“Delegado Flávio Moreno”
Estava ali no primeiro andar olhando de um lado para o outro. Vi, pelo canto do olho, uma mulher entrar no banheiro feminino, não vi de onde ela saiu. Eu estava tão estressado que agi por instinto, chamei a policial Renata que me acompanhava e pedi para ir ao banheiro e verificar a mulher. Fiquei na porta. Ouvi um estrondo e entrei a tempo de ver a policial sentada sobre a mulher no chão a algemando.
- Delegado, é a mulher do vídeo de segurança. – Renata falou puxando a mulher para ficar de pé. – Está sem o uniforme e o jaleco de enfermeira, mas é ela.
- Eu não sei do que essa louca está falando! – A mulher gritou.
- Ah, mas vai se lembrar! – A encostei contra a parede e coloquei minha arma na cabeça dela. – Sabe o que vai acontecer, você vai me dizer onde está o bebê que você seqüestrou e vai me dizer agora, se não, eu vou decorar as paredes desse banheiro com o seu cérebro e dizer que você atacou uma policial. Então, vagabunda, cadê o bebê.
A mulher tremeu debaixo de mim, mas se recompôs e abriu um sorriso frio.
- Eu não sei do que você está falando, mas se quiser você pode me revistar, gostoso. – Perdi a paciência e a joguei contra a pia. – Policial Renata, pode dar o baculejo na vagabunda. Mas pode esculachar.
- Maravilha! Meu dia acaba de ficar divertido. – Renata era uma policial bem estressada e pegava pesado com bandido. Não dava colher de chá. Renata pegou a mulher e a empurrou contra a parede com força. – Abre os braços e as pernas, vagabunda. – Renata deu a ordem e a mulher não obedeceu. Renata bateu a cabeça da mulher com força contra a parede. – Delegado, o senhor viu, foi legítima defesa.
- É, eu vi sim, Renata. – Respondi e coloquei a arma na cabeça da bandida. – Obedece a ordem da policial, sua bandida filha da puta! Eu não tenho medo de puxar o gatilho e não tenho pena de vagabunda que seqüestra bebês.
A mulher abriu os braços e as pernas e a Renata começou a revistá-la. Renata apalpava com tanta força que a mulher ia ficar toda roxa, mas eu não estava nem aí. Renata virou a mulher de frente pra ela e continuou a apertar pra todo lado, quando apertou a barriga parou.
- Tem algo aqui. Tira a blusa, vagabunda. – Renata falou e a mulher não obedeceu e Renata enfiou a mão na cara dela com vontade, deixando os cinco dedos estalados na cara da bandida. – Mandei tirar a blusa, sua puta!
A mulher tirou a blusa e ficou só de sutiã. Preso na barriga da mulher tinha um coldre com um taser, um celular e uma seringa com um frasco. Renata puxou o coldre e me entregou.
- Mas que vadia! Será que tem mais alguma coisa, delegado? – Os olhos da Renata brilhavam, ela ia aprontar. – Eu acho melhor ter certeza. Sabe como é, né, delegado, essas putas tem uma gaveta no lugar da vagina. Tira os sapatos. – A mulher titubeou e a Renata a segurou pela garganta com força. – Mandei tirar os sapatos. – Renata falou pausadamente.
A mulher tirou os sapatos com os próprios pés, enquanto a Renata calçava uma luva e depois enfiou a mão por dentro da calça dela com tanta força que a fez ficar na ponta dos pés e gemer de dor. Peguei os sapatos e dentro de um, debaixo da palmilha, tinha uma identidade.
- Eca, deixa eu lavar minha mão e passar um álcool em gel, essa vadia é podre, que nojo! – Renata falou depois de tirar a mão da calça da mulher e arrancar a luva, a jogando no lixo. – Acho que não tem mais nada com essa ordinária, delegado. A não ser que ela tenha enfiado no rabo, aí o senhor decide, se quiser eu posso verificar no rabo dela também, ou a gente manda pro raio x. – Renata estava bem animada.
- Depende, Renata, se ela vai dar tempo pra gente encaminhá-la para o raio x ou se nós vamos ter que agir rápido. – Falei com um sorriso maldoso. – Então, dona Elisa Mourão, temos tempo?
- O que vocês querem? – A mulher chorava de ódio e falou entre os dentes.
- Você sabe o que nós queremos. – Falei pacientemente.
- Está morto. – Falou com um tonzinho sarcástico. Renata acertou outro tapa na cara dela.
- Não vai dar tempo para o raio x, delegado. – Renata falou e foi virando a mulher e debruçando sobre a pia do banheiro. – Vou revistar o rabo, com meu trabuco. – Renata tirou a arma da cintura e mostrou pelo espelho.
- Eu falo, eu falo... – a mulher se desesperou e começou a chorar se debatendo presa contra a pia.
- Não sei não Alessandro, me disseram que o boato que está correndo no hospital é que o delegado é o Batman. – Molina comentou fazendo todos rirem e eu me dei conta de que a piadinha da Renata chegou longe.
- Mas vamos combinar que essas crianças não vão mais se meter em encrenca? Eu quase enfartei umas sete vezes hoje. – Brinquei passando a mão na nuca e todos riram.
Enquanto Molina examinava o bebê, contei como foi a busca e como o encontrei. Catarina, que agora já estava calma e coordenando tudo para sair do hospital imediatamente, pegou o filho nos braços novamente e me chamou.
- Flávio, esse aqui é o Santiago, seu afilhado. – Catarina colocou o bebê em meus braços de novo. – Eu sei que você vai protegê-lo com a própria vida. Obrigada!
Eu comecei a chorar, porque já sentia uma ligação forte com esse pequenino. Em princípio Catarina e Alessandro disseram que não escolheriam, mas sorteariam os bebês entre nós, definindo assim quem seria padrinho de quem. Mas eles permitirem que eu fosse o padrinho do pequeno Santiago foi um grande presente.
- Meu deus, nunca imaginei que ia ver um homem desse tamanho chorando! – Alessandro brincou comigo.
- Não vou nem comentar. Estou muito ocupado com meu afilhadinho. – E pronto eu estava derretendo por aquele moleque e não queria soltá-lo, mas acho que a mãe dele arrancaria a minha cabeça se eu demorasse muito a devolvê-lo. – Bom, já que vocês vão pra casa, vou escoltar vocês. Mas terão que esperar terminarmos as buscas.
Molina me mostrou uma imagem da outra única pessoa que saiu pelas escadas de incêndio entre o bebê sair do berçário e as portas serem travados. Era um homem de estatura mediana e magro. Era tudo o que sabíamos. Ele usava um boné vermelho, calça jeans e camisa de malha preta. Nenhuma câmera havia flagrado seu rosto. Demos mais uma busca no hospital e achamos as roupas e o boné jogados em um canto de uma salinha de descanso da enfermagem e justamente ali era um ponto cego entre as câmeras de segurança. Era um beco sem saída.
Voltei ao quarto e disse que não seria possível encontrá-lo, poderia ser qualquer um ali e precisávamos abrir o hospital. Faríamos as buscas de outra forma. Chamei meus policiais de novo e dei instruções.
- Emílio, conduz a meliante pra uma das viaturas de apoio. Na depol a gente formaliza as declarações. Pede pro Bonfim resolver e finalizar por aqui. – Instrui e o policial saiu empurrando a seqüestradora. – Os demais vem comigo, vamos escoltar a família Mellendez em segurança até em casa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......