“Patrício”
Aquela garota sempre foi atrapalhada, e ficava ainda mais atrapalhada quando tinha boas intenções. Claro que o café foi um acidente, mas estava muito quente e queimava, queimava muito e eu precisei tirar a camisa. Aí ela me deu um banho de água gelada e no processo ela se molhou. Mas isso foi pouco, ela resolveu ser uma boa samaritana e correr para buscar uma toalha, se atirando sobre mim no caminho de volta.
E aí então ela saiu de cima de mim e me permitiu ver mais do que eu deveria ver. Sua blusa estava transparente e grudada no corpo, seus mamilos estavam rígidos naquele sutiã de delicada renda, suas formas eram mais que convidativas e eu precisei me apegar ao que eu fazia sempre para afastá-la, ser um grosso e maltratá-la. Eu tentava evitar olhar para ela, pois a visão da sua blusa molhada expondo o seu corpo era uma tentação da qual eu precisava fugir.
Em meio ao caos, ela queria sair da minha sala. Mas eu não podia permitir que ela saísse da minha sala assim, por mais difícil que fosse ficar perto dela daquele jeito, eu também não queria que outros homens a vissem assim. E aí eu fui um grosso tirano. Ela se virou pra mim, com fogo nos olhos.
- Ah, não, e vou ficar exposta aqui na sua frente? Me diz por que isso é melhor do que ir para a minha sala? – Ela reclamou.
- Porque eu não vou te deixar constrangida, garota!
- Ah, não, vai só ser um estúpido comigo! – Os olhos dela marejaram e eu não sabia o que fazer.
Nunca chegamos nesse ponto, quando ela era criança e ia começar a chorar ela corria para o seu quarto, mas agora ela não tinha pra onde correr e eu odiava fazê-la chorar, não queria assistir isso. Quando a primeira lágrima caiu eu a abracei. Eu só sabia que precisava consolá-la.
- Que droga! Não chora, Lisandra! Não precisa chorar. – Eu repetia, mas ela chorava mais. Eu sentia suas lágrimas quentes escorrerem em meu peito e isso queimava mais do que o café.
- Vo-você gri-grita muito co-comigo! – Ela soluçava e tinha razão, eu precisava me controlar. Encontrar uma forma de mantê-la numa distância segura sem ser um idiota.
- Eu odeio gritar com você! – Suspirei.
- Fo-foi um acidente! – Ela tinha a voz manhosa que me dava vontade de rir e apertá-la em meus braços. Era tão linda, assim, desarmada e frágil, quanto era linda forte e atrevida. Essa Lisandra era uma dualidade fascinante. Era incomum, provocadora, independente e encantadora.
- Eu sei que foi. Me desculpe, eu estava prestes a entrar em uma conferência importante, me alterei e não deveria. – Era a primeira vez que eu a pedia desculpas.
- Me desculpe por ser atrapalhada. – Ela fungou e esfregou o nariz no meu peito num gesto que pareceu instintivo, mas que deixou todo o meu corpo consciente do seu calor.
- Você precisa tirar essa blusa, está muito molhada. – Eu ri me lembrando do quanto ela se atrapalhou. – Quem consegue se molhar tanto quando está tentando molhar outra pessoa? – Ela deu um pequeno sorriso e senti minha pele formigar com o leve toque das suas mãos espalmadas no meu peito.
- Duas mãos esquerdas. – Ela se afastou e eu não resistir a secar as marcas de lágrimas no seu rosto.
- Tira a blusa, a água estava muito gelada, você vai acabar ficando resfriada. – A alertei.
- Eu não vou ficar de sutiã na sua frente! – Ela me olhou chocada e eu me sentei na poltrona para apreciar a vista.
- Como se essa blusinha branca estivesse cobrindo alguma coisa. – A provoquei. – Anda, tira a blusa e se enrola na toalha, vou pedir a Manu para resolver isso pra gente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......