“Manuela”
As garotas se reuniram comigo aqui no apartamento na noite passada, nós nos organizamos e já sabíamos tudo o que teríamos que fazer para o casamento. A Melissa e a Olívia cuidariam da decoração e do buffet e a Melissa marcaria o ateliê para vermos o vestido, a Sam e a Cat iriam me ajudar com a mudança, mas isso seria ao longo da semana.
- Nossa, uma reunião de homens bonitos! – Elogiei quando o Flávio, o meu pai e o meu irmão entraram na cozinha.
Estavam todos de terno e se saíssem juntos chamariam muita atenção por onde passassem. Meu pai, apesar de já ter seus sessenta anos, ainda era um homem bonito, ele era alto e estava em muito boa forma, pois se cuidava, tinha os traços do rosto muito marcantes com a linha da mandíbula quadrada bem marcada e a boca bem desenhada com dentes perfeitamente alinhados, lindos olhos castanhos com reflexos esverdeados e com os cabelos grisalhos que lhe conferiam um charme a mais. Meu irmão Camilo era alto como o nosso pai, com os cabelos castanhos e os olhos iguais aos meus, um nariz perfeitamente esculpido e o maxilar e a boca iguais aos do meu pai. Já o Flávio, ah, o Flávio era simplesmente um deus grego!
- Gostou, baixinha! – Flávio se aproximou e me deu um beijo.
- Uau! Vocês três estão de arrasar! – Lisandra entrou na cozinha e deu um assovio. – Tio Orlando, sinceramente, o senhor é o mais gato de todos.
- Ah, querida, você é uma bajuladora! – Meu pai alargou o sorriso. E piscou pra ela, que colocou a mão no coração e suspirou, nos fazendo rir.
Olívia entrou por último na cozinha, estava deslumbrante em um vestido verde oliva bem ajustado ao corpo, que destacava seus olhos verdes quase do mesmo tom do vestido.
- Agora eu fiquei curiosa, onde vocês vão assim tão elegantes? – Perguntei sem me conter.
- Manu, o corpo do Juliano chega agora pela manhã. Vamos ao aeroporto fazer as liberações e depois vamos sepultá-lo aqui em Porto Paraíso mesmo. – Meu pai falou com seriedade.
- Ah, então eu vou ligar para o meu chefe e vou com vocês. – Falei imediatamente.
- Não vai não! – O Flávio falou imediatamente. – Baixinha, ele será sepultado aqui porque eu consegui uma autorização para a Rita comparecer, atendendo a um pedido do seu pai. Mas eu não quero você nem perto daquela mulher.
- Mas, Flávio, ela está presa, se eu sei um pouco das coisas, ela vai estar algemada e acompanhada pela polícia. Não tem risco nenhum. – Eu não entendi o receio do Flávio.
- Manu, não! Aquela mulher consegue te fazer mal só de olhar pra você. – O Flávio falou muito sério. – Olha só, faz isso por mim, baixinha, por favor! Para a minha paz de espírito.
- Está bem! – Concordei. Ele tinha razão, a Rita me afetava de qualquer forma. E não me custava nada atender ao pedido dele. – Mas por que o senhor quis que ela fosse ao sepultamento, pai?
- Porque é filho dela, Manu. Eu sei o que ela vai sentir quando eu der a notícia, é uma dor tão grande que não haverá castigo maior para a Rita, não haverá pena que seja mais terrível. Perder um filho é perder o melhor de nós, porque os filhos são uma parte dos pais, eles dão sentido a nossa vida. Quando um filho chega, ele muda tudo, muda a forma como vemos o mundo, é como se os nossos olhos se abrissem pela primeira vez, e como se nós nunca mais fossemos ficar sozinhos, ele nos dá esperança no futuro, responsabilidade e propósito, além de nos dar o sentido de perpetuação, é como se através dos filhos nós nos imortalizássemos, pois eles darão continuidade ao nosso legado. É até difícil explicar, mas a verdade é que quando um filho nasce, você se descobre, você sente como se tivesse vivido a vida inteira esperando por aquele momento, você se sente pleno e completo. O amor de um pai e de uma mãe por seu filho é quase sobrenatural, é espiritual, incondicional, autossacrificante, tanto que vivemos tentando evitar as dores dos filhos e se pudéssemos escolher, sofreríamos e morreríamos por vocês, para que tivessem um vida infinita e feliz. – Meu pai explicava enquanto segurava a minha mão.
- Que lindo, pai! – Fiquei emocionada ouvindo o meu pai e aquilo mexeu muito comigo. – Bom, então que corra tudo bem. Vejo vocês à noite!
Me despedi de cada um e fui com a Lisandra para o escritório. Eu estava pensativa, as palavras do meu pai foram o sinal que eu precisava para ter certeza do que eu queria fazer. A Lisa, não se aguentou, vendo que eu estava mais introspectiva ela resolveu perguntar enquanto dirigia. Desde que ela chegou, ela dirigia quando saíamos juntas, eu adorava que ela tivesse essa disposição, pois eu gostava de olhar a paisagem, as pessoas passando, as vitrines.
- O que foi, Manu? Está tudo bem? – Lisa me olhou de soslaio.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......