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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 564

“Manuela”

Eu não preguei os olhos a noite inteira. Mas também, nem que eu quisesse, o Sr. Cândido ronca como um escapamento furado, nunca vi uma coisa dessas. Quando ele acordou eu estava sentada na cama de costas pra ele.

- Já acordou, Manuela? Você acorda cedo. – Ele comentou e eu só conseguia pensar “ah, claro, porque eu dormi como uma rainha ouvindo os seus roncos”. Ai, que raiva desse homem!

- Sr. Cândido, por favor, me deixa ir embora. Eu nunca vou me casar com o senhor, não há forma no mundo da minha mãe me convencer disso. – Me levantei e olhei pra ele.

- Garota, garota, eu vou te amansar. – Ele riu como um apalermado. Eu queria jogar qualquer coisa na cabeça dele, para ver se ele acordava desse delírio. - Olha, Manuela, vou te dizer uma coisa, eu conheço a Rita há muito tempo... – Ele começou a falar.

- Ah, claro, o senhor até já foi amante dela! Realmente, o senhor com certeza a conhece há muito tempo e a conhece muito bem. – Eu estava possessa de raiva, nem sabia de onde saia coragem para dizer tudo isso a ele.

- Então você já sabe. – Ele suspirou. – Isso foi há muito tempo. Mas como eu ia dizendo, quando a Rita quer alguma coisa, ela consegue. Aquela mulher consegue tudo o que quer.

- Mas ela não vai conseguir me fazer aceitar esse casamento. – Eu levantei o queixo em desafio.

- Vamos ver. Mas agora, vem, vamos tomar café da manhã que depois eu vou avisar a Rita que você chegou. – Ele apontou para a porta e eu fiquei parada onde estava. – Quer que eu te carregue?

Saí correndo antes que ele pudesse sequer pensar em tocar em mim. Eu tinha horror a esse homem. Como ele disse, assim que tomou o café ele ligou para a Rita.

- Rita! O passarinho está na gaiola. – Ele disse todo satisfeito. – A Manuela chegou. Porque não deu para levá-la para a sua casa. – Até eu ouvi a minha mãe gritar e reclamar. – Porque o Camilo estava de campana na sua porta. Ela está naquele lugar que você conhece bem, onde nós nos encontrávamos. – Ela gritou e reclamou mais uma vez. – Olha, vai ser assim porque eu decidi e pronto! Ela está aqui e vai ficar aqui. Meus homens vão ficar de olho nela. Você tome muito cuidado quando vier. E já sabe, não a machuque!

Achei até graça da preocupação dele em avisar a Rita para não me machucar. Ele desligou o telefone e olhou pra mim.

- Manuela, eu preciso ir trabalhar. Você está em sua casa, mas nada de colocar o pé pra fora. Meus homens estão de olho. Sua mãe chega daqui a pouco.

- Você sabe o que ela quer comigo, não sabe? Além desse casamento. – Eu tinha certeza que ele sabia.

- Não faço idéia, mas ela não vai tocar em você. – Eu ri.

- Você não conhece a Rita. – Eu não me preocupava mais em chamá-la de mãe, pois mesmo que fosse ela quem tivesse me colocado no mundo, ela não se comportava como mãe. – Ela vai me bater, vai me chicotear, vai me torturar e me deixar em carne viva, aí ela vai me bater mais e vai continuar assim até que ela consiga o que quer, mas como eu não posso dar o que ela quer, ela vai me espancar até me matar. – Olhei para ele de forma amarga.

- E o que ela tanto quer? – Ele perguntou.

- Minha herança. Mas ela não pode tocá-la, ninguém pode. – Falei e me levantei, dando as costas para ele e indo me sentar no sofá.

Ouvi a porta bater e ele já não estava ali. Pouco depois a porta bateu de novo, olhei para trás e vi o capanga dele, o que dirigia o carro na noite anterior, parado de pé junto a porta e de olho em mim. Eu não tinha a menor chance de fugir.

Ela se levantou e caminhou até mim, agarrou meus cabelos e me segurou com o nariz grudado no meu rosto.

- Você vai pegar essa pasta e vai assinar esses documentos ou eu vou te dar a maior surra da sua vida. – Ela ameaçou de novo e eu não respondi.

Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto. Ela puxou os meus cabelos me fazendo ficar de pé e me empurrou contra a parede, veio sobre mim e eu senti o golpe do chicote em minhas costas sobre o fino tecido do meu vestido. Eu nem contei quantas chicotadas ela me deu, mas foram muitas, nas costas, nos braços e nas pernas. As lágrimas banhavam o meu rosto, mas eu chorava em silêncio. Ela veio sobre mim mais uma vez e me esbofeteou, deixando a marca daquele maldito anel mais uma vez na minha face.

- Sua garotinha insuportável! – Ela gritou comigo. – Anda, Manuela, assina esse documento e acaba com isso!

Ela me agarrou novamente pelos cabelos e me tirou do chão, me jogando no sofá novamente.

- ASSINAAA! – Ela gritou e eu fiquei imóvel. A única coisa que saía de mim era o choro, minha voz estava suprimida. Ela me esbofeteou novamente com tanta força que eu senti o gosto metálico do sangue em minha boca.

- Eu não vou assinar. – Finalmente eu consegui dizer. – E mesmo que eu assine, não vai adiantar nada. O Camilo protegeu essa herança e não há nada que você possa fazer para colocar as mãos nela. Seus documentos, ainda que eu assine, não valem de nada.

- O que você está dizendo, garota? – Eu apenas sorri e senti o golpe bruto dela de punho fechado atingir o meu rosto.

Ela saiu sem dizer nada, levou consigo a pasta preta e o chicote. Me encolhi no sofá, deixando o choro sair. Ela me daria um tempo, certamente iria se informar sobre o que o Camilo fez, mas voltaria com muito mais ódio. E quando ela voltasse, eu sabia que ela não pararia.

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