“Patrício”
Eu voltei do almoço mais tranquilo. Ouvi tudo o que os meus amigos tinham a dizer e entendi que eles se divertiram as minhas custas. Eu estava bem com isso, teria feito o mesmo no lugar deles. Mas a Srta. Lisandra, essa não estava perdoada e eu faria a vida dela bem difícil enquanto trabalhasse pra mim.
Até que numa coisa eu tinha que dar razão ao Alessandro, ela parecia ser realmente boa no trabalho, pelo menos tinha sido muito diligente em todas as vezes que a solicitei alguma coisa e pelo telefone ela era até muito simpática.
Passei pela mesa da minha assistente e ela estava concentrada em algo que digitava no computador, sequer desviou os olhos da tela para me olhar. Sobre a sua mesa, a caixa de bombons que ela havia ganhado estava aberta, mas eu não via por ali os turrones que eu trouxe para ela. Ela preferiu aqueles bombonzinhos aos doces espanhóis que eu havia lhe dado? Isso me ofendeu um pouco.
Entrei em minha sala e antes de passar pela porta eu vi a sacola colorida sobre a minha mesa. O que significava aquilo? Me aproximei e vi preso à sacola um pequeno bilhete onde estava escrito em uma caligrafia bonita e elaborada:
“Sr. Guzman, não faz sentido eu aceitar o seu presente se sua intenção não era dá-los a mim. Lisandra Moreno.”
- Mas o quê?... – Mas que garotinha irritante! Peguei o telefone e disquei o seu ramal. – Na minha sala agora!
Ela entrou com um caminhar seguro e cabeça erguida, se aproximou da mesa e me encarou. Seu cabelos caíam em camadas emoldurando o rosto bonito e sério com aqueles olhos negros que me encaravam.
- O que significa isso? – Perguntei apontando a sacola.
- Está explicado no bilhete. O senhor não viu o bilhete? – Ela respondeu impassível.
- Eu vi o bilhete! Mas é uma grosseria que você me devolva um presente que...
- O senhor não comprou esse presente para mim. Comprou para alguém que imaginou que existisse. Então, não me sinto confortável em aceitá-lo e tenho certeza de que o senhor, um homem tão inteligente e superior, pode entender as minhas razões. – Eu fiquei embasbacado olhando o atrevimento dela. – Mais alguma coisa, Sr. Guzman?
- Vai continuar me chamando de Sr. Guzman?
- É o seu nome! O senhor deseja algo mais?
Ela parecia inabalável e eu estava sem saber o que dizer. Mas eu ia ensinar uma coisinha ou duas para essa menina. Ela pediu licença e se retirou. Eu fiquei andando de um lado para o outro naquele escritório, precisava pensar em um jeito de fazer aquela garotinha engolir a desfeita que me fez. E eu tive uma idéia.
Fiquei bem atento aos barulhos do lado de fora da minha sala e quando percebi que ela saiu de sua mesa eu fui até lá. Bem rapidinho eu arrumei tudo, coloquei a caixa de turrones aberta sobre a mesa no lugar da caixa de bombons, amarrei o xale na alça da bolsa dela que estava sobre o móvel, em um laço elaborado que minha mãe sempre fazia nas bolsas dela e de tanto ver eu acabei aprendendo, coloquei o licor dentro da bolsa. Peguei aquela caixinha de bombons, voltei para a minha sala e esperei, porque eu sabia que ela viria, eu sabia que teríamos o nosso segundo embate. E não demorou mais que dez minutos.
- O que você... – Ela entrou em minha sala bufando, havia esquecido completamente aquela pose controlada e altiva. Mas ela não me viu e parou de falar.
- Esses bombons, são até bonzinhos. – Eu estava sentado no sofá em frente a minha mesa, de modo que ela entrou e eu fiquei atrás dela.
Ela se virou lentamente e viu a caixa de bombons em minhas mãos. Eu coloquei um na boca e ela apenas observou por um momento. Ela fez uma expressão que eu não decifrei e por um momento eu queria ouvir os pensamentos dela.
- Sua roupa... – Eu engoli em seco, era um belo par de seios. – Sua roupa é justa demais.
- Se o senhor diz! Eu passarei a vir trabalhar de burca. O senhor deseja escolher a cor também? – Ela falou num fingido tom amigável e se levantou, passando as mãos pelas laterais do corpo, como se esticasse a roupa, fazendo os meus olhos seguirem os movimentos de suas mãos. Mas era muito atrevida essa garota!
- Olha, Srta. Lisandra, não seja sarcástica, só acho que você precisa se vestir de acordo com o ambiente de trabalho e não para chamar a atenção dos funcionários que ficam lhe enviando bombons. – Falei e ela se debruçou sobre mim, quase colocando os seios na minha cara.
- Não é assim que me visto quando quero chamar a atenção, Sr. Guzman. – Ela sorriu, seus lábios contornaram um sorriso confiante de dentes perfeitos. – E como o senhor sabe quem me enviou os bombons? – Eu fui pego no meu próprio laça e ela sorriu com o meu embaraço.
Num gesto rápido ela puxou a caixa de bombons da minha mão e eu segurei o seu pulso, ela se desequilibrou e caiu sobre o meu colo, deixando a caixa de bombons voar de suas mãos e os bombons da caixa se espalharem pelo escritório. Um único bombom caiu justamente no seu decote, entre os seus seios e aquilo era como um convite. Por um momento eu me esqueci quem ela era, olhei para o seu decote com desejo, sentindo algo se agitar dentro de mim e o meu corpo retornar a vida.
- Está vendo, você desperdiçou os bombons, só sobrou um. – Falei com uma vontade enorme de pegar aquele bombom com a boca.
Ela me olhava com os olhos arregalados e eu sorri. Ergui a minha mão direita até o seu decote, deixando-a resvalar em seu seio e peguei o bombom dali. Ela arfou e eu percebi que a Srta. Lisandra não me odiava tanto assim. Coloquei o bombom na boca e estava a ponto de oferecer uma provinha a ela, mas me lembrei quem era aquela garota no meu colo. Ela era a mesma garotinha mimada irmã do meu amigo. Eu a tirei do meu colo o mais rápido possível, mas ainda vi o seu semblante se fechar em confusão.
- Peça a alguém para vir arrumar essa bagunça. E coma os doces que eu trouxe para você. Foram um presente, apenas aceite. – Eu me afastei dela e voltei para a minha mesa.
Mas onde eu estava com a cabeça? O que acabou de acontecer ali? O Flávio me mataria se soubesse disso!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......