“Manuela”
As coisas haviam melhorado entre o Flávio e eu, fosse o que fosse, ele estava mais atencioso comigo, como era antes, mas ainda havia algo errado e ele não falava comigo, continuava fingindo que não era nada. Mas, com o casamento da Sam e do Heitor chegando, as coisas estavam mais agitadas.
Eu estava saindo do ateliê com as garotas, nós havíamos ido escolher os vestidos para o casamento, quando o celular tocou. O peguei na bolsa e vi que era o Flávio, me afastei do grupo um pouco para atendê-lo.
- Baixinha, já terminou com as meninas? – Flávio perguntou, mas achei que ele parecia cansado, o que estava se tornando normal.
- Já sim. A Sam vai me deixar no apartamento.
- Não quer que eu vá te buscar? - O Flávio estava insistindo em me levar ao escritório e depois para a faculdade e depois me buscar, ele dizia que ficávamos mais um tempo juntos assim, por isso eu estava usando pouco o meu carro.
- Não precisa, me espera em casa.
- Eu estou com saudade! – Ele falou e meu coração deu um pulo. Nós morávamos juntos, nos víamos todos os dias, mas eu adorava quando ele me ligava e dizia que estava com saudade.
Eu estava sorrindo, mas antes que eu pudesse responder, alguém passou por mim numa bicicleta e muito rapidamente tirou o celular da minha mão e me desferiu um golpe de faca. Graças ao segurança da Sam que estava perto de mim e me puxou muito rápido, o golpe pegou no meu antebraço apenas. Com o susto eu dei um grito e senti o sangue quente escorrer do meu braço.
- Calma, senhorita. – O segurança falou, ainda me segurando. – Posso ver? – Eu estava chorando assustada com o que aconteceu, mas ele examinou o meu braço, tirou um lenço do bolso do paletó e colocou sobre o corte. – Faça pressão, senhorita, para tentar conter o sangramento.
Samantha se aproximou preocupada. Os seguranças contaram o que aconteceu e nós fomos para o hospital. Já no carro eu comecei a me acalmar, contei a Samantha que estava falando com o Flávio no telefone e os seguranças avisaram que o Heitor iria comunicá-lo do ocorrido.
Eu não sei como o Flávio chegou ao hospital antes de nós, mas ele já estava lá quando chegamos e correu ao meu encontro. A preocupação estava estampada nos olhos dele quando me abraçou.
Logo depois o Heitor entrou e disse que o médico já nos esperava. O Flávio estava agarrado em mim, quase me carregando no colo. O celular dele tocou insistentemente, até que ele atendeu na quinta vez. Ele estava irado, não era uma irritação, era ódio. Ele gritou com a pessoa do outro lado e eu estremeci sob o seu braço. Ele desligou e ligou para o Bonfim, avisando que o celular dele estaria desligado porque ele iria ficar comigo.
Eu levei dez pontos no braço, mas a essa altura, a única coisa que eu tinha na cabeça era quem tinha conseguido deixar o Flávio daquele jeito. Fosse quem fosse, algo me dizia que era a fonte de tanto estresse que ele vinha tendo nos últimos tempos. Mas e se fosse uma amante? Será que ele estava me traindo? Não, o Flávio não era assim, pelo menos eu achava que não era. Quando chegamos em casa eu já não aguentava mais todas as dúvidas na minha cabeça por causa de uma ligação.
- Baixinha, vou pedir algo pra gente comer e depois te levo pra tomar um banho... – Flávio começou a falar e eu o interrompi antes que terminasse e a minha coragem desaparecesse.
- Quem era, Flávio? – Tomei coragem e perguntei num só fôlego.
- Baixinha, eu pensei as piores coisas, eu quase enlouqueci quando o Heitor me ligou e contou que você tinha sido ferida em um assalto. Por mais que ele tenha me garantido que você estava bem e que tinha sido um ferimento superficial, eu só me acalmei um pouco quando te vi. Pareceu uma eternidade entre o Heitor me ligar e eu poder ver você. Meu coração quase parou de bater. – Sua voz era sincera, ele parecia mesmo desolado e isso me quebrou. Esse era o tipo de preocupação, o tipo de sentimento, que só se tem por alguém que você verdadeiramente ama, se ele se sentiu assim por mim, ele não poderia me trair, ele me amava, e eu não tinha porque duvidar desse amor.
- Sobre a ligação, foi só isso, amor. – Ele afirmou com convicção.
Eu senti sinceridade, mas eu estava agora comovida com a sua preocupação por mim que eu ainda não havia notado, a ligação não me importava mais naquele momento.
- E agora eu vou te dar um banho, depois te alimentar e depois fazer amor com você, bem gostoso, pra matar a saudade que eu estou sentindo de você. – Ele estava me abraçando e de repente me pegou no colo.
Ele falava de amor enquanto espalhava beijos no meu rosto e acabou me amolecendo. Eu não estava muito convencida com o que ele disse sobre o telefonema que recebeu, mas eu acabei deixando isso de lado porque já não me importava mais. Além do mais, eu já o conhecia o suficiente para saber que ainda que eu o torturasse, ele não ia falar mais nada. Mas ele fez exatamente o que prometeu, me ajudou com o banho, me alimentou e fez amor comigo, de um jeito diferente, calmo, devagar, cheio de promessas e declarações.
N.A.:
Queridos, a Manu tem o celular roubado no capítulo 145 do livro “Casal 2 – Heitor e Samantha”, quem quiser relembrar o episódio, corre lá e dá uma olhadinha.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......