Bonfim ligou e avisou que havia marcado meu encontro com o Cláudio para o dia seguinte à tarde. Explicou que faria isso na delegacia para aproveitar e pegar o depoimento do Cláudio de uma vez, além se ser um ambiente um pouco melhor pra mim.
No dia seguinte, na hora marcada, eu estava lá, acompanhada do meu marido e de alguns seguranças. Bonfim nos levou para a sua sala e pediu que aguardássemos lá. Pouco depois voltou, com mais dois policiais trazendo o Cláudio.
Cláudio estava com a barba por fazer e cabelos raspados. Usava o uniforme do sistema prisional e no meio daqueles policiais parecia muito pequeno, mas mesmo estando na pior situação possível, ainda tinha um sorrisinho cínico na cara.
- Algema ele aí. – Bonfim mandou e os policiais colocaram o Cláudio sentado numa cadeira no canto e passaram a algema por dentro de um tubo na parede que parecia um corrimão.
- Então, Sr. Cláudio, o senhor queria falar com a Sra. Mellendez, ela está aqui. – Bonfim falou.
- Sra. Mellendez, que importante, hein, Catarina. – Cláudio sorriu e eu me senti desconfortável. - Quero falar com ela em particular. – Cláudio olhou para o delegado e sorriu para o Alessandro.
- Isso não será possível. – Bonfim respondeu.
- Então, sinto muito pra vocês, continuem andando em círculos atrás do Junqueira. – Cláudio falou tranquilamente.
- Eu falo com ele. – Falei num impulso e ele ampliou ainda mais o sorriso.
- Catarina, não! – Alessandro interferiu.
Me levantei e olhei pra o meu marido, falando sem emitir som “confia em mim”. Alessandro passou as duas mãos no rosto. E concordou.
- Delegado ele está bem algemado? – Perguntei.
- Sim, Catarina, ele não pode tocar em você e nós vamos estar do outro lado da porta, é só você chamar e entramos. – Bonfim me assegurou.
- Ah, coelhinha, assim como eu vou te fazer um carinho? Passar a mão nesse corpinho gos... – Quando eu vi o Alessandro já estava em cima dele e já tinha dado dois socos.
- Não banque o engraçadinho com a minha mulher! – Alessandro gritou na cara dele.
- Delegado, eu fui agredido, o juiz vai saber disso. – Cláudio falou com o maior cinismo e o Bonfim tirou o Alessandro de cima dele.
- Sim, o juiz vai saber que o senhor é um mentiroso quando eu apresentar o laudo do exame que o médico já fez pra mim e que diz que o senhor voltou para o presídio perfeitamente bem e sem nenhum arranhão. – Bonfim ia falando e o sorriso do Cláudio murchando. – Catarina, basta que você não se aproxime dele.
Quando fiquei sozinha na sala com o Cláudio eu senti repulsa, senti nojo por ter deixado um tipinho escroto como ele me tocar algum dia na vida. Eu me sentei calmamente e olhei pra ele.
- Queria falar comigo, eu estou aqui. O que você quer? – Perguntei.
- Catarina, você continua linda, mesmo tendo tido quatro filhos há pouco tempo. – Cláudio me olhava com volúpia e isso me enojou mais ainda.
- Como você sabe disso? – Quis saber.
- Aquela imprestável da sua prima. Ela vem me visitar e conta tudo. – Ele falou. – Você sabe que ela te odeia, né? Sempre te odiou e sempre morreu de inveja de você.
- É, eu descobri isso quando peguei vocês dois na minha cama.
- Ah, você ainda está magoada comigo, coelhinha? – Cláudio fez novamente referência ao apelido que me chamava quando namorávamos.
- Não me chame assim! Eu não estou magoada. Na verdade, a Kelly, tentando me fazer mal, me fez um bem enorme! – Abri um sorriso grande. – Terminar com você foi libertador e eu pude conhecer o amor da minha vida. Um homem de verdade! – Cláudio fechou a cara.
- É, você se deu bem, né, Catarina. Casou com um ricaço, tem um monte de filho dele. É, você está bem. Mas tem que ajudar a família. Olha só, eu tenho que agüentar aquela baranga ordinária da sua prima, estou preso, você tem que me ajudar.
- Eu não tenho que fazer nada, Cláudio. Você escolheu isso.
- Sabe, eu só trepei com a sua prima porque ela é uma puta. Sabe como é, eu sou homem, mulher balançou na frente eu traço. Igual aquela vagaba da Celeste. Não nego fogo.
- Que nojo! Você é um macho escroto! Você não é homem, você é um sem noção, machista, babaca, idiota.
- Nossa, quanto apelidinho carinhoso!
- Fala logo, Cláudio, o que você quer comigo?
- Quero que você e seu maridinho rico paguem um bom advogado pra mim. Isso pra começar. Quero dinheiro toda semana e quero que você vá me visitar enquanto eu estiver preso.
Eu soltei uma gargalhada. Aquilo era a piada do século.
- Você sabe que não tem a menor chance de eu fazer isso, né?!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......