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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 653

“Lisandra”

Eu saí da sala do Patrício aliviada pela chegada da tia Lucinda, eu estava prestes a começar a chorar na frente dele. Me sentei em minha cadeira e me dediquei ao trabalho, mas eu estava cansada e com a cabeça cheia de preocupações. A porta foi aberta e tia Lucinda parou ao meu lado.

- Querida, nós vamos ver o Alessandro e depois vamos sair para almoçar. Você vem conosco? – Tia Lucinda tinha um sorriso acolhedor.

Eu adorava essa mulher e a admirava, sempre tão cheia de disposição e com uma energia tão positiva, tia Lucinda espantava a tristeza onde chegava.

- Ah, tia, não vai dar. Tenho planos. – Respondi.

- Se for com o Rick, com certeza ele também será intimado a almoçar com a minha mãe. – Patrício respondeu e sorriu pra mim. Ele sorriu pra mim? Ah, com certeza estava mantendo as aparências para a tia Lucinda.

Eu não tinha nenhum plano para o almoço, mas não ia me intrometer no almoço deles, não daria mais essa deixa para o Patrício jogar em mim. Eu precisava pensar rápido e falei a única coisa que veio a minha mente.

- Não, não é com o Rick. É com o meu amigo do marketing. – Respondi e vi a cara dele se fechar em uma carranca.

- O dos bombons. – Ele falou simplesmente e eu fiz que sim. Ele bufou. – Vamos, mãe.

- Bombons é? Já tem alguém se aproximando? – Tia Lucinda perguntou, mas não olhava pra mim, olhava para o Patrício que já estava quase chegando à porta. Ele parou e olhou para os próprios sapatos, como se esperasse ouvir a minha resposta.

- Talvez. – Sorri para ela e ouvi o Patrício bufar e sair da sala.

Vinte minutos depois o Rick entrou em minha sala com a Manu a reboque, como quem tinha uma fofoca quentinha para me contar.

- Lisa, Lisa! O que você fez? – Rick se sentou em minha frente.

- Que eu saiba, eu não fiz nada.

- Então porque o gerente de marketing acabou de ser transferido para a filial de Miami? – Rick me encarava muito satisfeito e eu o olhava sem entender. O telefone tocou sobre a mesa.

- Vice presidência? – Ouvi a voz do outro lado se identificar, era o gerente de marketing me ligando.

- Lisa, tem um minutinho?

- Claro! Como você está?

- Muito bem! Acho que você me deu sorte.

- E porque seria?

- Acabei de ser promovido para um posto em Miami, um cargo que eu queria há muito tempo, mas ainda não tinha rolado. Só que eu tenho que ir hoje, estou indo pra casa preparar a minha bagagem. Acho que não vamos mais conseguir almoçar juntos. – Eu estava meio sem acreditar naquilo. Não era possível que tivesse a ver comigo aquela transferência.

- Puxa, sobre os almoços é uma pena, mas eu fico feliz por você. – Eu nem sabia o que dizer.

- É, eu também lamento os almoços. Bem, eu tenho que ir. Te dou notícias de Miami.

- Ah, me manda um postal. – Sorri e me despedi do amigo que acabava de ser tirado de mim. - Ele foi transferido para Miami. – Falei ao desligar o telefone e em minha frente tinha um Rick gargalhando e uma Manu sacudindo a cabeça divertida.

- Pois é, Patrício entrou na sala do Alessandro uma fera e disse que precisava dessa transferência com urgência e o Alessandro fez. O que aconteceu, Lisa? – Rick olhava pra mim e nem eu sabia.

- Se eu soubesse, Rick. – Abaixei a cabeça sobre a mesa.

- Anda, vamos todos almoçar com a Lucinda. – Rick chamou e eu ergui os olhos.

- Eu não vou não, Rick. Já falei pra ela que tenho um compromisso.

- Não é preciso. – Peguei o sanduíche das suas mãos e nossos dedos resvalaram.

Foi um toque tão leve, mas que me aqueceu inteira. Mordi o sanduíche, tentando limpar a sensação daquele toque do meu sistema. Eu não sentia o gosto do sanduíche, estava hiper consciente dos olhos dele sobre mim. Comecei a mastigar e ele abriu a lata de suco e colocou um canudo dobrando a ponta. Ele estava me observando como se me analisasse. Eu mastiguei o sanduíche e tomei o suco. Durante os minutos que levei para comer ele me observou o tempo inteiro. Quando terminei, ele recolheu o lixo e tirou uma caixinha da sacola.

- Você ainda come tão devagar como antes. – Ele sorriu como se lembrasse de algo. – A menos que esteja com raiva, aí você nem vê o que põe na boca.

- Podemos não lembrar daquele casamento? – Pedi e ele me encarou com aquele sorriso bonito.

- Eu não consigo esquecer aquele casamento. – A voz dele ganhou um tom mais grave, quase como se fosse um tom de confissão. – Você consegue, Lisandra?

O que eu ia responder para ele? Que eu me lembrava de cada detalhe, especialmente do beijo no meu quarto? Não, eu não poderia tocar nisso, não quando estava tão fragilizada e cansada.

- Não, não consigo, eu quase morri porque o meu irmão não encontrava a injeção. – Respondi me concentrando na crise alérgica. Ele sacudiu a cabeça como se desistisse do assunto e abriu a caixinha que tirou da sacola. Eram bombons.

- Eu comi os seus ontem. – Ele sorriu. – É uma oferta de paz.

- Pensei que os turrones fossem uma oferta de paz?

- Pensei que você não tivesse gostado deles, não os comeu.

- São meu doce preferido. – Suspirei olhando para a caixa de bombons que ele me estendia.

Ele fechou a caixa de bombom, se levantou e saiu da sala, o que eu achei estranho. Então fiquei de pé e arrumei a saia no meu corpo, nesse momento ele voltou para a sala e fechou a porta, vindo se sentar novamente ao meu lado.

- Sente-se. Vamos aproveitar essa calma e comer os seus doces e depois nós vamos conversar. – Eu o olhava como se ele fosse um completo estranho.

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