Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 646

“Patrício”

A Lisandra havia acabado de sair da minha sala e eu estava olhando os bombons pelo chão, com o coração ainda acelerado, quando o Flávio irrompeu pela porta. Pronto! Se ele chega cinco minutos antes teria me pegado numa situação difícil de explicar, com a irmã dele no meu colo e a centímetros de beijá-la.

- Finalmente você voltou! – Flávio caminhou em minha direção e eu me pus de pé para abraçá-lo.

- Meu amigo! Como você está?

- Caminhando nas nuvens. – Flávio sorriu. – E você, como você está?

- Estou bem, foi bom ter ido. Já não é tão difícil. – E realmente não era, mas também esse dia estava tão cheio de novidades que eu nem tive tempo para pensar no que havia passado.

- Que bom! – O Flávio me encarou e eu sabia o que ele queria dizer. – Patrício, sobre a minha irmã, eu avisei milhões de vezes para ela te contar.

- Flávio, eu sei, o Alessandro me explicou tudo, está tudo bem. Não estou chateado com vocês. Eu me resolvo com a esquisita.

- Patrício, ela é minha irmã e não é mais uma criança! E nós não somos mais dois jovens idiotas. Isso não é mais engraçado. – Flávio me alertou e ele tinha razão.

- Eu sei! Desculpa, cara! – Me senti um pouco envergonhado de ter chamado a irmã dele de esquisita, era um velho hábito que precisava mudar.

- Patrício, a Lisa também passou por um momento difícil, você conhece os meus pais. Minha irmã voltou do exterior há cerca de um ano, ela voltou com a idéia de assumir um cargo na empresa, ela se preparou pra isso, mas o meu pai não concordou. – Flávio continuou explicando.

- O velho pensamento de que uma mulher precisa se casar e cuidar da família. – Eu conhecia bem os pais do Flávio, eram ótimos, boas pessoas, mas com conceitos muito ultrapassados sobre muitas coisas.

- Exatamente! E minha mãe arrumou um casamento para a Lisa, um casamento com um traste, mas que é filho de uma amiga dela. Só que a Lisa estava desesperada porque não queria se casar.

- E quem é o traste? – Fiquei curioso, eu conhecia todas as famílias importantes de Campanário e sabia que a mãe do Flávio ia querer um marido de procedência para a filha.

- Porque ela teve medo de perder o emprego antes de conseguir outro. Ela sabe que você não gosta dela. Mas também, é uma implicância sua que nem eu sei de onde vem e nem quero saber. Eu não vou me meter entre vocês dois, não mais, vocês dois são adultos, ela é adulta agora, Patrício, e acredite, ela sabe bem lutar suas próprias batalhas. Eu gostaria que vocês se dessem bem, mas se não for possível eu entendo e não vou tomar partido. Se você quiser demiti-la, tudo bem, eu tenho certeza que ela pode arrumar outro emprego e até arrumar, claro que eu não vou deixá-la desamparada.

- Flávio, eu não vou demiti-la. Ela é realmente competente. – Isso eu tinha que admitir.

- Isso é o que eu tenho ouvido do Alessandro e do Rick.

- Então, é questão de nós nos ajustarmos e sermos os dois profissionais. Até porquê, como o Alessandro já me disse, ela entrou para o grupo e eu já sei que vamos nos encontrar muito fora da empresa. Inclusive no natal, já que eu vou aceitar o convite da Manu e passar as festas com vocês na fazenda.

- Ah, mas isso é uma ótima notícia! – Flávio ficou feliz em saber que eu estaria na fazenda com eles não apenas para o casamento. – Então se ajusta logo com a Lisa. Bom, eu tenho que ir.

- Vou te acompanhar até lá fora. – Saí com o meu amigo pensando em quanta coisa eu não estava sabendo e no que mais eu iria descobrir à partir de agora.

Na recepção vi a Lisandra com os olhos vermelhos de quem estava chorando e dando a pior desculpa do mundo. Eu me senti mal, porque eu sabia que aquelas lágrimas eram por minha culpa, eu havia sido um grosso com ela, mas ela brincou comigo e eu não gostei. Eu precisava dar um jeito de resolver essa situação, já que trabalharíamos juntos, mas eu também queria dar uma lição nela. Ah, eu estava muito confuso sobre como deveria me comportar com aquela garota.