Entrar Via

Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 650

“Lisandra”

Quando o dia começou a amanhecer eu me levantei, já não conseguia mais ficar deitada. Me arrumei para o trabalho, olhei a minha bolsa com aquele xale amarrado em laço nela, havia ficado tão bonito que decidi não tirá-lo, deixei um bilhete para a Manu avisando que já tinha saído e fui para o trabalho. Eu queria ficar mais um pouco sozinha, não queria ouvir as histórias de como o jantar entre os amigos foi legal. Eu era uma pessoa má por isso? Talvez, mas eu estava me dando esse direito, de ser má e estar magoada.

Fui para o escritório de metrô e sentei naquela pequena cafeteria que ficava do outro lado da rua. Ela estava abrindo quando cheguei e ainda era muito cedo para ir para o escritório. Sentei, pedi um café e fiquei observando o movimento da rua que ainda era fraco.

Às sete e meia eu fui para o escritório, ainda era cedo e ninguém deveria ter chegado. Entrei e fui logo para a minha mesa, eu escreveria um e-mail para o Patrício explicando porque eu deveria me demitir e dizendo que eu ficaria até que ele encontrasse alguém para me substituir.

Eu havia acabado de enviar o e-mail, fui o mais respeitosa possível naquele texto, não queria mais problemas. Me levantei para buscar um café, eu estava cansada, não dormi quase nada na noite anterior e estava com uma grande dor de cabeça, além de olheiras que a maquiagem não havia escondido.

Fui até a copa e enchi uma caneca de café. Ainda era cedo, eu poderia ficar um pouco por ali e evitar todo mundo mais um pouco. Talvez eu estivesse sendo covarde ou talvez só estivesse ressentida, nenhum dos dois sentimentos era bom ou nobre, mas era como eu me sentia de fato, com medo de ser uma intrusa e ressentida por ter sido excluída.

Eu me sentei ali na mesa e estava olhando para a minha caneca de café, como se estivesse numa discussão intensa com ela sobre a falta de nobreza dos sentimentos que habitavam em mim, mas eu era só humana e talvez todo ser humano pudesse sentir coisas ruins ou ser um pouco egoísta e se afundar na sua própria autopiedade. Foi nesse momento, quando eu chafurdava na lama da minha autopiedade, que o Alessandro entrou e parou ao meu lado, me observando.

- Catarina ficou chateada porque você não foi ontem. – Ele me olhava diretamente e eu não entendi o motivo do que ele disse, pois eu não havia sido convidada, mas achei melhor não questionar ou criar uma situação desconfortável.

- Tenho certeza que ela concorda que foi melhor assim. – Dei um sorriso fraco pra ele, talvez ele não soubesse que eu não fui convidada.

- Você e o Patrício vão se encontrar muito dentro e fora da empresa, Lisa, vocês vão precisar lidar com isso. Você não é mais uma garotinha e ele precisa entender isso, e ele não é mais o jovem idiota que você se lembra e você tem que entender isso. Vocês precisam se entender. – Alessandro falava comigo como se falasse com o Pedro, o filho dele, e eu me senti exatamente aquela garotinha que o Patrício pensava que eu era.

- Pode ficar tranquilo, as coisas vão se ajeitar. – Sorri para ele, tentando parecer tranquila.

- Você está bem? – Ele olhou no meu rosto como se avaliando qualquer coisa.

- Sim, muito bem. – Dei um sorriso para ele, me esforçando muito para parecer realmente bem. – Vou voltar para a minha mesa, já está na hora do Patrício chegar.

Saí dali depressa, antes que ele tivesse tempo de falar qualquer coisa mais. Passei pela recepção e a Manu e o Rick estavam ali, mas eu apenas acenei e entrei depressa em minha sala, ocupando o meu lugar. A Manu e o Rick me seguiram, eles não podiam simplesmente seguir a vida e me deixar no meu canto.

- Lisa, por que você saiu de casa tão cedo hoje? E por que não pegou o carro? – Manu me perguntou parecendo preocupada.

- E por que você não foi pra casa da Cat e do Alessandro ontem? – O Rick me perguntou e me examinou melhor.

- Tenho sim, foi só uma noite mal dormida. – Falei.

- E você nem vai fazer nenhuma gracinha, dizendo que a culpa foi da Manu e do Flávio? – Rick me olhou como se eu fosse uma estranha.

- Dessa vez eu vou aliviar para eles. – Eu dei o meu melhor sorriso, mas não foi suficiente.

- Tem certeza de que você está bem mesmo? – A Manu perguntou mais uma vez.

Mas eu não tive tempo de responder, a porta da sala do Patrício foi aberta bruscamente e ele apareceu. Patrício não parecia nada calmo, mas estava lindo naquele terno cinza com a camisa cor de rosa clarinho.

Ele era um homem tão lindo! Já não era mais aquele rapaz, era um homem! E como os anos foram bons com ele, pois ele ficou mais lindo do que era antes. Ele sempre foi bonito, mas agora estava simplesmente irresistível, faria qualquer mulher se virar para olhá-lo mais uma vez.

Patrício era muito alto, quase tão alto quando o meu irmão, tinha o corpo forte e os ombros largos. Aquela camisa rosa ficava perfeita nele, ressaltava a sua pele, que parecia um veludo marrom, tão linda e tão perfeita, que fazia os meus dedos coçarem de vontade de tocá-lo. Ele agora raspava os cabelos, o que o deixava ainda mais charmoso, embora eu adorasse os cachinhos do seu cabelo, e já não usava mais o cavanhaque que tinha quando me beijou. Seus lábios grossos pareciam ter sido esculpidos para o beijo e seus olhos castanhos tinham um brilho sedutor. Não dava pra negar que ele era um homem lindo e muito charmoso. Eu não o olhava, eu o admirava, quase hipnotizada pela sua figura de homem forte e determinado.

- Srta Lisandra, na minha sala agora! – Isso parecia que podia virar rotina, ele me chamando na sala dele como se quisesse me matar.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque