Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 667

“Lisandra”

Eu estava cansada, não tinha tido uma boa noite de sono desde que cheguei à fazenda. E a suposta trégua que o Patrício e eu fizemos estava me desgastando muito, pois nós continuávamos discutindo quando ninguém estava olhando e quando ele era gentil comigo eu sabia que era apenas porque o Flávio pediu e isso me magoava.

Com a minha falta de sono, eu ia a cozinha todas as noites, depois que todos já tinham se recolhido, e o encontrava lá. Eu ia em busca do leite com canela, mas como ele estava lá eu não queria preparar, para não dar a ele a chance de implicar comigo. Estranhamente ele se levantava e ele mesmo preparava o leite pra mim e depois saía da cozinha. Isso não fazia sentido, era um gesto gentil que ele não precisava ter, pois ninguém estava olhando.

Outra coisa que não fazia sentido foi o presente de natal que ele me deu. Eu nem esperava que ele me desse nada, mas eu mandei fazer um par de abotoaduras para ele, quando ele ainda estava viajando. Seria uma forma de me desculpar por não ter lhe contado quem eu era e demonstrar boa vontade, bem no espírito do natal. Eu passei horas pensando e esboçando o que eu queria. E ficaram lindas. Mas aí eu não sabia como entregar, pois nós estávamos brigando. Até que ele me entregou aquela caixinha. Dentro havia um colarzinho de ouro tão delicado e tão lindo que eu quis usá-lo imediatamente. Era uma correntinha delicada e entrelaçadas nela estavam as minhas iniciais em uma letra rebuscada, mas entre uma inicial e outra havia um espaço de corrente e bem no meio um coração de diamante do tamanho de um grão de feijão. Era lindo, delicado e foi feito pra mim, pois tinha as minhas iniciais. Eu usava o meu presente escondida no quarto, mas quando saía eu tirava e guardava. Não queria que ninguém visse o meu tesouro e não queria que ele soubesse que eu gostei, gostei muito.

Mas aí os dias passaram, nós fingíamos que estávamos nos dando bem e até que não era ruim, ele era engraçado, gentil e cavalheiro quando não me odiava. Mas era tudo de mentirinha. Felizmente chegou o dia do casamento e depois disso eu poderia ir embora e me afogar na minha dor de cotovelo trancada no meu apartamento. Pelo menos até voltar ao trabalho.

- Lisandra! Lisandra! – Melissa estava parada em minha frente estalando os dedos.

- Ai, desculpa, Mel! Me distraí. O que foi? – Voltei dos meus devaneios para prestar atenção ao que a Melissa dizia. Estávamos de pé do lado de fora da capela, preparados para o início da cerimônia de casamento do Flávio e da Manu.

- É, Lisandra, hoje não, mas semana que vem eu passo no seu apartamento pra gente conversar. – Melissa me observou como se estivesse vasculhando dentro da minha mente. – Vem. Foto, você e esse padrinho gato. – Ela sorriu para o Patrício.

- Gostou, Mel? – Patrício deu uma voltinha e ela fez um fiu-fiu pra ele. – Você é um gato, Patrício! Ainda bem que o Flávio te colocou de padrinho com a Lisa, porque vocês dois combinam muito.

- Você acha, Mel? – O Patrício perguntou com um enorme sorriso e piscou pra mim, me oferecendo o braço. – Vamos, meu doce? – Ele estava me chamando de “meu doce” desde que nós fizemos a trégua e eu sabia que era pura provocação.

- Claro, seu lindo! – Eu também dei um apelidinho debochado pra ele e nós nos provocávamos mesmo quando estávamos fingindo nos dar bem.

- De braço dado não gente. Uma coisa mais espontânea, mais bacana. A foto vai para o álbum da Chaveirinho e tem que ficar perfeita! – Melissa reclamou e eu não sabia o que fazer.

O Patrício passou o braço pela minha cintura e me puxou pra perto. O fotógrafo fez a foto. E a Melissa fez uma careta.

- Ficou péssima. Mais uma, mais espontânea, com um sorriso no rosto, como se vocês estivessem mesmo felizes pelo casamento dos nossos amigos. – Melissa parecia estar dirigindo um filme.

- Mas nós estamos mesmo felizes. – O Patrício falou.

- Pois não parece! – Melissa colocou a mão na cintura.