“Camilo”
Já tinha três dias que Olívia e eu havíamos voltado para a nossa cidade e eu ainda não havia tido tempo de ir ao tal depósito ver o que a fulana que morreu havia guardado lá. Eu precisa encontrar um tempo pra isso, mas estava difícil, principalmente porque meu pai estava com a cabeça no divórcio, já que a audiência foi marcada e a Rita apareceu aqui e fez um escândalo, pois não a deixaram entrar, seguindo minhas ordens. E o meu pai estava temporariamente morando comigo, o convenci a não ir para a fazenda e a se mudar só depois de se livrar da Rita.
Contudo, eu tampouco estava me concentrando no trabalho, pois estava com a cabeça em toda essa história de investigação e estava muito preocupado com a minha irmã.
- Quer saber, como diz a Oli, vamos fazer acontecer. – Falei para mim mesmo eu iria atrás do tal “A Caixa”.
Chamei a secretária e pedi para remarcar todos os meus compromissos, o que ela fez bem rápido. Liberei todas as pendências da minha mesa e avisei a Oli para me esperar que iríamos no tal depósito. Ela estava tão ansiosa quanto eu. Quando cheguei em casa ela já me esperava no portão.
A viagem até o local foi rápida, em cerca de uma hora e meia eu estacionei o carro em frente a um galpão gigantesco com uma pequena placa na fachada onde se lia o nome do estabelecimento em letras grandes de imprensa.
- Será que vamos encontrar respostas aqui, Oli? – Olhei para minha esposa um tanto inseguro.
- Vamos descobrir. Mas eu estou com um bom pressentimento. – Ela colocou sua mão sobre a minha e me deu um pequeno sorriso.
Nos identificamos na recepção e a mulher pediu o recibo, um documento e a chave. Apresentei tudo e ela me olhou como se me avaliasse, pesquisou no computador e voltou a me olhar.
- Como conseguiu a chave? – Ela perguntou me olhando sobre os óculos de aros verde limão.
- A Rose, proprietária do depósito, me deu a chave antes de falecer. – Não era de todo mentira, ela faleceu e a irmã ficou com a chave, mas depois deu pra gente. Ela não saber disso, era só um detalhe do qual a recepcionista ali não precisava tomar conhecimento.
- Vocês eram parentes? – A mulher perguntava demais.
- Éramos próximos. – Me limitei a dizer isso.
- Não posso te dar acesso, a chave pode ter sido roubada. É preciso ser o proprietário ou um parente. – A mulher explicou e devolveu os documentos e a chave. Eu estava pronto para explodir com ela, mas a Oli colocou a mão em meu braço.
- Você é nova aqui, não é? – A Oli perguntou.
- Estou há dois anos, senhora. – A mulher respondeu entediada.
- Nossa, nem me dei conta de que estava há tanto tempo sem vir aqui. – Oli falou com naturalidade e tirou da bolsa uma chave, um recibo, um documento e entregou para a mulher. – Quero ver o meu depósito. Ele é meu marido.
A mulher olhou para nós dois e conferiu os documentos que a Olívia a entregou. Fez algum procedimento no computador e devolveu tudo.
- A senhora sabe a localização do seu depósito? – A mulher perguntou e abriu o portão automático.
- Sei sim, obrigada. Vamos querido? – Oli me puxou pelo braço. – Ah, vou precisar de um dos carrinhos. – A mulher pegou uma chave e entregou a Oli.
Descemos do carrinho e a Oli abriu o seu depósito. Fiquei meio abismado, aquilo parecia uma loja, araras com roupas penduradas em cabides e cobertas por capas plásticas, acessórios, dois arquivos, um pequeno armário e algumas caixas. Tudo muito organizado e miraculasamente limpo.
- Por quê não tem poeira aqui? – Perguntei bem impressionado com a limpeza do local.
- Porque quando comprei mandei fazer uma vedação hermética, depois que a porta é fechada, nada entra. Assim minhas coisas ficam mais preservadas. São memórias de outra vida, Camilo. – Oli olhou em volta com certo saudosismo.
- Você sente falta? – Sempre tive medo de não ser o suficiente para ela. Ela viajou o mundo, muitas vezes eu fui vê-la desfilar e ela era deslumbrante, eu era só um homem comum, numa cidadezinha do interior.
- Não sinto. Mas foi uma época boa, que me trouxe muitas coisas boas e eu gosto de ter as lembranças. – Ela sorriu pra mim, pegou duas caixas pretas e me puxou. – Vem!
Saímos dali e caminhamos até o final do depósito. Começamos a procurar pelo número que a Olívia viu no computador e, finalmente, no canto da parede lá no fundo, encontramos o número. Inseri a chave na portinhola e abri. Era mesmo do tamanho de uma gaveta de arquivo e estava cheio.
- Coloca tudo dentro dessas caixas o mais rápido que puder. – Olívia me deu as caixas e ficou de olho.
Depois que esvaziei o depósito, o fechei. Voltamos para o depósito da Olívia e entramos novamente. Ela caminhou entre as coisas e parecia procurar algo. Encontrou uma caixa e sorriu.
- Vou mandar isso para a Mel. Ela foi me ver em Milão, eu usei isso naquele desfile. – Olívia abriu a caixa e tinha lá dentro uma pequena bolsa toda bordada em pedraria. Era pequena e bonita. – Vamos!
Colocamos as caixas no carrinho e voltamos para a entrada. Ela agradeceu a mulher de óculos verde limão e nós saímos dali. Eu estava curioso para ver o que eram todas aquelas coisas, mas a Oli me convenceu de que era melhor esperar chegar em casa. Eu estava ansioso, eu queria respostas para tantas perguntas e elas poderiam estar todas ali no meu porta malas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......