Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 630

“Cândido”

Certa vez eu li em algum lugar que “o amor tem razões que a própria razão desconhece”, eu não me lembrava onde tinha lido, mas o autor estava certo quando escreveu isso. Eu estava parado ali, escondido entre as árvores, vendo aquela moça se preparar para entrar naquela capela para se casar. Do mesmo jeito eu estive ali há trinta anos atrás, vendo a mãe dela, a única mulher que amei na vida, se preparar para entrar naquela mesma capela e se casar com outro homem.

Deus, como elas eram parecidas! Manuela era igual à mãe até nos trejeitos. A forma como ela sorriu e se virou para arrumar o véu, foi exatamente assim que a mãe dela fez, era como se eu tivesse sido transportado no tempo. E foi no momento em que a Açucena deu aquele sorriso que eu decidi deixá-la se casar.

Eu havia ido até lá com o intuito de roubá-la antes do casamento. Eu a levaria dali, a trancaria, até que ela voltasse a me ver, até que ela me amasse. Mas no momento em que vi aquele sorriso, eu percebi que já não tinha esperança, ela nunca me amaria, porque ela entregou o seu coração ao Orlando Blanco. Eu sabia que se a levasse ela seria infeliz e eu a amava demais para fazê-la infeliz. Eu a vi entrar na capela sorrindo, com o mesmo vestido que a filha usava agora, e eu fui embora.

Eu fui embora e me casei com outra, mas a outra em nada era como a Açucena e eu já não podia amar, de modo que tudo na minha mulher me irritava. Eu passei a beber e fui ficando cada vez mais duro, cada vez mais cruel. Depois que o meu filho nasceu, foi ainda pior, minha mulher ficou ainda mais irritante e eu perdia a paciência. Nós brigávamos muito e foi assim até que ela morreu, cinco anos depois que nos casamos. Numa noite, durante uma de nossas brigas, ela caiu da escada e todos acham que eu a matei de pancada. Mas eu nunca bati nela. Brigávamos muito e todos podiam ouvir os gritos. Eu quebrava tudo o que via pela frente, mas eu nunca encostei a mão nela, embora ela se fizesse de santa e dissesse para as pessoas que comia o pão que o diabo amassou com o rabo na minha mão.

Nos dez anos seguintes, depois daquele casamento, eu admirei a Açucena de longe e eu vi o quanto ela foi feliz com o marido. Quando eles brigaram, eu pensei que poderia ter uma chance. Por essa época eu já estava viúvo e estava de caso com a Rita, aquela infeliz. A Rita sempre quis dinheiro, sempre quis vida boa, era uma qualquer, sempre foi. Eu sabia bem que além de mim ela se deitava com aquele pobre coitado que depois a engravidou. Dele sim ela gostava, mas ela gostava mais do dinheiro, sempre gostou mais do dinheiro.

No entanto a Rita veio com um plano para separar de vez a Açucena e o Orlando. Eu pensei que os dois já estavam separados, pois o Orlando saiu de casa, e eu me dispus a ajudar a Rita. Eu não sabia que a Rita tinha armado para separar os dois, mandando cartas anônimas dizendo que o Orlando tinha outra, sendo que ele não tinha. O Orlando foi um fraco, estava sofrendo por causa da Açucena, ao invés de lutar pela mulher que amava, ia para o bar todos os dias depois do trabalho e enchia a cara. Foi assim que a Rita conseguiu se deitar na cama dele. Ela aproveitava quando ele estava tão bêbado que mal conseguia ficar de pé e se enfiava na cama dele.

O mais engraçado de tudo é que ela só conseguiu ter relações com ele depois que se casaram, pois antes ele andava tão bêbado que nem tocava nela. Mas ela o fez acreditar que eles tiveram relações e ela ficou grávida dele, sendo que nem grávida ela estava. O Orlando sempre foi muito fácil de enganar, sempre foi bonzinho demais e sempre acreditou nas pessoas e a Rita, a Rita era o próprio demônio, com um talento para a mentira e para a enganação.

No meio disso tudo, eu criei coragem e procurei a Açucena, eu lhe ofereci apoio e disse que ainda a amava, mas já era tarde outra vez. Ela havia descoberto estar grávida do marido naquele dia. Ela sorriu para mim e me pediu perdão por eu sofrer por ela, mas ela amava o marido e precisava dar uma chance para a família dela. Ela voltou para o Orlando e meses depois ela morreu. Eu desconfiava que tinha o dedo da Rita na morte dela, mas eu não tinha certeza, essa certeza eu só tive recentemente, depois que toda a história foi descoberta.

A morte da Açucena matou o resto de humanidade em mim. Eu sofri como um louco por aquela mulher. Nada mais me importava, nem meu filho, que se mostrava cada dia mais imprestável e com o caráter fraco da mãe, com tendências a farras e bebedeiras. E agora eu estou aqui, de pé, no mesmo lugar em que estive há trinta anos, vendo a filha dela se preparar para entrar naquela capela e se casar, mas elas eram tão parecidas que era como se eu olhasse para a Açucena e não para a Manuela. Foi como se eu a visse uma última vez.

CASAL 3 - Capítulo 226: Como elas são parecidas! 1

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