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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 580

“Manuela”

Depois de mais um dia e todos os exames possíveis, eu recebi alta do hospital, não havia nenhum dano mais grave que demandasse a minha internação, mas eu deveria manter repouso até me recuperar. Os médicos disseram que o medicamento que a Rita me aplicou já havia saído do meu organismo, mas que eu ainda poderia me sentir estranha por mais uns dias e que era normal. Então, do hospital o Flávio me levou para a casa do Camilo.

Nossos amigos voltaram para Porto Paraíso depois que eu acordei, o Alessandro disse que eu não me preocupasse, pois a Catarina me substituiria por uns dias. O PH me ligou e eu tive que consolá-lo e acalmá-lo, pois ele estava se culpando pelo que aconteceu, com certeza no dia em que me visse teria outra crise de choro. Mas até então ninguém havia me contado nada.

Quando chegamos a casa do Camilo, havia uma recepção para mim, meu pai, meu irmão e minha cunhada me aguardavam com faixas e balões coloridos me dando as boas vindas. Olívia havia preparado um almoço delicioso e depois de comer eu me recusei a ir para a cama, queria ficar perto deles, de todos eles.

- Muito bem, agora quem vai me contar o que aconteceu? – Perguntei depois de me acomodar no sofá com todos eles ao meu redor e meu pai abraçado a mim. Até aquele momento eu não tinha perguntado nada. Eles se entreolharam e o Flávio se adiantou.

- Baixinha, você precisa descansar. Lembre-se do que o médico disse. A história é longa. – Flávio falou como se quisesse me evitar um aborrecimento.

- Vocês têm uma história pra me contar e eu preciso saber. Por favor! – Eu supliquei e ele não conseguiu mais evitar o assunto.

O Flávio começou a me contar como as coisas haviam acontecido, desde o momento em que o Paulo Henrique ligou para ele, até o momento em que me encontraram no cartório e me levaram para o hospital.

- E agora, baixinha, a Rita e o Cândido estão presos. – O Flávio finalizou.

- Eles vão ficar presos? – Perguntei, pois eu ainda tinha medo.

- Com certeza, baixinha. Agora nos conte você, o que aconteceu?

Eu contei a eles tudo o que vivi desde que a garota da faculdade me deu o recado do capanga do Sr. Cândido que me sequestrou, até o momento em que a Rita me drogou, contei da surra que a Rita me deu e de como eu estava machucada e da dor horrível que eu senti, mas principalmente do pavor que eu tive de nunca mais voltar a vê-los e que eu queria morrer para não me casar com o Sr. Cândido.

- Sabe, o Sr. Cândido até me tratou bem, ele não tocou em mim. Mas a Rita, ela sente um prazer doentio em me bater. – Eu me lembrava daquilo com uma expressão de tristeza.

- Ela nunca mais vai colocar as mãos em você, Manu. – O Flávio me garantiu e eu sabia que ele moveria céus e terras para garantir isso.

- Ela me disse que não é a minha mãe. Eu senti um alívio tão grande! Mas eu ainda não sei quem é a minha mãe. – Meus olhos lacrimejaram. – Mesmo assim, eu quero conhecer a dona Teresa e o Jeferson.

- Eles também querem te conhecer, talvez amanhã, porque hoje você precisa descansar. – Flávio pediu e eu podia ver a preocupação em seus olhos.

- Filha, os exames não vão demorar a ficar prontos, mas eu tenho uma coisa para contar pra você. – Meu pai passou os dedos pelo meu cabelo.

- A Gisele sabia de uma mulher que estava grávida do mesmo tempo que a minha esposa, que também era o período que a Rita dizia estar grávida, e essa mulher era a dona Teresa. A Rita e a Gisele decidiram que os dois bebês deveriam nascer no mesmo dia, assim elas poderiam colocar o plano em prática. Então elas decidiram a data do parto, que deveria ser um dia em que eu tivesse saído da fazendo para passar o dia todo fora. A Gisele, bancando a boa samaritana foi visitar a dona Teresa um dia antes e deu um jeito de dar a ela um remédio para induzir o parto, o mesmo remédio que a Rose deu para a minha esposa. – As lágrimas caíam dos olhos do meu pai, ele não conseguiria continuar contando. – Flávio... – Foi como se ele passasse a palavra para o Flávio.

