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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 697

“Lisandra”

Ao ver o Patrício ali no aeroporto, a minha vontade era de pular no pescoço dele e fazer de conta que nada tinha acontecido. Eu o queria mais do que tudo na vida, mas eu estava muito magoada e também não conseguia deixar de pensar que se ele saiu mesmo daquela boate com outra mulher, me deixando pra trás, ele poderia fazer isso de novo e eu não suportaria uma segunda vez.

Então, eu não fiz o que eu queria, eu fiz o que devia, afinal, era preciso ter o mínimo de amor próprio. Entrei no primeiro taxi que pude e me afastei dele. No dia seguinte eu resolveria a minha situação na empresa, não conseguiria trabalhar com ele depois de tudo, porque se eu ficasse perto eu cederia todas as vezes que ele se aproximasse de mim.

Fui para o meu apartamento e me tranquei lá, deixei tudo para o dia seguinte, inclusive falar com a Mel e o Rick. Assim como fiz quando cheguei na casa dos meus pais, eu simplesmente me joguei na cama e eu dormi. Mas foi um sono conturbado, meus pesadelos voltaram a me assombrar, agora uma versão do Patrício com outra mulher rindo de mim e me chamando de garotinha idiota e mimada. Quando acordei pela manhã, eu sentia como se não tivesse pregado os olhos, eu estava cansada e ainda mais triste.

Me preparei para ir para o trabalho, me vesti inteira de cinza, como o meu humor, que parecia um dia de tempestade, mas antes de sair, mandei uma mensagem para a Melissa, dizendo que tinha voltado e que o celular estaria ligado. Ela quis saber se eu estava bem e disse que passaria para me ver. Depois disso eu fui para o trabalho.

Cheguei ao escritório e o Rick estava a minha espera na mesa da Manu. Minha cunhada fazia falta! Mas ela só voltaria na semana seguinte e eu não estaria mais aqui e ela não ia morar mais no apartamento, de modo que seria difícil vê-la.

- Ah! Finalmente! – O Rick se levantou e veio em minha direção, me acolhendo em seu abraço. – Sua mãe tem razão, esses óculos ficam horríveis em você!

- Rick! – Protestei chorosa e ele riu. – Eles escondem minhas olheiras muito bem. – Tirei os óculos e encarei o meu amigo.

- Você fica linda até com olheiras, eu sei, eu já vi. – O Rick era um cavalheiro e um bom amigo mesmo. – Como você está, querida?

- Eu acho que não poderia estar pior. Quer dizer, ainda não estou pensando em me jogar pela janela, mas eu nunca me senti tão magoada. Eu sei que parece estupidez, afinal, nós não tínhamos um relacionamento, era só um lance sem compromisso, mas ele ter me deixado pra trás tão fácil na boate me magoou, Rick. E está doendo muito. – Eu estava apoiada em seu abraço acolhedor.

- Ô, minha amiga! Eu te entendo, mas as coisas não foram como você está pensando. Vocês dois precisam conversar.

- Não Rick, eu não vou falar com ele. Ele apareceu no aeroporto e disse que queria falar comigo, mas eu não preciso que ele se sinta obrigado a dar explicações e muito menos que ele me diga que o que estava rolando não era nada demais.

- Como ele apareceu no aeroporto?

- Ah, uma coincidência, a tia Lucinda chegou na casa dos meus pais no exato momento em que eu estava saindo, nem deu tempo de pedir a ela para não contar pra ele, pois o Patrício ligou e ela, sem saber de nada, falou que eu estava lá, mas já estava voltando. Mas eu não falei com ele e eu não vou falar com ele.

- Lisa, você trabalha com ele, vocês vão precisar se falar.

- Desde o início eu sabia que vir trabalhar com ele era má idéia. Por isso, eu já decidi sair da empresa, não... – Fui interrompida com a chegada abrupta do Patrício.

- Ai! – Reclamei ao bater minha cabeça no piso de madeira.

- Você precisa se acalmar. – Ele estava sobre mim, se apoiando nos cotovelos, colocou uma das mãos debaixo da minha cabeça e afagou ali, exatamente onde eu tinha batido.

- Por favor, por favor, por favor... – Eu estava com os olhos fechados, bem apertados, não podia olhar pra ele, porque se eu olhasse, eu cederia, e eu não podia ceder, não podia me arriscar a me sentir daquele jeito de novo, ferida, humilhada, magoada.

- Meu doce! – Ele falou com a voz mais suave, o mesmo tom de voz que usava quando me fazia um carinho. – Olha pra mim.

- Não posso! – Senti as lágrimas queimarem meus olhos e não consegui contê-las. Ele passou o polegar pela trilha de lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Senti que ele se afastou e senti seus braços passarem sob minhas pernas e minhas costas e ele me aninhou em seu peito. Ele se sentou no sofá comigo em seu colo e me apertou em seus braços. E esperou, me mantendo ali, presa em seus braços, deixando que eu chorasse. Eu desisti de lutar e apenas chorei, eu solucei de tanto chorar, sem me dar conta do quanto eu estava sobrecarregada, eu simplesmente deixei tudo sair, todas as lágrimas que eu ainda tinha. Sua camisa, onde o meu rosto estava apoiado, já estava molhada, mas eu continuava chorando. Até que meu choro foi diminuindo e eu dormi, ali em seus braços, sentindo o seu cheiro e o seu calor eu caí em um sono profundo.

Mas os pesadelos voltaram, como na noite anterior. Eu o via em meus piores sonhos, o via com outra mulher. Nos meus sonhos a mulher era a Sabrina, ex mulher do Flávio, e o Patrício a beijava e dizia pra mim que ele a amava, que ela era perfeita e que eu era só uma garotinha mimada, que eu não era nada pra ele. Eu sentia pânico, tentava despertar daquele sonho horrível, mas não conseguia. Eu estava presa naquela espiral de dor e desolação e ele ria de mim. Eu sentia como se milhares de estilhaços me atingissem e perfurassem o meu corpo causando uma dor generalizada e aguda. Eu queria deixar de sentir aquilo.

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