta aí, quero conversar com você. – Eu estava com uma idéia na cabeça, mas precisaria planejar muito bem.
- O que cê quer? – Kauã perguntou sentando no pequeno sofá e colocando os pés sobre a mesinha de centro.
- Quero alguém para raptar um bebê de uma maternidade. – Falei com um sorriso ao imaginar o quanto isso desesperaria o casalzinho insuportável. – Aquela chata da Catarina vai parir nos próximos meses, quando isso acontecer, nós vamos seqüestrar um dos bebês.
- Olha só, Malvadeza, cê tá cada dia pior. – Kauã comentou com um sorrisinho no rosto. – Acho que posso arrumar isso. Que tipo de pessoa cê quer?
- Uma mulher, que passe por enfermeira. Ela tira o bebê do berçário e entrega pra mim. E você vai ajudar. Se misturar com as pessoas pelo hospital, ficar de olho em tudo e evitar que algo saia do planejado. – Expliquei mais ou menos o que pensava.
- Tá! Já sei quem pode fazer isso. Tem uma mina aí, já dei uns pegas nela, ela vive precisando de grana, com certeza vai topar o esquema. – Kauã sempre tinha uma pessoa que “topava” o esquema.
- Ótimo, traz ela aqui pra conversar comigo. Mas não vá prometer muito dinheiro. No máximo uns cinco mil. Entendeu? – Eu não estava podendo gastar muito.
O único dinheiro que ainda tinha era o da conta da chata da Helena que eu limpei e coloquei na conta de um laranja e isso não era nem trezentos mil. Mas foi a única conta que a polícia não bloqueou. Já estava pagando esse idiota do Kauã e o pateta que me dava as informações da empresa e eles estavam ficando muito espertinhos.
Meu celular vibrou e vi na tela que era uma mensagem do meu informante. O que será que aconteceu? Peguei o aparelho e li a mensagem.
“Não sei como, mas descobriram que estavam sendo monitorados pelos aparelhos. O programa espião nos celulares e computadores já era.”
Que merda! Como assim já era? Isso tornaria minha vida bem mais difícil. Rapidamente digitei uma mensagem.
“O que aconteceu?”
A resposta não demorou.
“Não sei, mas passaram um pente fino em todos os equipamentos eletrônicos da empresa e o programa foi desativado em todos. E para piorar, agora eu tenho um novo chefe que está verificando todo o serviço feito no departamento. E o cara é bom!”
Mas que inferno! Quando foi que o Alessandro ficou tão esperto? Ele sempre foi um idiota manipulável. Isso iria dificultar a minha vida. Resolvi pressionar meu informante e mandei outra mensagem.
“Se vira, mas continue conseguindo informações se quiser ver a cor do dinheiro que eu te pago toda semana.”
A resposta dele me deixou ainda mais irritado.
“Olha, vou fazer o que posso, mas está mais difícil. Eles estão sendo cuidadosos e o Mellendez está passando muito tempo trabalhando em casa, isso deixa as coisas por aqui bem calmas. As informações não tem saído da presidência.”
Mas era um incompetente mesmo! Mandei que ele se virasse, eu precisava continuar informado sobre o que acontecia lá.
- Malvadeza, quero te fazer uma pergunta. – Kauã chamou minha atenção.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......