“Patrício”
O Flávio saiu caminhando na frente e fiz um gesto cavalheiresco para que a Lisandra passasse à frente, mas foi um típico gesto de provocação. Eu segui logo atrás, mas deveria ter ido à frente dela, porque observar aquelas pernas perfeitas logo abaixo da bainha do shorts que ela usava não ajudava a me acalmar. Entramos no escritório da casa e o Flávio fechou a porta e nos encarou.
- O que vocês dois pensam que estão fazendo? – Flávio nos observava e o seu tom não era amigável.
- Maninho, a culpa é dele. – Lisandra tentou jogar tudo em cima de mim, mas ela me provocava bastante, inclusive, dessa vez foi ela quem começou.
- Chega, Lisandra! – O Flávio alterou a voz com ela e ela fez um beicinho. Não gostei que ele falou alto com ela.
- Flávio... – Eu ia abrir a minha boca grande para defendê-la, mas ainda bem que o Flávio me interrompeu.
Gente! Nesse momento eu me dei conta do quanto estava sendo hipócrita, pois eu falava alto com ela o tempo todo! Nossa, se minha soubesse disso, ela não se importaria que eu sou um homem de trinta e cinco anos não, ela me pegaria pelas orelhas e me faria pedir desculpas até a Lisandra me perdoar.
- Vocês vão me ouvir, Patrício! – O Flávio fez eu me calar. – Vocês dois estão passando dos limites, brigam o tempo todo e por qualquer coisa. Isso está insuportável e a minha baixinha está ficando nervosa com isso. Caramba, eu já disse muitas vezes, o Patrício não é um jovem idiota mais, Lisandra. E nem a Lisandra é uma menininha, Patrício. Embora às vezes seja o que vocês realmente parecem. – Ele me olhou de de mim para a Lisandra e nós o ouvíamos de cabeça baixa. – Porra! Vocês são dois adultos, precisam se entender, pelo bem de vocês e pelo bem do nosso grupo, mas principalmente pelo bem do meu casamento. Então eu vou dizer o que vai acontecer à partir de agora. À partir de agora, vocês dois vão se comportar como seres humanos descentes, como pessoas que se adoram e vão fazer tudo o que a minha baixinha quiser. Tu-do! Se a minha baixinha quer ir pra cachoeira, vocês dois vão pra cachoeira. E se vocês se atreverem a brigar de novo enquanto estivermos aqui ou chatearem a minha baixinha, eu vou algemá-los juntos, de modo que vocês não vão nem dormir em quartos separados e vão ter que se suportar.
Nossa, o Flávio estava puto da vida mesmo e estava tão puto que nem percebia o perigo do que falava. Corria o risco de eu me esquecer de tudo o que me faz manter distância dela, certamente me algemar a irmã dele seria um perigo. Eu não responderia por mim se tivesse que dormir na mesma cama que ela. Disso eu já tinha certeza!
- Então, o que vai ser? Vocês se entendem ou eu algemo os dois? – O Flávio nos encarava com os braços cruzados sobre o peito.
Eu não duvidei nem por um minuto que o Flávio fosse capaz de cumprir o prometido. Então eu me aproximei da Lisandra.
- Por mim fazemos uma trégua. – Estendi a mão e esperei.
- Uma trégua. – Ela pegou a minha mão de má vontade e olhou para o outro lado.
- Muito bem! Agora eu quero ver um abraço. – Nós dois olhamos para o Flávio como duas flechas.
- Senhor, porque me castiga? – Eu olhei para o céu querendo chorar. Eu iria dirigir um jipe, no meio do mato, com aquelas pernas ao alcance das minhas mãos. Eu poderia causar um acidente!
- Ah, Pat, não sabe dirigir o jipe? Eu sei, quer me dar as chaves, seu lindo? – Ela falou com a voz doce, mas num tom de provocação.
Eu passei à sua frente e abri a porta do jipe. Sem pensar eu a peguei no colo e a coloquei sentada no banco do carona. Antes de me afastar, pude ver bem de perto as suas lindas pernas e minhas mãos coçaram para tocá-las. Reunindo o pouco de controle que eu ainda tinha eu me afastei.
Aquele dia na cachoeira foi a maior tortura da minha vida, pois o Flávio a todo momento fazia com que a Lisandra e eu nos aproximássemos e a cada vez que a sua pele roçava em mim eu sentia uma corrente elétrica em todo o meu corpo.
Nos dias que se seguiram, Lisandra e eu fingíamos estar nos dando mais do que bem e o grupo usou isso contra nós, estavam sempre nos colocando como dupla para as atividades e mesmo para os jogos que fazíamos. Estavam nos torturando e tinham um prazer quase mórbido nisso.
Era exaustivo para nós dois, secretamente nos enfrentávamos, mas quando alguém aparecia fingíamos estar numa conversa amigável. Passávamos o dia assim e todas as noites eu perdia o sono e me sentava na cozinha. Ela aparecia, não dizia nada, apenas se sentava em minha frente. Nos olhávamos por um momento, até que eu me levantava e preparava o seu leite com canela e ia me sentar na sala. Isso aconteceu todas as noites.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......