“Patrício”
Eu sabia que os irmãos Moreno seriam a parte difícil nessa situação com a Lisandra, mas eu não esperava por um escândalo, tampouco queria que eles descobrissem assim. Eu reuni toda a minha calma e agi como um homem preparado, racional e inteligente.
- Podemos conversar como pessoas civilizadas, Raul? – Eu o encarei, mas continuei abraçado a Lisandra, ela parecia assustada com a entrada abrupta do irmão.
- Pessoas civilizadas, Patrício? Você estava prestes a profanar a minha irmãzinha em cima da sua mesa de trabalho!
- Não seja ridículo, Raul! Eu não estava profanando nada! A Lisandra e eu estamos namorando. – Eu falei com segurança e percebi que a Lisandra deu um pequeno sorriso.
- Namorando? Mas que absurdo é esse? Ela é uma criança e vocês são quase irmãos! – O Raul chegava a ser cômico, sempre tratou a Lisandra como um bebê.
- Minha nossa, Raul! A criança aqui tem vinte e sete anos, isso são quase trinta, meu amigo. E para minha alegria, eu nunca considerei a Lisandra como uma irmã! – Respondi tentando evitar sorrir, mas o que ele falou era tão absurdo que era engraçado.
- Que seja, mas ela ainda não sabe nada da vida. E você não odiava a minha irmã? – É claro que ele tinha que perguntar isso.
- Eu fingia que odiava a Lisandra, mas eu nunca a odiei. Olha, Raul, Isso é complicado. Eu entendo a sua surpresa, mas é difícil explicar, as coisas aconteceram e eu não vou me afastar dela e nem vou me desculpar por namorar a sua irmã de vinte e sete anos. – Essa era a maior certeza que eu tinha no momento.
- Eu vou ligar para o Flávio, porque com certeza ele não sabe disso, e aí eu quero ver se você não vai se afastar. E tira essas mãos cheias de dedos dela. – O Raul reclamou e pegou o celular.
- Raul, não seja ridículo! O Flávio está em lua de mel e é só por isso que ele não sabe, porque as coisas aconteceram depois do casamento dele. – Eu queria rir, porque a situação toda era absurda.
- Eu diria que foi no casamento dele! – Lisandra murmurou, mas o Raul ouviu.
- Como é que é? – O Raul se pôs de pé e me encarou indignado. – Eu te pedi pra cuidar dela!
- E eu cuidei. Mas aí as coisas aconteceram e hoje nós começamos a namorar. Eu pretendia falar com vocês com calma, mas você nos pegou desprevenidos e...
- E com a boca na botija, literalmente! Cara, meus olhos estão queimando com a imagem que eu vi! – Raul apertou os olhos com as mãos. – Eu não sei se eu posso me recuperar disso.
A Lisandra, de repente, começou a rir. Ela gargalhava e eu tentava não acompanhá-la. O Raul a observou atônito. Ela saiu dos meus braços e caminhou até o irmão.
- Maninho, você sempre diz que quer que eu seja feliz, não é? – Ela se ajoelhou diante do irmão que estava sentado novamente.
- Sim, irmãzinha, eu quero te ver feliz, namorando um moleque da sua idade, de forma pura e casta. – O Raul era ridículo. Eu me sentei em minha cadeira.
- Nós queremos falar com eles nós mesmos, você pode respeitar isso? – Lisandra falou muito séria com o irmão.
- Está bem, espero que eles não descubram como eu! – Nisso eu concordava com o Raul.
- Não seja ridículo, Raul, quando você e a Paula namoravam, quantas vezes eu peguei vocês na sauna da sua casa? Eu perdi as contas. E teve aquela vez no carro da sua mãe. E uma outra... – Para a minha alegria eu tinha pegado o Raul em situações nada convencionais com a Paula mais vezes do que eu poderia contar.
- Chega! Não precisa contar, a Lisa não precisa saber disso. – Ele abanou a mão no ar. – Bom, eu já vou indo.
- Mas já? Pensei que fosse pelo menos ficar até amanhã! – Lisandra olhou para o irmão desapontada.
- Não, irmãzinha, eu só vim socar a cara daquele idiota ali. Mas agora que somos cunhados você não vai deixar eu fazer isso. – O Raul sorriu para a irmã.
- Não vou mesmo! E não quero que você fique o chamando de idiota. Ele é idiota, mas é meu idiota! – Eu achei tão bonitinho ela me defender, ainda que estivesse concordando que eu era um iditota, mas foi bonitinho.
- Você pegou um vôo de Campanário até aqui para socar a minha cara? – Perguntei achando graça, ele não tinha bom senso quando se tratava da irmã.
- Pode apostar que peguei e se eu tivesse ligado para o Flávio ele teria interrompido a lua de mel! – O Raul riu se dando conta do exagero que cometeu.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......