- Baixinha, no dia em que seu pai viajou com o Camilo, a dona Teresa entrou em trabalho de parto. Como você sabe, ela teve gêmeos, um menino e uma menina, era perfeito para os planos da Rita. A Gisele fez o parto da dona Teresa, que ficou muito mal, pois a Gisele cometeu muitos erros durante o parto e deixou a mulher com uma hemorragia. Ela iria morrer se o marido não tivesse decidido entrar no quarto. – Eu ouvia o que o Flávio contava sentindo uma dor no meu coração pelo sofrimento causado aquela família. – A Gisele colocou a menina dentro da sacola que ela carregava e cobriu com uma manta. Ela saiu da casa às pressas, dizendo que tinha outro paciente urgente e disse para o homem não entrar no quarto, pois a mulher estava dormindo. Ela saiu de lá com a bebêzinha deles e foi direto para a fazenda da sua família. A esposa do seu pai já estava em trabalho de parto. A Gisele entrou e fez o parto, era uma menina. A Gisele deveria trocar os bebês, pois a Rita precisava que se o seu pai pedisse um DNA, o exame fosse positivo, então a idéia era deixar a filha da dona Teresa com a esposa do seu pai e levar a outra bebê para a Rita. E depois a Rita plantaria a dúvida no seu pai, dizendo que ele não era o pai da filha da esposa e o convenceria a fazer um DNA que comprovaria que aquela menina não era dele. Então, foi o que a Gisele fez, levou a criança, só que no trajeto da casa da dona Teresa até a fazenda, a bebê ficou dentro da sacola coberta até a cabeça com uma manta. A bebê da dona Teresa morreu sufocada. – Quando o Flávio disse isso eu solucei, eu não sei quando comecei a chorar, mas era tudo tão perverso que eu não conseguia me controlar.

- Calma, minha irmã! – Camilo se ajoelhou diante de mim e segurou as minhas mãos.

- Continua, Flávio. – Pedi entre os soluços.

- A Gisele fez o parto da esposa do seu pai, ela estava muito mal e não sobreviveria, a Gisele ia garantir isso, ela esperou, com a hemorragia do parto a morte seria rápida, como foi. A Gisele então colocou a bebê morta nos braços da mulher e levou a bebê viva com ela, dentro da sacola, mas dessa vez ela teve o cuidado de deixar a cabeça do bebê descoberta para que não sufocasse. Ela levou a criança e entregou para a Rita, que mandou avisar ao seu pai, dois dias depois, que você tinha nascido. Ela sabia que ele estaria de luto e sofrendo e aproveitou a oportunidade. O resto da história você já sabe. – Flávio, que estava ao meu lado, passava a mão nas minhas costas de maneira reconfortante.

- Então... – Eu tentava controlar o meu choro. – A minha mãe... a minha mãe é a sua mãe, Camilo?

- Sim, minha irmã, você e eu temos a mesma mãe! Você é aquela bebêzinha que eu te contei que foi muito amada e esperada. Você foi amada pela sua mãe, assim como pelo seu irmão e pelo seu pai, e nós continuamos te amando muito. E eu tenho certeza que a nossa mãe, de algum lugar, cuida de você. – Camilo chorava como eu, a emoção me dominou de vez.

Eu já não conseguia falar, apenas chorava. Meu irmão me puxou em um abraço apertado, cheio de afeto. Eu nunca me senti tão pertencente a esse lugar, a essa família. Agora eu sabia que tive uma mãe que me amou mesmo antes de me conhecer, aquela mãe que tantas vezes eu desejei secretamente que fosse a minha mãe e ela era mesmo a minha mãe. Eu agora estava certa do meu lugar no mundo, era como se eu me sentisse digna de estar ali entre eles.

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