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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 660

“Patrício”

Aquela garota sempre foi atrapalhada, e ficava ainda mais atrapalhada quando tinha boas intenções. Claro que o café foi um acidente, mas estava muito quente e queimava, queimava muito e eu precisei tirar a camisa. Aí ela me deu um banho de água gelada e no processo ela se molhou. Mas isso foi pouco, ela resolveu ser uma boa samaritana e correr para buscar uma toalha, se atirando sobre mim no caminho de volta.

E aí então ela saiu de cima de mim e me permitiu ver mais do que eu deveria ver. Sua blusa estava transparente e grudada no corpo, seus mamilos estavam rígidos naquele sutiã de delicada renda, suas formas eram mais que convidativas e eu precisei me apegar ao que eu fazia sempre para afastá-la, ser um grosso e maltratá-la. Eu tentava evitar olhar para ela, pois a visão da sua blusa molhada expondo o seu corpo era uma tentação da qual eu precisava fugir.

Em meio ao caos, ela queria sair da minha sala. Mas eu não podia permitir que ela saísse da minha sala assim, por mais difícil que fosse ficar perto dela daquele jeito, eu também não queria que outros homens a vissem assim. E aí eu fui um grosso tirano. Ela se virou pra mim, com fogo nos olhos.

- Ah, não, e vou ficar exposta aqui na sua frente? Me diz por que isso é melhor do que ir para a minha sala? – Ela reclamou.

- Porque eu não vou te deixar constrangida, garota!

- Ah, não, vai só ser um estúpido comigo! – Os olhos dela marejaram e eu não sabia o que fazer.

Nunca chegamos nesse ponto, quando ela era criança e ia começar a chorar ela corria para o seu quarto, mas agora ela não tinha pra onde correr e eu odiava fazê-la chorar, não queria assistir isso. Quando a primeira lágrima caiu eu a abracei. Eu só sabia que precisava consolá-la.

- Que droga! Não chora, Lisandra! Não precisa chorar. – Eu repetia, mas ela chorava mais. Eu sentia suas lágrimas quentes escorrerem em meu peito e isso queimava mais do que o café.

- Vo-você gri-grita muito co-comigo! – Ela soluçava e tinha razão, eu precisava me controlar. Encontrar uma forma de mantê-la numa distância segura sem ser um idiota.

- Eu odeio gritar com você! – Suspirei.

- Fo-foi um acidente! – Ela tinha a voz manhosa que me dava vontade de rir e apertá-la em meus braços. Era tão linda, assim, desarmada e frágil, quanto era linda forte e atrevida. Essa Lisandra era uma dualidade fascinante. Era incomum, provocadora, independente e encantadora.

- Eu sei que foi. Me desculpe, eu estava prestes a entrar em uma conferência importante, me alterei e não deveria. – Era a primeira vez que eu a pedia desculpas.

- Me desculpe por ser atrapalhada. – Ela fungou e esfregou o nariz no meu peito num gesto que pareceu instintivo, mas que deixou todo o meu corpo consciente do seu calor.

- Você precisa tirar essa blusa, está muito molhada. – Eu ri me lembrando do quanto ela se atrapalhou. – Quem consegue se molhar tanto quando está tentando molhar outra pessoa? – Ela deu um pequeno sorriso e senti minha pele formigar com o leve toque das suas mãos espalmadas no meu peito.

- Duas mãos esquerdas. – Ela se afastou e eu não resistir a secar as marcas de lágrimas no seu rosto.

- Tira a blusa, a água estava muito gelada, você vai acabar ficando resfriada. – A alertei.

- Eu não vou ficar de sutiã na sua frente! – Ela me olhou chocada e eu me sentei na poltrona para apreciar a vista.

- Como se essa blusinha branca estivesse cobrindo alguma coisa. – A provoquei. – Anda, tira a blusa e se enrola na toalha, vou pedir a Manu para resolver isso pra gente.

- Desculpe, Manu, mas tivemos um pequeno acidente aqui. Será que você pode enviar essas peças para aquela lavanderia que tem aqui perto e pedir para serem rápidos? – Peguei minha camisa no braço da poltrona, a blusa da Lisandra sobre ela e o sutiã que ela havia acabado de tirar e eu peguei em sua mão, entreguei tudo para a Manu. – Como você vê, nós estamos um tanto expostos aqui.

- Pode deixar, Pat! Vocês querem que eu traga um café para aquecer? – Manu estava nos olhando divertida.

- Só se a Lisandra prometer não derrubar o café em mim de novo. – Sorri e a Lisandra bufou. – Se não for pedir muito, você pode trazer água também?

- Claro. – Manu riu e saiu com as roupas molhadas.

- Bom, nós teremos algum tempo juntos agora. – Me sentei ao lado da Lisandra, que estava encolhida no sofá, enrolada na toalha e parecia muito envergonhada.

Eu comecei a rir, ela parecia muito tímida e como se tentasse se esconder. Me recostei e abri os braços os apoiando no encosto do sofá, eu estava me exibindo, eu vi que os olhos dela varreram o meu corpo inteiro depois que ela me jogou toda aquela água.

- Do que você está rindo? – Ela me olhou e logo os seus olhos estavam examinando o meu corpo. Eu tinha consciência de que eu atraía olhares, mas não sabia que atrairia o olhar dela.

- Depois que você jogou aquela água em mim, você me cobiçou descaradamente, mas quando eu olhei para você, você ficou assim, toda tímida. – Eu ri e decidi provocá-la um pouco mais. – Esse é o comportamento de uma garotinha!

Ela me fuzilou com os olhos e se virou para o outro lado sem dizer palavra. Pelas próximas duas horas, até que nossas roupas chegaram da lavanderia, ela não me olhou mais. Mas eu senti uma vontade louca de afagar seus cabelos e de deixar as minhas mãos deslizarem pelos seus ombros. Eu estava muito, mas muito, encrencado!

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