“Rita”
Cheguei ao cartório e o Cândido já estava lá, todo garboso, se achando o noivo do ano. Conversava com o tabelião e eu vi o momento em que lhe passou um envelope bem gordo, com certeza o dinheiro pelo casamento duvidoso que ia realizar.
- Cândido! Onde ela está? – Perguntei ao me aproximar.
- Calma, Fofa! Minha noiva está chegando. – Cândido estava muito tranquilo.
- Você deveria ter marcado isso na sua casa ou na fazenda, assim aqueles policiais não poderiam atrapalhar. – Eu não entendi porque ele quis fazer isso no cartório.
- Olha, Fofa, eu também preferiria, mas o tabelião não poderia ir hoje e como eu tenho pressa em resolver isso, nós estamos aqui. Mas ninguém vai nos incomodar. – Cândido não demonstrava nenhuma preocupação.
- Para de me chamar de Fofa. – O alertei e ele riu, era um cretino mesmo. – Como você tem tanta certeza que não vão nos encontrar aqui antes desse casamento?
- Mandei o delegado resolver isso e ele mandou aqueles idiotas lá pros lados da grota. Até voltarem eu já terei sumido com a Manuela.
- E como ele fez isso? Como ele conseguiu mandar aquele bando de policiais para tão longe? – Eu fiquei curiosa, pois o Flávio não tinha a menor simpatia pelo delegado da cidade.
- Ele mandou um policial se fazer de santo, fingir que queria ajudar e dar a informação falsa. – Cândido riu e olhou para a porta onde a Manuela acabava de entrar empurrada por um dos capangas dele.
Manuela chegou vestindo uma blusa branca e uma bermuda verde, com um chinelinho horroroso. A roupa estava grande demais no corpo dela. Apreciei a minha obra, o estrago que fiz naquele rostinho angelical, e sorri, haviam machucados pelo rosto, a marca do meu anel nos dois lados, um anel que eu comprei há anos só pra deixar uma marca quando eu batesse nela, e também havia um hematoma que surgia no olho direito e descia pela face, o olho estava quase fechado de tão inchado. Me deu vontade de deixar o outro olho igual.
- Nem pense em bater nela de novo! – Cândido me alertou, como se lesse os meus pensamentos, e caminhou em direção ao capanga que entrou com a Manuela. – Por que ela não está usando a roupa que eu mandei?
- Ela não quis chefe. E eu pensei que o senhor não ficaria satisfeito se eu a vestisse a força. – O capanga respondeu.
- Pensou bem. Manuela, por que você não colocou o vestido? Nós vamos nos casar... – A Manuela levantou bem o rosto e olhou desafiadoramente para o Cândido.
- Eu nunca vou me casar com você! – Ela falou cada palavra com determinação e raiva.
- Ai, para de drama, Manuela. – Me meti na conversa porque eu adorava aterrorizar aquela ratinha. – Você vai se casar com o Cândido e acabou, se conforma. Você nunca mais vai ver aquele delegado, nem seus amiguinhos e muito menos o seu paizinho.
- Eu te odeio, Rita! Eu te odeio! – Manuela já estava chorando de novo e eu ri. – Mas vocês não podem me obrigar a me casar.
- Isso é o que nós vamos ver. – Falei e sorri. – Anda, Cândido, vamos começar logo com isso. Ou você quer que eu a vista à força?
- Já te disse que não é para bater nela de novo. Olha como ela já está, não vai aguentar nada na lua de mel. – Cândido reclamou e eu vi a Manuela estremecer.
- Então ela casa assim mesmo. – Sorri.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......